Ainda há muita coisa a ser descoberta no nosso próprio sistema solar, como mostra o artigo abaixo:
Cientistas americanos descobriram o asteroide único 2019 AQ3, que orbita extremamente perto do Sol, completando sua translação em apenas 165 dias. A sua órbita estranha faz os planetólogos procurarem outros objetos semelhantes, comunicou o site do projeto ZTF.
“Nós descobrimos um corpo celeste extraordinário, cuja órbita quase nunca sai fora da órbita de Vênus”, declarou Quanzhi Ye, do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena, EUA, acrescentando que ele é parte um grupo raríssimo de asteroides.
Nos últimos tempos os cientistas têm observado com atenção os asteroides próximos à Terra, fazendo uma lista e determinando o nível de seu perigo potencial. O número de tais asteroides poderia chegar até um milhão, por isso os investigadores foram obrigados a criar uma escala especial para avaliar o perigo.
Quanzhi Ye e seus colegas encontraram um dos mais extraordinários objetos desse tipo examinando os dados recebidos pela câmera ZTF, instalada no observatório Palomar em março do ano passado para controlar explosões de supernovas e outros acontecimentos espaciais de curto prazo.
Um dos seus objetivos principais é o “recenseamento” dos asteroides próximos à Terra que habitam na parte interna do Sistema Solar com tamanho semelhante ao do Meteoro de Cheliabinsk. O amplo campo de visão e alta velocidade de funcionamento do ZTF permite encontrar tais objetos e controlar o momento de sua aproximação da Terra.
A maioria dos corpos celestes na parte interna do Sistema Solar roda dentro do plano da eclíptica, não se desviando significativamente. Porém, o 2019 AQ3 está inclinado em relação ao plano da eclíptica uns 47 graus, o que torna o asteroide no mais insólito objeto na parte interna do Sistema Solar. Além disso, ele é o mais “rápido”, já que dá uma volta ao redor do Sol em 165 dias, e um dos maiores no espaço próximo à Terra.
Segundo os astrônomos, o 2019 AQ3 não poderia se tornar “assassino da civilização”. Ele se aproxima da Terra a uma distância mínima de 35 milhões de quilômetros, o que é 90 vezes mais do que a distância média entre a Lua e o nosso planeta.
Os cálculos prévios indicam que o objeto se aproxima mais do Sol em um ponto localizado um pouco mais longe dele que Mercúrio e se afasta dele a 0,77 unidades astronômicas, ou distâncias médias entre a Terra e o astro. O 2019 AQ3 passa a maior parte do tempo dentro da órbita de Vênus.
Sua órbita invulgar e as caraterísticas físicas ainda não descobertas do asteroide não permitem qualificá-lo como parte de qualquer família de corpos celestes menores. Os cientistas colocaram-no previamente na lista de objetos Atira, que inclui duas dezenas de objetos que nunca se afastam do Sol mais de que uma unidade astronômica.
Quanzhi Ye e seus colegas esperam que a descoberta de asteroides semelhantes permita criar uma família própria para o 2019 AQ3 e seus “primos”. Os cientistas planejam chamá-la de vulcanoides, em honra do hipotético planeta Vulcão, cuja existência, segundo os astrônomos do século XIX, explicaria o caráter extraordinário do movimento de Mercúrio pela sua órbita.
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