Para encontrar vida em Marte, os cientistas podem precisar desistir da exploração superficial e ‘ir mais fundo’.
Normalmente, as missões de Marte em busca de sinais de vida visam a superfície do planeta, em locais onde há sinais de água antiga (um indicador confiável de onde a vida é encontrada na Terra). Mas embora nenhuma vida apareceu na superfície de Marte (oficialmente, é claro), pode haver uma abundância de marcianos microbianos se reunindo no subsolo, de acordo com pesquisa apresentada em 11 de dezembro na reunião anual da American Geophysical Union – AGU ( União Geofísica Americana).
Nas últimas décadas, explorações subterrâneas na Terra revelaram a chamada biosfera profunda – um ambiente de subsuperfície repleto de microorganismos. E os cientistas suspeitam que uma zona similarmente rica em biologia também esteja prosperando sob a superfície de Marte.
Na verdade, talvez nunca houve um impulso evolutivo para habitar a superfície de Marte, disse na apresentação Joseph Michalski, professor associado do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Hong Kong. A expectativa de que a vida evoluiu na superfície marciana pode refletir um viés estabelecido pelo que sabemos sobre a vida em nosso planeta, disse Michalski.
Bilhões de anos atrás, quando os planetas do nosso sistema solar eram jovens, a superfície de Marte era provavelmente muito semelhante à da Terra, seu vizinho rochoso. Isso mudou quando Marte perdeu seu campo magnético, que o expôs ao bombardeio de radiação intensa que teria tornado a sobrevivência sobre o solo extremamente desafiadora, disse Michalski à Live Science.
No entanto, é possível que a vida já estivesse ‘cozinhando’ em Marte antes que isso acontecesse. Os cientistas acham que a vida apareceu pela primeira vez na Terra entre 3,8 bilhões e 3,9 bilhões de anos atrás, quando as condições em alguns pontos provavelmente se assemelham aos ambientes hidrotermais atuais – muito parecido com Marte na época. Talvez, a vida tenha surgido em Marte ao mesmo tempo em que estava tomando forma na Terra, mas adaptada exclusivamente à vida subterrânea, disse Michalski.
Ele ainda disse:
A vida poderia ter surgido nessas condições hidrotermais e sobrevivido no subsolo por um bom tempo.
E se a biosfera profunda da Terra é uma indicação, as comunidades microbianas subterrâneas marcianas poderiam ser excepcionalmente ricas e diversificadas. A biosfera profunda da Terra foi descoberta pela primeira vez há apenas 30 anos, e estimativas desde então sugerem que esses microrganismos que vivem nas profundezas constituem quase metade de toda a vida no planeta, disse Michalski.
Marte é um lugar especialmente promissor para começar a procurar por micróbios extraterrestres, porque é ‘ainda mais habitável’ para microorganismos do que a biosfera profunda da Terra. A rocha subsuperficial em Marte é mais porosa que na Terra – criando bolsas para nutrientes e trocas gasosas – e o núcleo mais frio de Marte (embora ainda fundido) fornece uma temperatura mais hospitaleira para micróbios que vivem em rochas profundas, acrescentou Michalski.
Michalski ainda informou:
Poderíamos ter organismos unicelulares que poderiam estar dormentes por um longo tempo, mas poderiam sobreviver metabolizando hidrogênio, metano e potencialmente enxofre.
Sem ser muito específico, achamos que há muitas possibilidades.
(Fonte)
Vestígios de vida em Marte já foram encontrados há décadas, quando a missão Viking da NASA pousou naquele planeta. E, é claro, não confiando nos próprios instrumentos quando se trata de declarar que existe vida fora da Terra, a NASA simplesmente contrariou seus próprios cientistas que fizeram aquela descoberta.
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