Há uma infinidade de rumores sobre livros secretos, objetos, relíquias, artefatos históricos, dispositivos misteriosos e outras coisas estranhas escondidas nos museus, armazéns, armários ocultos, cantos e recantos secretos do Vaticano – a casa do papa e o centro da Igreja Católica Romana.
Um que aparece regularmente como sendo uma “máquina do tempo” supostamente é o Cronovisor – um suposto “visualizador do tempo” que pode “ver” o passado, permitindo que seu usuário fotografe imagens como prova.
Por alguma razão, este cronovisor apareceu nos noticiários esta semana. Poderia ser porque os rumores da trama do novo filme de Indiana Jones – ‘Indiana Jones e o Dial of Destiny‘ (“Indiana Jones e o Chamado do Destino”, BR)- têm o personagem de Harrison Ford caçando o Cronovisor? Afinal, está confirmado que algum tipo de viagem no tempo está na trama.
Esta poderia ser uma resposta à onda de vídeos ridículos de viagens no tempo do TikTok? Poderia ser a morte do Papa Bento XVI – que muitos acreditavam que queria levar a Igreja Católica de volta a tempos mais conservadores e que queria voltar a doutrinas, valores e liturgias mais tradicionais? Existe uma conexão entre o tempo involuntário do jovem Joseph Ratzinger na organização da Juventude Hitlerista do Partido Nazista e as longas batalhas de Indiana Jones com os nazistas? Ou poderia a conexão com Benedict ser que o suposto inventor do Cronovisor – Marcello Pellegrino Ernetti – já foi um monge beneditino? Vamos tentar ligar esses pontos e ver o que aparece com o Cronovisor em 2023.
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Estas são apenas algumas das manchetes recentes lembrando as pessoa sem todo o mundo que o Vaticano pode ter uma máquina do tempo que foi usada pelo menos algumas vezes na década de 1950 pelo padre Pellegrino Ernetti. Como um monge beneditino conseguiu conhecimento e tecnologia para inventar e usar o que veio a ser conhecido como cronovisor?
Marcello Pellegrino Ernetti nasceu em 1925 e ingressou na ordem beneditina em 1941 aos 16 anos. Ele era um padre católico apostólico romano, tendo ingressado na ordem beneditina durante a Segunda Guerra Mundial. Como padre, o Ernetti tornou-se exorcista, além de músico, teórico da música e físico. É nessa última capacidade, em conjunção com o fim da guerra, que o padre Ernetti pode ter entrado no mundo das máquinas que viajam no tempo.
Após a guerra, em 1952, Ernetti afirmou que estava trabalhando no Laboratório de Eletroacústica da Universidade Católica quando um gravador emitiu repentinamente o que ele acreditava ser o som da voz de seu pai morto dando-lhe apoio. Ele teria levado isso ao Papa Pio XII em Roma, que lhe disse que o Vaticano poderia usar tal combinação de ciência e fé.
Na década de 1960, Ernetti revelou a outro padre que de alguma forma se tornou membro de um grupo de elite de 12 membros de cientistas e pensadores profundos. De acordo com livros escritos sobre Ernetti, acredita-se que o grupo incluía o famoso físico italiano Enrico Fermi e o famoso ex-nazista que se tornou cientista de foguetes americano Wernher von Braun.
Como um monge se classificou para esta equipe de elite? Acredita-se que ele desenvolveu teorias da física moderna usando a antiga prática do exorcismo, bem como seu conhecimento da teoria da música arcaica. Ernetti disse mais tarde aos jornalistas que ele e os outros 11 (todos desejavam permanecer anônimos e ele só revelou Fermi e von Braun após suas mortes) construíram um dispositivo em meados da década de 1950 com várias antenas, três compostas de metais ‘misteriosos’ que receberam sinais luminosos e sonoros em todos os comprimentos de onda; um ‘localizador de direção’ para sintonizar um horário e local específicos; um monitor tipo TV com uma tela, um teclado e um dispositivo de gravação. Esse dispositivo composto era o Cronovisor.
Ernetti disse mais tarde aos jornalistas que os 12 inventores, físicos e pensadores profundos examinaram a tela e marcaram vários períodos da história. O que ele alegou que eles viram ocorrendo – sem som – foi um mercado na Roma antiga durante a época do imperador Trajano (98-117 d.C.); Cícero (106-43 a.C.) dirigindo-se ao Senado Romano; discursos de Mussolini e Napoleão Bonaparte; uma antiga performance de Thyestes, uma peça perdida de Quintus Ennius, um dos autores mais importantes de Roma; e, para seus companheiros católicos, os quatro últimos dias de Jesus desde a Última Ceia até o fim da crucificação.
À medida que a notícia da alegada máquina do tempo se espalhou, Ernetti divulgou o texto em latim da peça perdida de Quintus Ennius como prova. Isso pode ter sido suficiente para os verdadeiros crentes, mas os céticos exigiam mais. Então, em 1972, ele deu à revista italiana La Domenica del Corriere para publicação uma suposta imagem Cronovisor de Jesus crucificado.
Infelizmente, essa foto pode ter causado a queda do padre Ernetti. Um leitor da história reconheceu a foto como uma imagem reversa de uma escultura em madeira do rosto de Jesus tirada de um cartão postal. O padre Ernetti foi acusado de inverter a imagem, distorcê-la, torná-la borrada e fazê-la passar por prova. Uma investigação mais aprofundada apontou que as palavras latinas supostamente da peça perdida não apareceram até cerca de 250 anos depois, e algumas foram mal utilizadas. Ernetti mais tarde admitiu que a foto era falsa e em uma confissão no leito de morte disse que havia construído o Cronovisor com a ajuda de um assistente, mas que eles não conseguiram fazê-lo funcionar.
Apesar das revelações do padre Ernetti, muitas pessoas acreditam que foi uma história de capa e que o verdadeiro Cronovisor existe, funcionou e está armazenado em algum lugar nas profundezas dos cofres do Vaticano, onde é ocasionalmente usado até hoje. Se sim, poderia ter sido usado pelo Papa Bento XVI?
Joseph Ratzinger era apenas dois anos mais novo que Pellegrino Ernetti e passou por muitos dos mesmos eventos que antecederam e durante a Segunda Guerra Mundial – embora do lado alemão. Como educador jesuíta, Pe. Ratzinger foi um pensador, mas não um físico. Quando ele foi surpreendentemente eleito papa, ele adotou o nome de “Bento” em homenagem a Bento XV, que foi papa durante a Primeira Guerra Mundial, e a São Bento de Núrsia, que foi o fundador dos mosteiros beneditinos. Bento XVI será mais conhecido por deixar seu cargo em vez de servir até a morte. Ele poderia ter usado o cronovisor para tomar essa decisão – o que não era feito há 600 anos? Talvez tenhamos que esperar que outros registros secretos se tornem públicos para descobrirmos.
Se o Chronovisor existe, seu guardião do Vaticano está dando dicas para impedir que os católicos sigam os viajantes do tempo do TikTok? Isso é crível – especialmente com a Igreja Católica perdendo membros.
O cronovisor é uma peça importante da trama em “Indiana Jones e o Chamado do Destino”? Embora possa ajudar a realizar algumas das cenas de flashback do filme, teremos que esperar até o lançamento em 30 de junho para descobrir.
Embora pareça que não nos cansamos delas, por que as histórias sobre o Chronovisor estão surgindo em 2023? Se ao menos tivéssemos um dispositivo que pudesse responder a essa pergunta.
(Fonte)
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