Os autores de um novo estudo publicado na revista Classical and Quantum Gravity fornecem uma base teórica para os motores de dobra espacial, sugerindo que a tecnologia para viagens espaciais extremamente rápidas pode não permanecer para sempre inacessível à humanidade, relata a Space.
Os fãs de ficção científica provavelmente estão familiarizados com os motors de dobra espacial. Esses motores hipotéticos controlam a estrutura do espaço-tempo, comprimindo-o na frente da espaçonave e expandindo-o atrás. Isso cria uma espécie de bolha de dobra que permite que a espaçonave viaje na velocidade da luz ou até mais rápido.
Há 30 anos, o físico Miguel Alcubierre publicou um artigo inovador no qual descrevia como um verdadeiro motor de dobra poderia funcionar. Mas esse sistema de propulsão exigiria energia negativa, ou seja, uma substância exótica que pode ou não existir.
Alcubierre também sugeriu o uso da energia escura, ou seja, uma força misteriosa que aparentemente provoca a expansão acelerada do Universo.
Os autores do novo estudo sugerem que um verdadeiro motor de dobra espacial não precisa de energia negativa exótica. Segundo os cientistas, esta pesquisa muda a compreensão dos motores de dobra, porque eles foram capazes de criar o primeiro modelo desse tipo de dispositivo, e prova que os motores de dobra não são completamente relegados à ficção científica.
De acordo com os cientistas, o seu modelo “utiliza uma mistura complexa de técnicas gravitacionais tradicionais e novas para criar uma bolha de dobra que pode mover objetos a altas velocidades sem exceder os limites da física conhecida”.
As explicações do novo modelo são muito complexas para os amantes comuns da ciência. Por exemplo, os cientistas escrevem no estudo que “a solução envolve a combinação de uma camada estável de matéria com uma distribuição vetorial de deslocamento que se aproxima das soluções de motor de dobra bem conhecidas, como a métrica de Alcubierre”.
Segundo os cientistas, os motores de dobra são soluções exóticas para a teoria da relatividade de Einstein que oferecem uma maneira mais rápida de viajar pelo espaço. Os autores escrevem que a sua “pesquisa mostra que o espaço-tempo clássico pode ser levado a satisfazer as condições de energia adicionando uma camada de matéria comum com massa positiva consistente com a relatividade”.
Os cientistas demonstraram no seu modelo que o seu motor de dobra não pode atingir velocidades superiores à velocidade da luz, embora possa aproximar-se desta velocidade (300 mil km/s).
Mesmo que outros cientistas confirmem que a matemática apresentada no novo estudo está correta, os humanos ainda estão muito longe de serem capazes de criar um verdadeiro motor de dobra. Os autores do estudo reconhecem isto e acreditam que os seus resultados podem ser o primeiro passo para voos interestelares rápidos.
Os cientistas acreditam que no futuro será possível criar um verdadeiro motor de dobra espacial que não violaria as regras da física clássica, mas permitiria o movimento em velocidades abaixo da luz através do espaço.
(Fonte)
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