Cientistas podem ter procurado por vida alienígena nos lugares errados.
Os astrônomos conseguiram descartar a vida em uma classe inteira de exoplanetas. A pesquisa, publicada segunda-feira (19) na revista Nature, analisou especificamente o exoplaneta LHS 3844b – um pequeno planeta rochoso que orbita uma estrela semelhante ao nosso Sol. O estudo descobriu que esse exoplaneta em particular é muito quente para suportar uma atmosfera, e a Scientific American (SciAm) relata que os cientistas por detrás do estudo suspeitam que mundos similares também o são.
Se estes exoplanetas rochosos, aproximadamente do tamanho da Terra, que orbitam estrelas anãs vermelhas parecidas com o Sol, são ou não bons candidatos para a vida alienígena é um debate em curso entre os astrônomos, de acordo com o SciAm. Mas essa nova pesquisa pode ter colocado o prego final no caixão, pelo menos para exoplanetas que orbitam suas estrelas tão proximamente quanto o LHS 3844b.
O estudo descobriu que o exoplaneta orbita sua estrela da mesma forma como a Lua orbita a Terra – o mesmo lado está sempre voltado para dentro. Esse lado voltado para a estrela do planeta fica a uma torrefação de 767 graus Celsius, enquanto o outro lado está mais de mil graus mais frio, descansando a -273 ° C.
Se o exoplaneta tivesse uma atmosfera habitável, essas temperaturas extremas podem ter se misturado para formar um clima mais temperado em todo o planeta. Mas os astrônomos por trás do estudo concluíram que planetas quentes e rochosos como o LHS 3844b não suportam uma atmosfera e, portanto, não podem suportar a vida.
“Para ter a vida como a conhecemos, você precisa de água líquida”, disse Abraham Loeb, astrônomo do Centro de Astrofísica da Universidade de Harvard e da Smithsonian Institution, que trabalhou no estudo, à SciAm. “Para ter água líquida, você precisa de uma atmosfera.”
Isso é uma má notícia para os cientistas que apostaram na busca por vida alienígena nessa classe particular de exoplanetas, mas a longo prazo isso poderia ajudar os cientistas a diminuir sua busca. Se alguma coisa, esta descoberta pode dar aos cientistas uma melhor compreensão do que se encaixa e não se enquadra na zona habitável, que é o intervalo de distâncias a partir do qual um exoplaneta pode orbitar sua estrela e ainda potencialmente suportar a vida.
“A descoberta da falta de uma atmosfera neste planeta não torna menos provável que os planetas na zona habitável tenham uma atmosfera”, disse Tiffany Jansen, uma astrônoma da Universidade de Columbia (EUA) que não contribuiu para o novo estudo.
Laura Kreidberg, outra astrônoma de Harvard que trabalhou na pesquisa, disse ao SciAm que está esperando por esses planetas. Isso porque os fatores que criam e eliminam atmosferas exoplanetárias ainda são pouco compreendidas e permanecerão assim até o futuro Telescópio Espacial James Webb ser implantado.
“Se você fosse um alienígena olhando para o nosso sistema solar e visse Mercúrio, seria um pouco desanimador”, disse ela ao SciAm.
(Fonte)
Tudo não passa de hipóteses, pois, com os métodos de observação atuais, há margem para muito erro. Além disso, embora eles falem da “vida tal como a conhecemos”, esta mesma vida já se provou resiliente aqui na Terra, vivendo em locais anteriormente considerados pela ciência impossíveis de abrigar a vida.
Quem realmente sabe que tipo de vida pode existir lá fora neste vasto Universo? Nem eles, nem ninguém… ainda.
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