Há um número surpreendente de casos em que OVNIs parecem ter caído do céu para se espatifar na Terra. Parece que às vezes esses supostos alienígenas têm suas próprias dificuldades técnicas ou incidentes, que por quaisquer razões servem para trazê-los até nós em nosso reino. Um caso muito estranho disso, supostamente, aconteceu no Brasil, onde uma estranha nave teria se espatifado no mar, deixando destroços para trás, pedaços dos quais passaram a se tornar algumas das evidências alienígenas mais extensivamente analisadas e discutidas de forma acalorada até hoje. No entanto, a história de como esses fragmentos de um OVNI chamaram nossa atenção é quase tão estranha.
Tudo começou com uma estranha correspondência. Em setembro de 1957, Ibrahim Sued, colunista de sociedade do jornal carioca O Globo, recebeu uma carta bastante bizarra e enigmática para dizer o mínimo. O remetente alegou que se tratava de um simples pescador que, enquanto estava com alguns amigos na Praia da Toninha, em Ubatuba, no estado de São Paulo, Brasil, teve uma experiência bizarra com um OVNI que caiu no mar. O remetente descreve a si mesmo como tendo sido um cético sobre essas coisas no passado, mas agora um crente depois do que tinha visto, e como prova ele até mesmo ofereceu evidências físicas, que estavam ali no envelope com a carta. O nome na carta era ilegível e impossível de decifrar, mas esta testemunha anônima escreveeu:
Caro Sr. Ibrahim Sued. Como leitor fiel de sua coluna, e admirador seu, gostaria de lhe dar, como jornalista, um “furo” a respeito dos discos voadores. Se você acredita que eles são reais, é claro. Não acreditei em nada dito ou publicado sobre eles. Mas há poucos dias fui forçado a mudar de ideia. Eu estava pescando junto com vários amigos, em um lugar perto da cidade de Ubatuba, São Paulo, quando avistei um disco voador! Aproximava-se da praia a uma velocidade inacreditável e um acidente, ou seja, uma batida no mar, parecia iminente. No último momento, porém, quando parecia que estava quase atingindo as águas, fez uma curva acentuada para cima e subiu rapidamente em um impulso fantástico.
Espantados, acompanhamos o espetáculo com os olhos, quando vimos o disco explodir em chamas. Ele se desintegrou em milhares de fragmentos de fogo, que caíram cintilando com um brilho magnífico. Pareciam fogos de artifício, apesar da hora do acidente, no meio do dia, ou seja, ao meio-dia. A maioria dos fragmentos, quase todos, caiu no mar. Mas uma série de pequenos pedaços caíram perto da praia e pegamos uma grande quantidade desse material – que era leve como papel. Estou anexando uma amostra disso. Não conheço ninguém em quem eu possa confiar para enviá-lo para análise. Nunca li sobre um disco voador sendo encontrado, ou sobre fragmentos ou partes de um disco que foram recolhidos. A menos que a descoberta tenha sido feita por autoridades militares e a coisa toda mantida como um assunto ultrassecreto. Tenho certeza de que o assunto será de grande interesse para o brilhante colunista e estou enviando duas cópias desta carta – para o jornal e para o seu endereço residencial.
No envelope havia várias tiras de um material metálico cinza fosco que parecia estar chamuscado ou um pouco oxidado, liso, mas com uma quantidade perceptível de desgaste, e que estava todo polvilhado com uma fina película de uma substância em pó que parecia um pouco com resíduo de carvão quimado.
Sem saber o que fazer com a carta e suas amostras misteriosas, Sued apenas imprimiu a carta no jornal por curiosidade, depois colocou as peças misteriosas de metal bizarro de lado e meio que as ignorou até ser contatado por um Olavo T. Fontes, um médico carioca e representante brasileiro da Aerial Phenomenon Research Organization – APRO (Organização de Pesquisa de Fenômenos Aéreos), que soube da carta por meio de sua publicação no jornal. Fontes veio ao Brasil e deu uma olhada nas amostras, chegando à conclusão inicial de que uma estava trincada e tinha fissuras sugerindo que havia sido ejetada com força de um objeto maior, e presumiu-se que o resultado era a substância esbranquiçada das peças submetidas a um calor intenso.
