Conselheiros de Trump querem o retorno do homem à Lua em três anos
O plano poderia mudar dramaticamente a missão da agência espacial, que hoje prioriza atividades na órbita baixa da Terra, para a exploração distante.
A administração Obama queria enviar humanos para Marte. Mas a administração Trump quer o retorno do homem à Lua primeiro, e rapidamente. Essa ambição é demonstrada em documentos internos reportados pelo site Politico, em fevereiro passado, os quais descrevem o que seria uma dramática mudança de missão para a NASA. Segundo os documentos, criados pela equipe de transição designada pela agência, os conselheiros do Presidente Donald Trump querem que a NASA envie humanos para a Lua daqui a três anos, quase cinco décadas desde que o último astronauta pisou lá. A NASA aumentaria a atividade humana na região cislunar – o espaço entre a Terra e a Lua – ao invés de se aventurar mais para dentro do sistema solar. A meta principal da agência espacial, eles dizem, deveria ser “o desenvolvimento econômico em larga escala do espaço”.
Um dos documentos explica o novo planejamento da NASA:
A nova estratégica da NASA irá priorizar o crescimento econômico e a criação orgânica de novas indústrias e empregos no setor privado, sobre a ‘exploração’ e outras atividades esotéricas. Executada corretamente, ela poderia criar uma economia espacial de um trilhão de dólares por ano, dominada pelos EUA.
Não é surpreendente para a nova administração querer levar a NASA numa direção diferente logo ao chegar em Washington. Há oito anos, Barack Obama cancelou o programa Constellation, criado sob George W. Bush, que planejava retornar os humanos à Lua até 2020. Obama acreditava que o programa era muito caro e que a NASA tinha “perdido o foco”, especialmente quando começou a reduzir o programa do ônibus espacial, o orgulho e alegria pioneira do país. Ele disse à NASA para colocar as pessoas em Marte até 2030, e laçar um asteroide em algum lugar a caminho de lá. Se a escolha da administração Trump para conselheiros de políticas espaciais for uma indicação, aquele país irá continuar para uma missão a longo prazo até Marte. Arrancar a ideia de uma jornada até Marte da população estadunidense após dois mandatos de campanhas de relações públicas de sucesso da NASA e filmes de Hollywood será um exercício difícil. Além disso, há um forte acordo bipartidário no Congresso de que a data limite de Marte não pode mudar. Mas os próximos oito anos podem ver um empurrão agressivo para mais movimentos no ‘quintal’ da Terra, onde centenas de satélites e a Estação Espacial Internacional residem…
O que não está claro agora é se isto significa que a própria NASA irá enviar astronautas para a Lua, ou se o anúncio feito pela SpaceX de que irá levar dois indivíduos do setor privado até a Lua em 2018 faz parte desse plano. Mas se este for o caso, na minha opinião, o mérito não será da NASA, mas sim da iniciativa privada.
n3m3