O telescópio U.S. Naval Research Laboratory (NRL) Very Large Array (VLA) Low-band Ionosphere and Transient Experiment (VLITE) confirmou a existência de um novo mas estranho objeto estelar pulsante.
O novo objeto, GPM J1839-10, se comporta como um pulsar, enviando rajadas regulares de energia de rádio. A física por trás dos pulsares sugere que eles parariam de emitir se desacelerassem demais. Quase todos os pulsares identificados exibem um padrão intermitente pelo menos uma vez a cada minuto.
Novo pulsar lento?
O GPM J1839 leva 22 minutos entre pulsos, desafiando nosso conhecimento sobre a física ou objetos capazes de alimentá-lo. Denominado um magnetar de período ultra longo, um tipo raro de estrela com campos magnéticos extremamente fortes que podem produzir poderosas rajadas de energia, esta nova descoberta foi publicada na Nature.
Os magnetares são um tipo de estrela de nêutrons (estrelas incrivelmente densas que sobraram após a explosão de uma supernova) com campos magnéticos superpoderosos. Este magnetar em particular envia um pulso de ondas de rádio a cada 22 minutos como um relógio, e o que é ainda mais estranho é que, de acordo com o que sabemos atualmente sobre esses tipos de estrelas, ela não deveria ser capaz de enviar ondas de rádio.
O VLITE da NRL foi desenvolvido em colaboração com o National Radio Astronomy Observatory em 2014. O VLITE opera no VLA como um instrumento autônomo para estudos ionosféricos e astrofísicos. As 18 antenas da VLITE coletam mais de 6.000 horas de dados por ano, arquivados no NRL.
Inicialmente, o VLITE foi implementado para monitorar constantemente a ionosfera da Terra para estudar os distúrbios que podem afetá-la, como tempestades geomagnéticas, eventos sísmicos e ondas de gravidade. Essa vigilância constante pode detectar blips transitórios e rajadas de ondas de rádio de fontes cósmicas indescritíveis sem observação contínua. A compreensão desses fenômenos pode levar os astrônomos a uma melhor compreensão do Universo.
Em 2022, um grupo de astrônomos em todo o mundo encontrou um objeto estranho no espaço usando um sistema de telescópio diferente. Eles nomearam este objeto GPM J1839-10. Depois de ouvir sobre isso, a equipe do Laboratório de Pesquisa Naval voltou e verificou seus dados e descobriu que também havia captado sinais desse objeto por muitos anos sem perceber o que estava vendo.
O extraordinário sobre esse objeto, GPM J1839-10, é que ele se comporta de maneira diferente de tudo que já vimos antes. “Este objeto enigmático está escondido nos dados há décadas – nós simplesmente não sabíamos que tínhamos que procurá-lo até sua descoberta pelo MWA”, disse a Dra. Simona Giacintucci, astrônoma de pesquisa do NRL. “O GPM J1839-10 emite um pulso de cinco minutos de emissão de comprimento de onda de rádio a cada 22 minutos, e faz isso há pelo menos 33 anos”, acrescentou ela.
Um achado emocionante
“Descobertas como esta são emocionantes porque destacam as lacunas em nossa compreensão da física dessas estrelas extremas conhecidas como magnetares”, disse a Dra. Tracy Clarke, astrônoma de pesquisa do NRL e cientista do projeto VLITE. “O entendimento atual diz que este objeto não deve emitir ondas de rádio, mas estamos detectando-os ao longo de várias décadas e não temos certeza do motivo. Esse é um mistério emocionante”, acrescentou.
Os astrônomos acreditam que o GPM J1839-10 é uma rara estrela de nêutrons com campos magnéticos extremamente poderosos. “A astronomia é uma daquelas profissões bizarras em que não podemos ir até nossos objetos para estudá-los”, disse Clarke. “Estamos interessados em saber quantos deles existem e onde estão. Isso está direcionando pesquisas futuras“, disse ela.
Você pode ver o estudo por si mesmo na revista Nature.
(Fonte)
Colaboração: NINGUEM
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