Gigantesca anomalia atmosférica foi detectada em Vênus

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Cientistas japoneses, utilizando a sonda Akatsuki, detectaram uma enorme anomalia em Vênus, em forma de arco na atmosfera superior.  A anomalia, que tem 10.000 km de comprimento, não cedeu, apesar dos ventos de aproximadamente 360 km/h ao seu redor.

Os pesquisadores japoneses do Instituto de Ciências Espaciais e Astronômicas da Agência de Exploração Aeroespacial acreditam que o fenômeno foi causado por uma enorme onda gravitacional, a maior já registrada no sistema solar. Emanando das montanhas abaixo, o estranho fenômeno climático é forte o suficiente para se manter inabalado contra ventos ferozes, causando uma enorme estrutura no formado de arco na atmosfera superior, como uma cicatriz gigante.

Estacionada a 65 quilômetros acima da superfície de Vênus, a anomalia brilhante e quente se estende por 10.000 quilômetros no topo das nuvens de Vênus (quase o diâmetro de todo o planeta).  Antes dessa observação, os cientistas observaram uma quantidade de características atmosféricas de pequena escala que se moveram mais rápido, ou mais lentamente do que os ventos prevalentes.

A estrutura foi observada por vários dias, entre 8 a 11 de setembro de 2015, e apesar dos altos ventos a anomalia permaneceu estacionária. (Imagem: JAXA/Taguchi et. al., 2017)

A gigantesca mancha, e seu desprezo pelos ventos ao seu redor, pegaram os cientistas da JAXA de surpresa. Várias semanas após as observações iniciais, o arco havia desaparecido, assim não se trata de uma característica permanente. Agora os cientistas estão esperando ansiosamente pelo próximo possível retorno.

Após descartarem possibilidades, tais como maré térmica, que são similares às marés oceânicas mas altamente improváveis devido a fato de Vênus não possuir uma lua), ou um erro de instrumento (a sonda Akatsuki está em perfeito funcionamento), os pesquisadores da JAXA concluíram que a anomalia provavelmente é causada por uma onda gravitacional.

Uma animação da anomalia mostra sua posição estacionária a grande altitude. (Imagem: JAXA/Taguchi et. al., 2017)

O astrônomo Makoto Taguchi, da Universidade Rikkyo, que liderou as pesquisas, disse:

É uma oscilação de densidade, pressão, velocidade ou temperatura que se propaga numa atmosfera por um equilíbrio de flutuabilidade e forças da gravidade, como uma força restauradora.

Na Terra, ondas de gravidade produzem ondas nos oceanos e fluxos de ar sobre as montanhas.

Os pesquisadores escreveram:

Dado o formato e a enorme velocidade [dos ventos ao redor] relativa ao super-rotação de fundo, a única interpretação razoável do formato de arco estacionário é a de que ele é induzido por um bolsão de ondas atmosféricas de gravidade. O presente estudo mostra evidência direta da existência de ondas gravitacionais estacionárias, e ainda mostra que tais ondas gravitacionais estacionárias podem ter uma grande escala – talvez a maior já observada no sistema solar.

Isto posto, a equipe de Taguchi não está inteiramente segura se as ondas gravitacionais produzidas pelas cadeias de montanhas venusianas são capazes de se espalharem para cima, até o topo das nuvens, sem uma ajuda adicional. Eles especulam que os ventos na atmosfera profunda pode ser mais variável em espaço e tempo do que anteriormente se presumia, aumentando a habilidade das ondas gravitacionais de se propagaram para a porção superior da atmosfera de Vênus.

Vênus, como podemos ver, é um lugar surpreendentemente complicado e anormal.

n3m3

Fonte

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