Acelerador de partículas da China poderá romper o tecido do tempo-espaço

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A China está construindo um acelerador de partículas que será duas vezes maior e sete vezes mais potente que o LHC, e o astrofísico do CERN, Martin Rees, famoso por suas contribuições quanto a formação de buracos negros para fontes de rádio extragalácticas e a evolução do universo, acha que há uma chance de que os colisores poderiam causar uma “catástrofe que engole o próprio espaço”.

Ao contrário da percepção popular, o vácuo do espaço não é um vazio. O vácuo, diz Rees, tem “todas as forças e partículas que governam o mundo físico”. E acrescenta, é possível que o vácuo que podemos observar seja, na verdade, “frágil e instável”.

O que isto significa é que um colisor como o LHC do CERN cria uma energia inimaginavelmente concentrada quebrando partículas, o que Rees diz que pode criar uma “transição de fase” que rasgaria o tecido do espaço, causando uma calamidade cósmica, não apenas terrestre”.

A possibilidade é que os quarks se reagrupariam em objetos comprimidos chamados strangelets. Isso em si seria inofensivo. No entanto, sob algumas hipóteses, um strangelet poderia, por contágio, converter qualquer outra coisa que encontrasse em uma nova forma de matéria, transformando toda a Terra em uma esfera hiperdensa de cerca de cem metros de diâmetro – o tamanho de um campo de futebol…

Rees minimiza os medos, observando que“ a inovação é muitas vezes perigosas ”, mas que “os físicos devem ser cautelosos sobre a realização de experimentos que geram condições sem precedentes, mesmo no cosmos.”

Desde sua inauguração em 2008, o LHC tem sido o centro mundial de pesquisa em física de partículas. Em um túnel de 27 quilômetros de circunferência e mais de 150 metros abaixo da superfície da fronteira franco-suíça, o LHC quebra partículas subatômicas quase à velocidade da luz, e tem visto descobertas revolucionárias, inclusive o bóson de Higgs. Mas questões fundamentais sobre a composição do nosso universo permanecem sem resposta, e muitas das soluções propostas estão além do alcance do atual LHC.

Um sucessor é necessário e o amplo consenso na comunidade de física de partículas de que haverá apenas um sucessor para o LHC – e a China o está construindo.

O supercollider chinês, com 55 quilômetros de circunferência, teria o dobro do tamanho do LHC, e ficaria localizado perto da cidade chinesa de Qinhuangdao, no litoral de outro enorme projeto do passado, a Grande Muralha.

O projeto chinês também tem seus concorrentes. As outras duas propostas são o International Linear Collider, do Japão, um colisor de elétrons e pósitrons e o Future Circular Collider, da CERN, um colisor de prótons e prótons localizado na Europa. Podendo iniciar suas atividades em 2021 e começando a coletar dados até 2028, o gigante chinês pretende estar em operação até 2055 e definir as fronteiras da física de partículas para as próximas duas gerações.

(Fonte)


n3m3

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