Sued se ofereceu para liberar as peças estranhas para Fontes, que as retirou para análise no Laboratório de Produção Mineral. O próprio Fontes diria dos objetos em um relatório para a APRO em Tucson, Arizona:
Foi constatado através de uma bateria de diferentes testes que o metal das amostras continha apenas o elemento magnésio, incrivelmente puro, o que com nossas técnicas de metalurgia deveria ter sido impossível, pois simplesmente não temos os meios para criar um metal que seja absolutamente espectrograficamente puro. Duas outras análises espectrográficas revelaram os mesmos resultados, e o trabalho de difração de raios-X realizado no Laboratório de Cristalografia da Divisão de Geologia e Mineralogia do departamento também descobriu que as amostras eram magnésio extremamente puro, de um tipo não encontrado na natureza e além de nossa capacidade de criar, o que levou Fontes a chegar à conclusão de que as amostras eram “fragmentos” de um veículo extraterrestre que se deparou com um desastre na atmosfera terrestre.
O diretor da APRO, Coral Lorenzen, ficou tão animado com as descobertas que escreveu ao porta-voz OVNI do Pentágono, Maj. da Força Aérea Lawrence J. Tacker, dizendo-lhe dramaticamente:
Tudo em maiúsculas, muito animado mesmo. A Força Aérea recebeu uma das amostras, mas infelizmente ela foi destruída acidentalmente enquanto estava sendo preparada para análise. Eles solicitaram outra amostra, mas como uma das outras peças também havia sido destruída pelos testes feitos nela, havia apenas um fragmento restante e eles não estavam dispostos a se separar dele. Em vez disso, trancaram-no em um cofre. Em 1967, a APRO. a contragosto, permitiu que a peça fosse levada para análise, mas isso se provaria inconclusivo e produziria resultados conflitantes, com um laboratório dizendo que o magnésio não era tão puro como originalmente afirmado e “não tão puro quanto os espécimes de magnésio disponíveis na década de 1950”, enquanto outro afirmava que “a peça foi produzida por meio de um processo desconhecido quando os fragmentos foram recuperados”.
No final das contas, a amostra era muito pequena para realmente dizer muito e criou mais perguntas do que respostas, deixando-a como um mistério anômalo. O engenheiro metalúrgico da Universidade do Arizona, Walter W. Walker, disse sobre o fragmento:
Tudo parece muito empolgante, porque essas supostas peças de uma nave estelar foram analisadas com tanto cuidado e pareceram tão promissoras, mas o fato é que nunca foram provadas como uma coisa ou outra. Além disso, embora haja mais peças que dizem existir em algum lugar, elas parecem ter desaparecido, e se tornaram uma espécie de Santo Graal dentro da comunidade OVNI.
Devemos também enfrentar a dura verdade de que toda a história se baseia em uma carta anônima, sem como verificar quem foi o remetente, o que ele realmente viu, ou mesmo se ele é quem disse ser. Todo o caso é construído com base nesta carta e seu conteúdo misterioso, mas nem sabemos de onde veio e não há testemunhas de primeira mão com quem falar.
Ficamos nos perguntando quanta veracidade o caso tem, e o que exatamente esses fragmentos misteriosos eram, se é que existiam. O que os resultados significam? Não há como saber realmente, porque não há mais nada para testar que saibamos.
Quem mandou a carta? Novamente, um mistério. Este é um caso que sem dúvida servirá para alimentar o debate e a especulação por algum tempo, e é um daqueles casos frustrantes em que parecemos tão próximos da prova, mas acabamos com apenas outro enigma que provavelmente nunca encontrará um resposta concreta.
(Fonte)
Pelo que lembro, há outras versões da história e este é somente mais um dos vários pontos de vista expressados por alguns membros da comunidade OVNI nos EUA. Há quem diga que, recentemente, mais amostras foram dadas para a To The Stars Academy a sim de que fossem analisadas.
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