A viagem espacial é perigosa por muitos motivos óbvios: afastar-se da Terra em um foguete tem seus riscos, afinal, mesmo quando tudo corre bem, parece que uma breve estadia no espaço tem o potencial de alterar o próprio DNA de uma pessoa. Esse é o resultado de um estudo de longo prazo da NASA, que usou o astronauta Scott Kelly e seu irmão gêmeo Mark como cobaias para ver como viver no espaço pode afetar os blocos de construção mais básicos da vida.
Scott Kelly despendeu mais de 500 dias no espaço no geral, mas uma grande parte disso veio com uma única missão que o fez ficar a bordo da Estação Espacial Internacional por 342 dias. Seu irmão Mark, que é um astronauta aposentado, é o gêmeo idêntico e tem o mesmo DNA. Isso proporcionou uma oportunidade nunca antes possível para a NASA estudar como viagens espaciais a longo prazo afetam o corpo humano e os genes que nos fazem quem somos. Na verdade, o espaço realmente nos muda e, após o retorno de Scott à Terra, descobriu-se que o DNA dele mudou significativamente.
A NASA explicou:
Os telômeros de Scott (endcaps de cromossomos que se encolhem à medida que envelhecem) realmente se tornaram significativamente mais longos no espaço. Embora essa descoberta tenha sido apresentada em 2017, a equipe verificou esta mudança inesperada com vários ensaios e testes de genômica. Além disso, uma nova descoberta é que a maioria desses telômeros diminuiu dentro de dois dias do retorno de Scott para a Terra.
A maioria dos genes de Scott realmente voltou ao normal depois de um breve tempo de volta aqui na Terra, mas não todos eles. Segundo os pesquisadores, cerca de 7% dos genes de Scott Kelly mostraram mudanças duradouras quando comparadas às de seu irmão. Essas mudanças permaneceram durante os dois anos desde que ele voltou à Terra, o que surpreendeu ele mesmo.
Kelly disse numa entrevista recente:
Li no jornal no outro dia que 7% do meu DNA havia mudado permanentemente. Estou lendo isso, sou como, “Huh, bem, isso é estranho.”
O estudo dos gêmeos foi um passo preliminar na preparação de uma eventual missão tripulada de longa distância para Marte. A NASA possui alguns planos vagos para essa missão, e atualmente está trabalhando na tecnologia para realmente fazer isso acontecer, mas o elemento humano não pode ser ignorado. Uma missão de Marte duraria apenas três anos, o que obviamente seria a permanência mais longa que qualquer humano estaria longe da Terra. O corpo humano pode lidar com essa jornada? Talvez não tenhamos que esperar muito para descobrir, já que alguns esperam que a primeira viagem tripulada a Marte aconteça logo na década de 2030.
(Fonte)
Uma pena não reportarem sobre quais reações adversas, ou não, as mudanças no DNA afetam as pessoas que ficam muito tempo no espaço. Isso é algo nocivo?
Se a NASA sabe, ela não está nos contando ainda.
n3m3