David A. Weintraub, professor de astronomia na Universidade de Vanderbilt, levanta uma questão para a qual ainda não temos respostas, mas sim muitas especulações a respeito:
Durante suas vidas, os astrônomos provavelmente descobrirão evidências sólidas da existência ou da extrema raridade da vida no universo.
Em meu novo livro “Religions and Extraterrestrial Life: How Will We Deal With It?” (Religiões e Vida Extraterrestre: Como Lidaremos com Isso?”, em título de tradução livre), discuto as descobertas de planetas ao redor de outras estrelas, a possível descoberta de vida nesses planetas em um futuro muito próximo e o impacto potencial dessas descobertas em nossas muitas religiões diferentes.
Porque agora?
Na década de 1990, os astrônomos começaram a aperfeiçoar as ferramentas e técnicas para encontrar planetas ao redor de outras estrelas. Então eles começaram a encontrar planetas. Agora, eles são muito bons em fazer exatamente isso. A missão Kepler da NASA identificou milhares de planetas extrasolares.
Espera-se que a missão GAIA da ESA, lançada em 2013, encontre dezenas de milhares de outros. O número de projetos e missões espaciais dedicados e planejados para encontrar planetas está na casa das centenas. No final deste século, os astrônomos terão reunido catálogos que incluem as localizações celestes de milhões de planetas.
Encontrar planetas extrasolares é o aperitivo. Estudá-los é a refeição principal. E o que vamos servir para o jantar? Talvez a descoberta mais importante na história da exploração humana: a descoberta de vida extraterrestre.
E para sobremesa? Simplesmente o significado da vida e a oportunidade de sondar nossas teologias religiosas em busca de novos significados no contexto de reconhecer que o Deus que criou os humanos no planeta Terra também criou Klingons e Wookies em outras partes do universo.
Quando a maioria das pessoas pensa em extraterrestres, elas pensam em ET ligando para casa. E quanto ao ET orando? O ET poderia praticar sua religião? Se você pudesse pegar uma carona com Luke Skywalker e Han Solo no Millennium Falcon e chegar a uma parte distante de uma galáxia muito, muito longe da Terra, sua religião ainda faria sentido?
Vejamos um exemplo teológico. Você é um membro da fé islâmica e, portanto, tem certas obrigações religiosas, os pilares de sua fé. Isso inclui olhar na direção de Meca enquanto ora e realiza uma peregrinação a Meca.
Esses deveres religiosos são desafiadores na Terra, já que o lugar onde você mora pode ser separado de Meca por oceanos, montanhas e desertos em uma vasta extensão na superfície curva de um planeta esférico.
Mas eles são controláveis. Para seres sencientes que vivem a centenas de milhões de anos-luz de Meca, cumprir essas obrigações seria quase certamente impossível.
Muitos estudiosos muçulmanos concordam que os extraterrestres podem e provavelmente existem, e que esses seres sencientes se submeteriam à vontade de Alá; entretanto, esses outros extraterrestres não seriam seguidores da religião profeticamente revelada do Islã. Em seus próprios mundos, eles teriam seu próprio profeta, seus próprios pilares da fé, sua própria religião.
Outro exemplo: a alma de um jainista pode transmigrar para o corpo de um ser físico em qualquer lugar do universo, permitindo assim que o Jainismo seja uma religião universal, não importa o tamanho do universo.
A vida como humanos na Terra, no entanto, é a única oportunidade para os jainistas se livrarem de seu carma e escapar do ciclo de morte e renascimento. Portanto, para os jainistas, a Terra parece ter uma importância incomparável.
Algumas outras religiões têm seus próprios preconceitos terrestres, enquanto certas religiões parecem ser mais universais por natureza.
Pensar se um determinado conjunto de práticas ou crenças religiosas faria sentido em um planeta diferente pode ser um exercício valioso para nos compreendermos.
(Fonte)
Aqui está um tema que por mais que opinemos a respeito, tudo não passará de meras especulações até que tenhamos contato direto com possíveis raças de extraterrestres. Mas, como especulação, desconfio que a religião possa ser uma característica de seres que ainda não são muito íntimos, assim por dizer, com o Universo e quem o criou.
Será que estou errado? …Provavelmente sim.
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