Todos vimos relâmpagos em algum momento de uma noite tempestuosa. A Terra não é o único planeta no sistema solar a ter tempestades que produzem relâmpagos. As espaçonaves que voaram por Júpiter ao longo das décadas captaram indícios de raios no planeta. Com Juno em órbita ao redor de Júpiter, mais informações sobre relâmpagos jupiterianos foram reunidas.
Pesquisadores detectaram mais de 1.600 ocorrências de relâmpagos em Júpiter, reunidos através de um fenômeno chamado “whistlers“, ou “assobiadores”. Um whistler é uma emissão de rádio gerada por um raio que soa como um tom de assobio descendente, registrado pela primeira vez pela Voyager 1 ao passar por Júpiter 40 anos atrás. Olhando para os novos dados do Juno, os cientistas descobriram que a ocorrência de raios em Júpiter é seis vezes maior do que a Voyager 1 havia detectado.
Os cientistas estão dizendo agora que os relâmpagos em Júpiter podem ser tão frequentes quanto na Terra. A parte surpreendente sobre isso é que, apesar das diferenças pronunciadas nas atmosferas de Júpiter e da Terra, as tempestades são semelhantes. Um pesquisador chamou esse fato de “espantoso”. Outro fato interessante dos dados do Juno, em comparação com os dados da Voyager 1, é que as ondas de rádio dos raios estavam na escala de megahertz, que é milhares de vezes mais alta do que anteriormente. Os dados também mostraram que o relâmpago joviano (joviano=de Júpiter) é mais comum perto dos pólos do planeta.
Os relâmpagos estão ausentes no equador do planeta. Acredita-se que o raio de Júpiter tenha origem em interações elétricas entre gotículas de água e partículas de gelo, semelhante a como os relâmpagos ocorrem na Terra. Relâmpagos jovianos mais frequentes nos pólos indicam que o gás carregado de água na atmosfera circula em direção aos pólos. A iluminação também é mais frequente no hemisfério norte do que no sul, algo ainda não explicado.
(Fonte)
Colaboração: Luana Alexandre
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