A primeira missão humana para Marte precisa de palhaço a bordo

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* Conteúdo da matéria com veracidade comprovada, de fontes originais fidedignas. (Em se tratando de tese ou opinião científica, só pode ser garantida a veracidade da declaração da pessoa envolvida, e não o fato por ela declarado.) (Missão do OVNI Hoje)

Procura-se: candidatos inteligentes, em forma e serenos ​​para a primeira missão da humanidade a Marte. Deve ter: peruca maluca, sapatos enormes e um grande nariz vermelho.

Isto é o suficiente para fazer Neil Armstrong virar em seu túmulo, mas os pesquisadores descobriram que o sucesso de uma futura missão no planeta vermelho pode depender da nave ter um palhaço de classe.

Ao invés da personalidade legal que sustentou a “Coisa Certa” (The Right Stuff) das missões da era Apollo, futuros astronautas podem precisar provar que eles têm algo muito diferente: o “Coisa Boba”. Um comediante a bordo é uma maneira comprovada de unir equipes em situações estressantes, mostra a pesquisa.

Jeffrey Johnson, um antropólogo da Universidade da Flórida, disse:

São pessoas que têm a capacidade de reunir todo mundo, preencher as lacunas quando as tensões aparecem, e realmente impulsionam o moral.

Quando você está morando com outras pessoas em um espaço confinado por um longo período de tempo, como em uma missão a Marte, é provável que as tensões se desgastem. É vital que você tenha alguém que possa ajudar todo mundo a se relacionar, para que eles possam fazer seus trabalhos e voltarem com segurança. É missão crítica.

Johnson passou quatro anos estudando equipes de invernada na Antártica e identificou a importância de palhaços, líderes, amigos, contadores de histórias, pacificadores e conselheiros, para unirem equipes e fazê-las funcionar sem problemas. Ele encontrou as mesmas misturas trabalhando em bases americanas, russas, polonesas, chinesas e indianas.

Ele disse:

Esses papéis são informais e surgem dentro do grupo. Mas o interessante é que, se você tiver a combinação certa, o grupo se sai muito bem. E se você não fizer, o grupo se sai muito mal.

A NASA planeja mandar astronautas ao redor da Lua em 2023, como parte de sua preparação para uma missão tripulada a Marte já em 2033. As agências espaciais russas e chinesas propuseram missões humanas a partir de 2040. Empreendimentos privados como a SpaceX, de Elon Musk, também estão de olho no planeta.

Mas uma missão a Marte não é moleza. Em média, o planeta vermelho está a 225 milhões de quilômetros da Terra, e o tempo de viagem é de cerca de oito meses. Espera-se que a distância cobre um pedágio psicológico, mas os astronautas também devem enfrentar um atraso na comunicação de até 20 minutos em cada sentido. Em uma emergência, não haverá tempo para chamar o controle da missão: a tripulação está efetivamente sozinha.

Mesmo pequenos atrasos na comunicação são ruins para as equipes. Quando a NASA testou um atraso de 50 segundos nas comunicações dos astronautas na estação espacial internacional, eles descobriram que o bem-estar caiu e a frustração aumentou, com efeitos colaterais sobre a eficiência com que as tarefas foram executadas.

À procura de palhaços espaciais

Johnson está agora trabalhando com a NASA para explorar se palhaços e outros personagens são cruciais para o sucesso de longas missões espaciais. Até agora, ele monitorou quatro grupos de astronautas que passaram de 30 a 60 dias no habitat espacial simulado da agência, o Human Exploration Research Analog, ou HERA, em Houston, Texas.

Johnson disse na reunião da Associação Americana para o Avanço da Ciência, em Washington DC:

Agora queremos ver se esses tipos de dinâmicas de função informais funcionam de maneira semelhante em ambientes simulados no espaço.

Os primeiros resultados sugerem que eles funcionam.

Johnson, que também estudou os pescadores de salmão isolados no Alasca, descobriu que os palhaços muitas vezes estavam dispostos a serem alvo de piadas e brincadeiras. Na Antártica, um palhaço que ele observou teve um funeral e enterro simulados na tundra, mas foi crucial para a construção de pontes entre os aglomerados de cientistas que passam o inverno, e entre empreiteiros e pesquisadores.

O explorador norueguês Roald Amundsen apreciou a importância do palhaço da expedição, disse Johnson. Em 1910, Amundsen escolheu o grande e jovial chef Adolf Lindstrøm para sua missão ao Pólo Sul, sabendo que a joie de vivre (alegria de viver) de Lindstrøm aliviaria o estresse da saudade de casa e das longas noites polares.

Amundsen observou em seu diário:

Ele prestou serviços maiores e mais valiosos à expedição polar norueguesa do que qualquer outro homem.

Johnson disse:

Lindstrøm foi visto pelos outros como um grande artista que ajudou a manter o espírito e o moral durante o longo inverno austral. Seu papel era informal, mas crítico para manter a coesão do grupo neste ambiente extremo.

A expedição polar de Scott foi radicalmente diferente. A equipe se quebrou; eles não tinham um grupo coeso.

Mas, como Lindstrøm demosntrou, há mais nisso do que simplesmente fazer as pessoas rirem.

Johnson adicionou:

Somente ser engraçado não será suficiente para alguém conseguir um emprego.

(Fonte)


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