Com todo esse alvoroço atual a respeito de rochas espaciais que podem atingir a Terra, aqui estão informações um tanto desconfortantes, mas que realmente só se resumem em dados. Nada para se preocupar… ainda:
Um estudo (2019) da Universidade de Southampton descobriu que o número de asteroides que atingem a Terra e a Lua aumentou em até três vezes nos últimos 290 milhões de anos.
Pesquisadores se voltaram para a Lua em busca de respostas sobre o desenvolvimento da taxa de impacto de asteroides da Terra. Anteriormente, os cientistas usavam crateras na Terra para determinar a idade e a taxa de impacto, no entanto, a erosão e outros processos geológicos provavelmente mudaram essas crateras ao longo do tempo, afetando, assim, as estimativas de idade. A Lua, por outro lado, é atingida por asteroides na mesma proporção que a Terra e não é afetada por processos terrestres, como as placas tectônicas em movimento.
O co-autor e especialista em asteroides do Instituto de Pesquisas do Sudoeste, de Boulder, Colorado (EUA), William Bottke, disse:
O único obstáculo para fazer isso foi encontrar uma maneira precisa de datar grandes crateras na Lua.
No entanto, a equipe conseguiu fazer isso usando dados e imagens térmicas da Lua, coletadas pelo Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO) da NASA. O radiômetro térmico da LRO revelou como o calor irradia da superfície da Lua e como as rochas maiores emitem mais calor do que as menores.
A co-autora Rebecca Ghent, cientista planetária da Universidade de Toronto e do Instituto de Ciência Planetária de Tucson, Arizona, conseguiu calcular a taxa na qual as rochas da Lua se decompõem no solo. Ela descobriu que o número de rochas maiores ao redor de uma cratera se correlaciona com a idade da cratera – as crateras mais jovens são frequentemente cobertas por rochas e pedregulhos, enquanto as rochas dentro e ao redor de crateras mais antigas têm sido desgastadas ao longo dos anos por chuvas constantes de meteoros. Usando sua técnica, a equipe datou todas as crateras lunares com menos de um bilhão de anos.
Depois de comparar as idades das crateras na Lua com as da Terra, a equipe descobriu que as idades das crateras são semelhantes.
Bottke disse:
Isso significa que a Terra tem menos crateras mais antigas em suas regiões mais estáveis, não por causa da erosão, mas porque a taxa de impacto foi menor antes de 290 milhões de anos atrás.
O co-autor do estudo, Dr. Thomas Gernon, professor associado de ciências da terra na Universidade de Southampton, acrescentou:
Provar que menos crateras na Terra significava menos impactos – em vez de perda por erosão – representava um desafio formidável.
Gernon percebeu que as crateras mais antigas ainda deveriam existir devido ao fato de que vulcões de diamante extintos chamados tubos de kimberlita que se formaram nos últimos 650 milhões de anos ainda estão intactos. Por causa disso, as antigas crateras de asteroides também devem estar intactas. Mas, como não estão, isso significa que poucas crateras se formaram antes de 290 milhões de anos atrás.
A taxa de formação de crateras causada por ataques de asteroides triplicou nos últimos 290 milhões de anos, e a razão para isso ainda é desconhecida. Mas a equipe supõe que o aumento nos impactos de asteroides poderia ter sido causado por grandes colisões ocorridas no principal cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter, há mais de 290 milhões de anos. Portanto, os detritos dessas colisões poderiam ter atingido o sistema solar interno e entrado em contato com a Lua e a Terra.
(Fonte)
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A Terra foi bombardeada por inúmero meteoros há 790.000 anos
A Terra sofreu uma tempestade de vários impactos de meteoros há 790.000 anos, segundo um estudo. Pesquisadores reuniram seus dados a partir da análise de tectitos, pedaços de vidro natural formado como material da Terra e elevado à atmosfera por impactos de asteroides e aquecimentos na reentrada.
Pesquisadores da Universidade de Heidelberg examinaram os restos de impacto do tamanho de cascalho usando uma nova técnica de datação. O material foi coletado em vários locais em todo o mundo, inclusive na Austrália, Canadá, América Central e Ásia. Os pesquisadores ficaram surpresos ao descobrir que, apesar de essas amostras possuírem composições químicas radicalmente diferentes, todas pareciam ter aproximadamente a mesma idade. Isso sugere fortemente que uma série de impactos ocorreu em toda a Terra ao mesmo tempo.
Os pesquisadores mediram os níveis de vários isótopos nas rochas, em um esforço para determinar a idade dos impactos. Um novo método de medir níveis de isótopos de argônio permitiu que os investigadores medissem a idade desses tectitos com precisão incomparável. A análise revelou uma idade para esses artefatos de 793.000 anos, mais ou menos 8.000 anos.
Mario Trieloff, da Universidade de Heidelberg, disse:
É assim que sabemos quando, onde e com que frequência os projéteis atingiram a Terra e qual o tamanho deles.
A cratera de Darwin, na Tasmânia, com cerca de 1,15 km de diâmetro, provavelmente foi formada por um desses impactos associados. O meteoro responsável por essa bacia tinha pelo menos 1,6 quilômetros de diâmetro, resultando em uma explosão igual a um milhão de megatons de TNT. Isso é 20.000 vezes mais potente que a maior bomba de hidrogênio já desenvolvida. Os investigadores acreditam que este evento resultou na formação de terremotos e incêndios em áreas a centenas de quilômetros do local do impacto. Essa explosão também levantou grandes quantidades de poeira no ar, impedindo a luz solar de atingir a superfície do planeta, causando a morte das plantas.
A química dos tectitos recuperados da Austrália, Canadá e Antártica era semelhante entre si, sugerindo uma única ‘trajetória de voo’ para os impactadores extraterrestres. Os espécimes da América Central eram quimicamente únicos, sugerindo uma fonte diferente.
Pesquisas anteriores forneceram evidências de que uma série de impactos ocorreu em todo o mundo aproximadamente um milhão de anos antes do nosso tempo. Alguns desses eventos antigos criaram tectitos que existem até os dias modernos.
(Fonte)
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