Os crânios alongados encontrados em vários sítios arqueológicos por todo o mundo, sempre foram motivo de muita controvérsia entre os pesquisadores. Muitos dos crânios encontrados pareciam ter sido propositalmente deformados por uma processo de amarras na cabeça dos indivíduos enquanto bebes, aproveitando o fato de que seus ossos ainda estavam “macios” o suficiente para serem moldados. Porém, outros crânios eram anômalos o suficiente para que alguns acreditassem se tratar de algo alienígena, ou no mínimo híbrido humano/alienígena.
Agora, um cientista da Universidade Cornell nos EUA acredita ter descoberto a causa do porquê de alguns indivíduos dos povos indígenas terem usado a prática de deformação de seus crânios.
Veja abaixo um trecho de um artigo publicado no site br.sputniknews.com:
…Matthew Velasco da Universidade Cornell em Ithaca (EUA) e sua equipe descobriram uma das possíveis razões da estranha tradição após estudar vários crânios e corpos do povo antigo do vale do Colca, datados aproximadamente do início século XIV.
Segundo crónicas dos conquistadores, no território do vale habitavam duas grandes tribos (Collagua e Cabanas), cada uma com suas próprias tradições de “moldagem de crânios”. A primeira costumava estender e alongar os crânios, enquanto a segunda tinha crânios largos e “chatos”.
Velasco e seus colegas decidiram analisar como estas tradições mudaram ao longo das épocas para entender que papel desempenharam na vida destas tribos. É que alguns arqueólogos acreditam que a tradição poderia ter sido trazida à região pelos incas, que queriam incitar a confrontação entre as duas tribos, fazendo com que estas se juntassem ao império.
Os especialistas norte-americanos compararam como a forma dos crânios da nobreza de ambas as tribos mudou durante alguns séculos, desde o século XIV até o colapso do Império Inca. Eles descobriram que a tradição não foi imposta pelas incas, mas sim causada pela crescente desigualdade social e estratificação da sociedade. As tentativas dos Collagua e Cabanas de se unirem perante a ameaça comum proveniente do império vizinho também contribuiu para este fenômeno.
“As mulheres com crânios alongados parecem ter comido melhor e ter morrido menos de violência. Assim, podemos afirmar que a forma do crânio desempenhou um papel importante no surgimento da estratificação social no Peru antigo”, diz o estudo, publicado na revista Current Anthropology.
Com o tempo, o número de crânios “extraterrestres” vinha aumentando, de 30% no início do século XIV para 74% no momento em que o vale se tornou parte do Império Inca, desaparecendo as diferenças nas “técnicas” das duas tribos.
“A forma do crânio era uma espécie de “bilhete de identidade”, indicando que esta pessoa pertencia a um certo grupo, o que podia ajudar a unir a nobreza, fazendo com que cooperasse na área política”, acrescentou o cientista.
Ainda não se sabe porque os indígenas do vale de Colca escolheram a forma alongada, mas Velasco acredita que isso pode ter a ver com sua religião e mitos, segundo os quais eles eram “filhos de vulcões”. Se for verdade, a tradição exótica era um fenômeno religioso além de ser um instrumento social
(Fonte)
Colaboração: Lênio
Devemos lembrar porém, que esta é somente uma tese, e, como o final do artigo menciona, ela não explica a origem dessa tradição, nem tampouco a ocorrência de crânios alongados com caixas cranianas maiores e divisões ósseas diferentes das de um humano normal.
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