Embora Ventusky tenha corrigido o erro no seu modelo climático, a anomalia entre a Antártica e a África Austral reapareceu até três vezes.
Pela terceira vez em dois meses, Ventusky, o aplicativo desenvolvido pela empresa checa InMeteo, despertou a imaginação dos entusiastas da conspiração graças à detecção de uma anomalia que se estende entre a Antártica e a África Austral.
A anomalia foi detectada pela primeira vez no início de abril e mostrava ondas de mais de 25 metros num dos extremos da chamada Anomalia do Atlântico Sul (SAA), altura digna do Big Wave Surfing realizado pelo surfista alemão Sebastian Steudtner no mar da Nazaré, Portugal.
O vídeo acima foi obtido na Praia do Norte, onde se forma um funil que favorece a geração de ondas gigantes com mais de 30 metros de altura, o que não é o caso da anomalia em questão. Por esta razão, os teóricos da conspiração inundaram o Tik Tok, o Instagram e outras redes sociais com explicações perturbadoras, desde o uso de Armas de Energia Direcionada (DEW) na Antártica, até um objeto que caiu ou explodiu no oceano; um erro de matriz ou um vulcão subaquático. Também não faltaram teorias sobre OSNIs (Objetos Subaquáticos Não Identificados).
Mas Ventusky sempre sustentou que se tratou de um erro com origem nos dados do modelo (GRIB) do Instituto Meteorológico Alemão e, perante a avalanche de reações nas redes sociais, publicou na sua conta X (antigo Twitter):
“Um número significativo de pessoas ainda não acredita que as ondas gigantes da África foram apenas um erro e prefere teorias sobre OVNIs. O que podemos fazer como plataforma de visualização? Adicionar mais fontes! Portanto, estamos incorporando outro modelo de ondas de uma fonte respeitada, a Météo-France”.
Mas, a julgar pela resposta de uma usuária (há muitos no mesmo fio), não lhe foi dada credibilidade.
Ela escreveu:
“Seu software está com problemas, mas eu ainda o uso. Pode ser uma falha ou anomalia, mas acredito que estava observando algo, mesmo que tenha interpretado incorretamente. Apenas minha opinião.”
Em 14 de abril, o InMeteo incorporou outro modelo ao Ventusky para corrigir os erros. Graças a este modelo MFWAW da Météo France, é possível consultar a previsão das ondas para 10 dias e os serviços meteorológicos nacionais em todo o mundo. Mas o suposto “erro” persistiu.
Às 8h do dia 25 de abril, uma nova anomalia apareceu no mapa meteorológico. Sempre no mesmo lugar, embora nesta ocasião tivesse o formato de meia-lua. Nas 24 horas seguintes, a anomalia pareceu expandir-se e difundir-se à medida que se movia para norte.
A última ocorreu às 23h do dia 6 de maio. Novamente ondas de mais de 25 metros em uma região do tamanho do estado do Texas.
Curiosamente, de acordo com outro aplicativo Android chamado ‘My Earthquake Alerts’, as supostas ondas gigantes coincidiram com terremotos de magnitude superior a 4,5 na mesma área.
Os especialistas estão examinando de perto os modelos para compreenderem melhor a natureza do erro, já que David Prantl, porta-voz da empresa, foi rápido em explicar que a anomalia foi o resultado do mesmo erro identificado anteriormente. Eles estão nos dizendo a verdade?
(Fonte)
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