Um estudo recente baseado em observações do espaço forneceu um apoio renovado a uma teoria centenária, desafiando o modelo amplamente aceito do Big Bang.
As descobertas, publicadas na revista Particles, sugerem que a hipótese do “envelhecimento da luz” pode estar correta, lançando dúvidas sobre a crença de que o Universo está em expansão.
Os autores do estudo usaram dados de vários telescópios para analisar mais de 30.000 galáxias e medir o seu desvio para o vermelho (Redshift) – o fenômeno em que a luz se desloca em direção à parte vermelha do espectro eletromagnético à medida que um objeto se afasta da Terra. O Redshift tem sido usado há muito tempo pelos astrônomos para estimar a velocidade com que as galáxias se afastam de nós.
Na década de 1920, o astrônomo Edwin Hubble descobriu que as galáxias mais distantes da Terra parecem estar recuando mais rapidamente, levando ao desenvolvimento da teoria do Big Bang. De acordo com este modelo, o Universo tem expandido desde a sua formação, há aproximadamente 13,8 bilhões de anos.
No entanto, mais ou menos na mesma época, o astrônomo suíço Fritz Zwicky propôs uma explicação alternativa para o desvio para o vermelho, conhecida como “hipótese do envelhecimento da luz”.
Zwicky sugeriu que as galáxias não estavam realmente se afastando da Terra; em vez disso, os fótons emitidos por estas galáxias perdiam energia à medida que viajavam pelo espaço.
Por outras palavras, o desvio para o vermelho foi o resultado do “envelhecimento” dos fotões ao longo de grandes distâncias, e não do movimento das próprias galáxias. De acordo com esta hipótese, o Universo não está em expansão, mas está estático.
A teoria de Zwicky foi amplamente rejeitada durante quase um século em favor do modelo do Big Bang, que ganhou ampla aceitação. Mas o lançamento do Telescópio Espacial Webb em 2022 levou alguns astrônomos a reexaminarem a teoria do Big Bang.
O telescópio forneceu novos dados que desafiam os modelos cosmológicos atuais, incluindo imagens de galáxias totalmente formadas que parecem existir apenas algumas centenas de milhões de anos após o suposto nascimento do Universo. Estas galáxias teriam levado milhares de milhões de anos para evoluir, levantando dúvidas sobre o momento e a natureza do Big Bang.
Usando os dados do telescópio Webb, os investigadores por detrás deste novo estudo analisaram o desvio para o vermelho das galáxias que se movem a diferentes velocidades em relação à Terra. Eles descobriram que as galáxias que giram na direção oposta à Via Láctea têm um desvio para o vermelho menor do que aquelas que se movem na mesma direção. A diferença no Redshift aumenta à medida que a distância entre a Terra e essas galáxias aumenta.
Segundo o estudo, a velocidade de rotação da Terra em relação às galáxias distantes é constante, mas a variação do desvio para o vermelho se deve à distância das galáxias da Terra. Esta descoberta apoia a hipótese do envelhecimento da luz: o desvio para o vermelho não é o resultado do afastamento das galáxias, mas sim da perda gradual de energia pelos fótons ao longo do tempo.
(Fonte)
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