Domingo passado (23) foi publicado aqui no OH um artigo sobre a detecção inesperada de gás metano em Marte, que pode ser um indicador da existência de vida. Agora um novo teste confunde a NASA:
A equipe da Curiosity realizou um experimento de metano no final de semana passado. Os resultados foram divulgados na manhã de segunda-feira: os níveis de metano diminuíram drasticamente, com menos de uma parte por bilhão em volume detectado. Esse é um valor próximo aos níveis que o Curiosity vê o tempo todo.
A descoberta sugere que a detecção de metano da semana passada – a maior quantidade do gás que Curiosity já encontrou – foi uma das colunas de metano transientes que foram observadas no passado. Enquanto os cientistas observaram os níveis subir e descer sazonalmente, eles não encontraram um padrão na ocorrência dessas colunas transitórias.
Ashwin Vasavada, cientista do projeto Curiosity no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, Califórnia, disse:
O mistério do metano continua. Estamos mais motivados do que nunca a medir e unir nossos cérebros para descobrir como o metano se comporta na atmosfera marciana.
O Curiosity não tem instrumentos que possam dizer definitivamente se a fonte do metano é biológica ou geológica. Uma compreensão mais clara dessas emissões, combinada com medições coordenadas de outras missões, poderia ajudar os cientistas a determinar onde elas estão localizados em Marte…
Paul Mahaffy, do Goddard Spaceflight Center da NASA em Greenbelt, Maryland, disse:
Com nossas medições atuais, não temos como dizer se a fonte de metano é biologia ou geologia, ou mesmo antiga ou moderna.
A equipe do Curiosity detectou metano muitas vezes ao longo da missão. Trabalhos anteriores documentaram como os níveis de fundo do gás parecem subir e cair sazonalmente. Eles também notaram picos repentinos de metano, mas a equipe de cientistas sabe muito pouco sobre quanto tempo essas colunas transitórias duram ou porque são diferentes dos padrões sazonais.
A equipe organizou um experimento diferente para esse fim de semana para reunir mais informações sobre o que poderia ser um coluna transitória de metano. O que quer que eles encontrem – mesmo que seja uma ausência de metano – adicionará contexto à medição recente.
Os cientistas da Curiosity precisam de tempo para analisar essas pistas e realizar muito mais observações de metano. Eles também precisam de tempo para colaborar com outras equipes científicas, incluindo as da Trace Gas Orbiter, da Agência Espacial Européia, que está em órbita científica há pouco mais de um ano sem detectar qualquer metano. Combinando observações da superfície e da órbita poderia ajudar os cientistas a localizar fontes do gás no planeta e entender quanto tempo dura na atmosfera marciana. Isso pode explicar porque as observações de gás metano do Rastreador de Gases e do Curiosity foram tão diferentes.
(Fonte)
Colaboração: Osnir Stremel Jr