Enquanto vasculhavam bancos de dados de terremotos desde o início dos anos 90, cientistas descobriram um possível momento decisivo de 10 a 15 segundos em um evento que poderia sinalizar um megaterremoto de magnitude 7 ou maior.
Da mesma forma, esse momento – coletado a partir de dados do GPS sobre a taxa de pico de aceleração do deslocamento do solo – pode indicar um evento menor. O GPS capta um sinal inicial de movimento ao longo de uma falha semelhante a um sismógrafo que detecta os menores primeiros momentos de um terremoto.
Essas informações baseadas em GPS podem potencialmente aumentar o valor dos sistemas de alerta precoce de terremotos, como o ShakeAlert, da Costa Oeste, disse Diego Melgar, professor do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Oregon.
As análises intensas em física de dois bancos de dados mantidos pelo co-autor Gavin P. Hayes, do Centro Nacional de Informação sobre Terremotos (EUA), no estado do Colorado, detectaram um momento no qual um terremoto recém-iniciado transita para um pulso de escorregamento onde as propriedades mecânicas apontam para magnitude.
Melgar e Hayes também foram capazes de identificar tendências semelhantes em bancos de dados europeus e chineses. Seu estudo foi detalhado na edição de 29 de maio da revista online Science Advances.
Melgar disse:
Para mim, a surpresa foi que o padrão era tão consistente. Esses bancos de dados são feitos de maneiras diferentes, então foi muito bom ver padrões semelhantes em todos eles.
No geral, os bancos de dados contêm dados de mais de 3.000 terremotos. Indicadores consistentes de aceleração de deslocamento que emergiram entre 10 e 20 segundos em eventos foram vistos em 12 grandes terremotos ocorridos em 2003-2016.
Existem monitores GPS ao longo de muitas falhas terrestres, inclusive em locais próximos à zona de subducção de Cascadia ao longo da costa noroeste dos EUA, mas seu uso ainda não é comum no monitoramento de perigo em tempo real. Os dados do GPS mostram o movimento inicial em centímetros.
Melgar complementou:
Podemos fazer muito com estações de GPS em terra ao longo das costas de Oregon e Washington, mas isso acontece com um atraso.
Quando um terremoto começa a se mover, levaria algum tempo para que as informações sobre o movimento da falha chegassem às estações costeiras. Esse atraso teria impacto quando um alerta pudesse ser emitido.
As pessoas na costa não receberiam nenhum aviso porque estariam em um zona cega.
Esse atraso, ele acrescentou, só seria melhorado por sensores no fundo do mar para registrar esse comportamento inicial de aceleração…
(Fonte)
As costas oeste dos Estados Unidos e do Canadá ficam sobre grandes falhas geológicas que poderão ser o catalizador de megaterremotos. Assim, há uma grande preocupação daqueles governos em instalar um sistema de alerta para que vidas sejam poupadas em caso de um evento calamitoso.