“Precisamos falar sobre OVNIs novamente” – The Washington Post

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O artigo abaixo foi publicado em primeiro de abril passado no The Washington Post, mas, como o próprio editor do artigo, Daniel Drezner diz, não foi uma piada referente àquele dia. O artigo trata de algo realmente sério:

Crédito da ilustração: depositphotos

A equipe trabalhadora aqui do Spoiler Alerts provavelmente escreveu cerca de 2.000 colunas desde que chegou ao The Washington Post. Entre aqueles que geraram um fluxo constante de respostas estava um de 2019 intitulado “UFOs exist and everyone needs to adjust to that fact” (“OVNIs existem e todos precisam se ajustar a esse fato”). Essa coluna não disse que os alienígenas visitaram a Terra. Entre as coisas que ela disse foi que literalmente existem objetos voando que ninguém, inclusive os pilotos da Marinha dos Estados Unidos, pode identificar, e temos que decifrar o que isso significa.

Nos dois anos desde que essa coluna apareceu, o governo dos EUA continua na ponta dos pés em direção à normalização da ideia de objetos voadores não identificados (OVNIs). No ano passado, o Departamento de Defesa tornou público três vídeos (um gravado em 2004 e os outros dois em 2015) de pilotos da Marinha dos EUA vendo algo e não tendo ideia do que era. Em seu comunicado à imprensa, o Pentágono disse: “os fenômenos aéreos observados nos vídeos permanecem caracterizados como ‘não identificados’’’, colocando assim o NI em OVNI.

O Pentágono foi mais longe em agosto de 2020, anunciando o estabelecimento de uma Força-Tarefa de Fenômenos Aéreos Não Identificados (UAP – sigla em inglês para ‘Fenômenos Aéreos Não Identificados’). Além de desenvolver uma nova sigla que é menos carregada do que OVNI, o Pentágono explicou:

“A missão da força-tarefa é detectar, analisar e catalogar UAPs que podem representar uma ameaça à segurança nacional dos EUA.”

Então, há 10 dias, o ex-diretor de inteligência nacional John Ratcliffe foi à Fox News e fez um monte de afirmações sobre o que a comunidade de inteligência dos EUA sabia sobre os UAPs (OVNIs), incluindo que um relatório do Pentágono seria lançado em breve revelando ainda mais informações. De acordo com Tamar Lapin e Jackie Salo do New York Post, ele disse à apresentadora Maria Bartiromo:

“Há muito mais avistamentos do que os divulgados. Alguns deles foram desclassificados.

E quando falamos sobre avistamentos, estamos falando de objetos que foram vistos por pilotos da Marinha ou da Força Aérea, ou foram captados por imagens de satélite que francamente se envolvem em ações difíceis de explicar. Movimentos difíceis de replicar e para os quais não temos tecnologia. Ou viajando a velocidades que excedem a barreira do som sem um estrondo sônico.”

Ainda assim, parece que em junho haverá um relatório oficial do governo dos EUA reconhecendo a existência de OVNIs ou UAPs ou como você quiser chamá-los.

É cada vez mais respeitável reconhecer que fenômenos aéreos não identificados são algo real. Mas isso leva a algumas perguntas de acompanhamento. Essa evidência aponta para a perspectiva de observação extraterrestre de nosso planeta? Em caso afirmativo, como devemos nos sentir sobre isso?

Não vou especular sobre a primeira questão além de observar que se os astrofísicos de Harvard estão fazendo essa sugestão sobre fenômenos interestelares, talvez precisemos pelo menos considerar a possibilidade de que esses UAPs também possam ser extraterrestres na origem.

A questão mais interessante é como devemos responder a isso. Tem havido uma apreensão crescente por parte de algumas pessoas muito espertas sobre o contato com extraterrestres. Em 2010, Stephen Hawking disse ao Discovery Channel:

“Se os alienígenas nos visitarem, o resultado será muito semelhante ao de quando Colombo desembarcou na América, o que não foi bom para os nativos americanos.”

(Assista vídeo publicado por mim falando sobre isto, clicando aqui. -n3m3)

Da mesma forma, o físico Mark Buchanan argumentou em 2016:

“Qualquer civilização que detecte nossa presença provavelmente é tecnologicamente muito avançada e pode não estar disposta a nos tratar bem. No mínimo, a ideia parece moralmente questionável.”

Se os UAPs são extraterrestres, entretanto, este é um cenário diferente: não são humanos contatando extraterrestres, mas sim aqueles extraterrestres nos observando ativamente. Além disso, eles parecem estar fazendo isso de uma forma que não é destrutiva.

Isso é promissor! A observação sem a intenção de destruir sugere uma civilização que é muito menos violenta do que, digamos, os conquistadores espanhóis.

Além disso, pode ser melhor para a segurança nacional dos EUA se esses UAPs forem ETs. O senador Marco Rubio (R-Fla.) disse ao New York Post:

“Francamente, se for algo de fora deste planeta – isso pode realmente ser melhor do que o fato de que vimos algum salto tecnológico em nome dos chineses ou dos russos, ou algum outro adversário que lhes permita conduzir esta atividade.”

Recebo a preocupação dos físicos de que extraterrestres tecnologicamente avançados podem se comportar como civilizações humanas poderosas o fizeram no passado. Mas talvez os físicos preocupados devam se envolver um pouco mais com os cientistas sociais. O pressuposto é que civilizações poderosas e tecnologicamente avançadas agirão de maneira destrutiva. Isso é possível, mas talvez as civilizações que recompensam o empreendedorismo destrutivo tenham menos probabilidade de gerar os recursos tecnológicos para viagens interestelares. E se esses UAPs são ETs, talvez haja mais esperança para relações interestelares do que os cientistas ou a ficção científica imaginam.

(Fonte)

Colaboração: Edson Silva


Os pensamentos finais de Daniel Drezner em seu artigo acima são algo para realmente se considerar. É muito óbvio que se possíveis civilizações extraterrestres realmente estão nos visitando, e este parece ser o caso por milhares de anos, e quisessem nos destruir, já o teriam feito há muito tempo, muito antes mesmo de podermos desenvolver armamentos nucleares. Afinal, de que valeria um planeta completamente contaminado por radiação nuclear após um conflito entre mundos?

Mas certamente isto não significa que as intenções desses possíveis visitantes seriam das mais nobres, pois para se dominar todo um planeta sem destruir suas edificações basta “atacar” de forma inteligente seu ponto mais fraco: a ganância de seus líderes políticos.

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