Possível sinal de vida em Marte? NASA faz descoberta intrigante

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Desde seu pouso em Marte, o jipe-sonda Curiosity da NASA vem acumulando novas descobertas interessantes. Mas sua descoberta mais nova pode acabar sendo o santo graal das descobertas planetárias.

O jipe-sonda Curiosity da NASA perfurou um buraco na Cratera Gale de Marte, e o pó desse buraco estava enriquecido em carbono-12. NASA/Caltech-JPL/MSSS.

O robô do tamanho de um carro detectou recentemente uma assinatura de carbono em amostras de rochas da superfície de Marte. Essa mesma assinatura está associada a processos biológicos na Terra e pode indicar que há alguma forma de vida no Planeta Vermelho.

Mas antes de chamar isso de assinatura da vida, os cientistas estão tentando entender o que mais pode estar por trás do carbono em Marte. Evidências crescentes sugerem que Marte pode ter sido habitável em algum momento de seu passado, com água em sua superfície e temperaturas mais quentes.

Os resultados foram detalhados em um estudo publicado terça-feira no Proceedings of the National Academy of Sciences.

Várias missões investigaram Marte em busca de sinais de vida microbiana antiga. Mas os cientistas ainda não confirmaram a vida em Marte e ainda estão esperando por evidências definitivas para dizer que de fato existe vida além da Terra.

Paul Mahaffy, investigador principal do laboratório de química Sample Analysis at Mars (SAM) no Curiosity, disse em um comunicado:

“Estamos encontrando coisas em Marte que são tentadoramente interessantes, mas realmente precisaríamos de mais evidências para dizer que identificamos vida. Então, estamos analisando o que mais poderia ter causado a assinatura de carbono que estamos vendo, se não a vida.”

O jipe-sonda então usou o instrumento Tunable Laser Spectrometer (TLS) dentro do laboratório SAM para analisar as amostras. Os cientistas por trás da missão aqueceram as amostras a cerca de 800 graus Celsiu para liberar os gases no seu interior.

Eles então mediram os isótopos das amostras e encontraram assinaturas de carbono. Quase metade das amostras tinham quantidades surpreendentemente grandes de carbono-12 em comparação com o carbono encontrado na atmosfera de Marte. Na Terra, o carbono é encontrado em toda a vida. Os seres vivos na Terra usam átomos de carbono-12 para metabolizar alimentos ou para fotossíntese.

Andrew Steele, pesquisador do Curiosity e cientista baseado na Carnegie Institution for Science em Washington, DC, disse em um comunicado:

“Há uma grande parte do ciclo do carbono na Terra que envolve a vida e, por causa da vida, há uma parte do ciclo do carbono na Terra que não podemos entender, porque em todos os lugares que olhamos há vida.”

De onde vem o carbono?

Os cientistas por trás da descoberta estão investigando três cenários diferentes que podem ser responsáveis ​​pelo carbono.

3. O primeiro cenário sugere que o carbono pode resultar da interação da luz ultravioleta com o gás dióxido de carbono na atmosfera de Marte, produzindo novas moléculas contendo carbono que mais tarde se estabeleceram na superfície do planeta.

2. Enquanto isso, um segundo cenário sugere que em algum momento de sua história inicial, cerca de cem milhões de anos atrás, o Sistema Solar passou por uma gigantesca nuvem molecular rica no tipo de carbono encontrado na superfície de Marte.

1. E, finalmente, o terceiro cenário sugere vida. Os cientistas acreditam que antigos organismos semelhantes a bactérias poderiam ter sido produzidos por bactérias antigas, que liberavam metano na atmosfera, onde a luz ultravioleta teria convertido esse gás em moléculas maiores e mais complexas.

As novas moléculas teriam chovido na superfície e preservado sua assinatura distinta de carbono nas rochas marcianas.

Christopher House, cientista do Curiosity da Penn State University e principal autor do estudo, disse em comunicado:.

“Todas as três explicações se encaixam nos dados. Nós simplesmente precisamos de mais dados para descartá-los ou acatá-los.”

O que vem a seguir

Os cientistas ainda estão tentando entender o ciclo do carbono em Marte.

O jipe-sonda Curiosity da NASA pousou na Cratera Gale em 6 de agosto de 2012 e tem percorrido o terreno marciano desde então.

Ele continuará a medir isótopos de carbono em diferentes locais que também podem ter rochas bem preservadas para ver se existem assinaturas semelhantes em outros lugares de Marte.

As descobertas do Curiosity também ajudarão seu sucessor, o Perseverance, que pousou em Marte em fevereiro de 2021, a procurar amostras marcianas para coletar.

Steele disse:

“Definir o ciclo do carbono em Marte é absolutamente fundamental para tentar entender como a vida pode se encaixar nesse ciclo. Fizemos isso com muito sucesso na Terra, mas estamos apenas começando a definir esse ciclo para Marte.”

(Fonte)


Há uma velha piada que pode ilustrar o que está ocorrendo com a NASA antes de dar a notícia de confirmação de sinais de vida fora da Terra. Trata-se da piada do gato no telhado. Para quem não a conhece, ela é mais ou menos assim:

Um casal dedicava especial atenção e carinho a um gato de estimação. Quando fizeram uma longa viagem de férias, deixaram o gato sob os cuidados da empregada. Após alguns dias, a madame ligou e perguntou sobre como estava o gato.

A empregada, então, respondeu:  – Seu gato morreu.

A madame, nervosa e desesperada, entrou em pânico. O marido, também chocado, repreendeu a empregada, dizendo-lhe que deveria ter sido mais cuidadosa e sensível ao dar a notícia. Ele a instruiu sobre uma forma mais sutil de transmitir tais acontecimentos: — Você poderia começar dizendo ‘o gato subiu no telhado’. Depois diria que ele se desequilibrou. Em seguida, que caiu do telhado e acabou não resistindo à  queda. Seria mais sensível.

Semanas depois, estando ainda de férias, a madame ligou novamente para a empregada e perguntou-lhe se tudo estava bem. A empregada, cuidadosamente, respondeu-lhe:

As coisas estão indo muito bem, mas sua mãe subiu no telhado…”

Pois tenho a impressão de que a NASA, sendo apropriadamente instruída por “alguém”, está tratando o público em geral como a madame em viagem, nos contando as notícias de forma “mais sutil”.

Será mesmo que desta vez haverá uma continuação tão esperada para o caso do “gato que subiu no telhado”?

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