No verão de 2020 no hemisfério norte, um vídeo vazado da Marinha mostrou um objeto misterioso correndo pelos céus da costa da Califórnia. Militares descreveram o objeto como realizando manobras que desafiam as leis conhecidas da física.
No entanto, quando questionados, os funcionários do governo foram rápidos em descartar o incidente, atribuindo a anomalia a drones ou fenômenos climáticos. Para muitos, a explicação foi decepcionante, levantando uma questão maior: por que o governo parece tão decidido a rotular os OVNIs como drones?
Agora, orbes de luz não identificados foram vistos pairando sobre centros urbanos, oceanos, outros países, movendo-se em padrões inconsistentes com a tecnologia conhecida de drones. Apesar do clamor público, as autoridades rapidamente descartaram esses avistamentos como drones, muitas vezes sem apresentar evidências para apoiar a afirmação.
Esses orbes de luz, vistos disparando a velocidades incríveis e desaparecendo abruptamente, têm semelhanças impressionantes com avistamentos históricos de OVNIs, mas o rótulo de ‘drone’ persiste, levantando questões sobre a intenção do governo de minimizar ou obscurecer os fenômenos.
O termo OVNI, ou Objeto Voador Não Identificado, tem sido um pára-raios cultural. Mas, na última década, o governo dos EUA reformulou sistematicamente a narrativa, optando pelo termo UAP – sigla em inglês para Fenômenos Aéreos Não Identificados – e muitas vezes explicando os avistamentos como erros de identificação mundanos ou drones estrangeiros.
Uma história de evasão
A ofuscação do governo em torno dos OVNIs não é nova. No final da década de 1940, os avistamentos de objetos não identificados aumentaram, levando a Força Aérea a lançar o Projeto Blue Book. O objetivo declarado do programa era determinar se os OVNIs representavam uma ameaça à segurança nacional.
Na época em que foi fechado em 1969, a conclusão oficial foi que a maioria dos avistamentos eram fenômenos naturais ou fraudes. Os céticos argumentaram que o objetivo principal do projeto não era a investigação, mas a garantia pública.
Avançando para 2017, quando o The New York Times revelou a existência do Programa Avançado de Identificação de Ameaças Aeroespaciais (AATIP), uma iniciativa do Pentágono que investiga silenciosamente os OVNIs. Vídeos divulgados junto com o relatório mostravam manobras aéreas inexplicáveis.
O reconhecimento do governo do AATIP marcou uma mudança sísmica, mas as autoridades foram rápidas em minimizar sua importância, enfatizando explicações prosaicas para os avistamentos.
Em 2021, o Gabinete do Diretor de Inteligência Nacional (ODNI) divulgou um relatório preliminar sobre OVNIs, analisando 144 incidentes. Embora as autoridades tenham admitido que a maioria dos casos permanece inexplicável, eles sugeriram adversários estrangeiros – não seres extraterrestres – como os culpados mais prováveis. O termo ‘drones’ começou a dominar o discurso.
Evidências que contradizem a narrativa do drone
A explicação do drone do governo, no entanto, levanta mais perguntas do que respostas. Em vários casos, os objetos em questão exibem capacidades que excedem em muito a tecnologia atual de drones.
Em julho de 2023, o ex-oficial de inteligência David Grusch testemunhou perante o Congresso, alegando que os EUA possuem espaçonaves não humanas recuperadas e se envolveram em esforços de décadas para fazer engenharia reversa da tecnologia. As alegações de Grusch, embora sensacionais, foram feitas sob juramento e acompanhadas de pedidos de maior transparência.
Outros denunciantes corroboraram aspectos do testemunho de Grusch, descrevendo programas secretos e recuperações inexplicáveis.
O direito do público de saber
No cerne desta questão está uma questão fundamental: o público tem o direito de saber a verdade sobre os OVNIs? A retenção de informações corrói a confiança nas instituições.
Se os OVNIs representam tecnologias avançadas – sejam humanas ou não – estudá-los pode produzir avanços em energia, propulsão e ciência dos materiais. A ofuscação, eles argumentam, atrasa o progresso potencial.
Audiências no Congresso sobre OVNIs – antes impensáveis – tornaram-se uma ocorrência regular. Legisladores de ambos os partidos exigiram respostas mais claras, citando preocupações com a segurança da aviação e a segurança nacional.
No entanto, mudanças significativas exigem mais do que audiências.
Estabelecer painéis não governamentais para estudar incidentes de OVNIs garantem objetividade e acesso público às descobertas. Liberar arquivos OVNIs históricos e contemporâneos, redigindo apenas o que é necessário para a segurança nacional. Alocar recursos para estudar OVNIs por meio de instituições científicas respeitáveis. Fortalecimento das proteções para indivíduos que apresentam informações sobre programas de OVNIs.
A tendência do governo de ignorar os avistamentos de OVNIs como atividade de drones reflete um padrão mais amplo de evasão de responsabilidade. Embora as preocupações com a segurança nacional sejam válidas, elas não justificam a retenção de informações ou a oferta de explicações implausíveis.
(Fonte)
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