Cassini revela três grande surpresas antes de mergulhar em Saturno

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A sonda Cassini está morta, mas seu legado continua vivo. Antes da sonda espacial da NASA mergulhar em Saturno e queimar em setembro passado, ela fez 22 ousadas órbitas finais, mergulhando entre o planeta e seus anéis em uma missão chamada Grand Finale. Agora, os pesquisadores estão analisando os dados da missão, e há algumas surpresas.

O campo magnético de Saturno é estranhamente plano

Os campos magnéticos dos planetas do nosso sistema solar estão todos inclinados até certo ponto – o de Netuno está a uma distância impressionante de 47 graus. Mas o campo magnético de Saturno parece estar perfeitamente reto, e nossas atuais teorias sobre como esses campos são gerados sugerem que isso deveria ser impossível.

“Se você não tiver uma inclinação, você esperaria que o campo magnético começasse a desaparecer, mas quando chegamos perto das órbitas do Grand Finale, vimos que não é assim”, diz Michele Dougherty do Imperial College, Londres.

Isso pode significar que Saturno produz seu campo magnético de maneira diferente dos outros planetas em nosso sistema solar, talvez com muitas camadas semelhantes a cebola, de partículas fluentes produzindo o campo em vez de uma única zona.

Saturno tem muita coisa acontecendo entre seus anéis

Mesmo o espaço aparentemente vazio entre a superfície de Saturno e seus anéis é mais excitante do que pensávamos. “Existe essa conexão entre os anéis e a atmosfera superior de Saturno que nós simplesmente achamos que não existiria”, diz Dougherty. “Essa foi uma surpresa completa.”

Essa conexão ocorre na forma de correntes elétricas de fluxo contínuo que fluem entre os anéis e a atmosfera superior. Ainda não está claro o que está causando isso ou por que elas estão lá, diz Dougherty, mas ela espera que a combinação dos dados de diferentes instrumentos da Cassini nos ajude a descobrir.

Não são só as correntes – há também um cinturão de radiação proveniente de partículas energéticas presas entre os anéis e o planeta. É semelhante aos cinturões Van Allen da Terra, o que pode ser perigoso para astronautas e naves espaciais que possam passar por eles, diz William Kurth, da Universidade de Iowa.

No entanto, não está claro como essas partículas chegaram lá. “Como Saturno tem esse elaborado sistema de anéis, é difícil obter partículas energéticas das áreas externas através dos anéis”, diz Kurth. Descobrir como o cinturão se formou poderia nos ajudar a entender zonas similares de radiação ao redor de outros planetas.

Anéis de Saturno chovem o equivalente a 1800 carros por minuto

Entre os anéis mais profundos de Saturno e o topo de sua atmosfera há um dilúvio de minúsculas partículas caindo dos anéis no planeta, chamadas de ‘chuva do anel. Cassini descobriu que, ao redor do equador de Saturno, esta chuva deposita até 45.000 kg de poeira, gelo e gás a cada segundo.

Isso é o equivalente a cerca de 1800 carros caindo em Saturno a cada minuto – uma chuva tão forte pode significar que os anéis estão desaparecendo mais rápido do que pensávamos.

Embora os anéis sejam feitos principalmente de gelo de água, a chuva é muito mais diversificada, com amônia, nitrogênio, metano e partículas orgânicas ainda mais complexas. Isso pode afetar a química das camadas superiores de Saturno, diz Hunter Waite, do Southwest Research Institute, no Texas.

Esta queda não era óbvia antes da Cassini, porque está espalhada por uma grande área. “Não é como a chuva, na verdade – é mais como uma neblina realmente fina que você nem enxerga”, diz Waite. “As partículas são tão pequenas que eu não acho que você as sentiria se estivesse flutuando entre Saturno e seus anéis.”

(Fonte)

Colaboração: Lênio


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