Cientistas detectaram micróbios no gelo marítimo da Groenlândia, usando um microscópico digital holográfico especialmente construído, sugerindo que o instrumento poderia ter um sucesso similar nas luas geladas de outros sistemas solares, se estes abrigarem a vida.
Deveras, o microscópio holográfico poderia em tese fazer uma contribuição para a missão da NASA à lua de Júpiter, Europa, que a agência planeja lançar em meados de 2020, dizem os desenvolvedores do instrumento.
“Isto foi projetado desde o começo para ter uma trajetória de voo“, disse Chris Lindensmith, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, em Pasadena, na Califórnia, que apresentou os últimos resultados da equipe na reunião anual de outono da União Geofísica Americana (sigla em inglês: AGU), em São Francisco. “Estamos prontos para pular e dizer, ‘Escolha-nos! Escolha-nos!”
O microscópio holográfico digital (sigla em inglês: DHM) usa a interferência da luz (que é produzida por um laser interno) para registrar a informação sobre uma objeto, como holograma. Então, um computador usa esta informação para construir uma imagem visível do objeto.
“O DHM possui várias vantagens sobre o microscópio de imagem padrão, quando se fala em seu possível uso numa missão espacial”, disse Lindensmith. Por exemplo, é fácil tornar os instrumentos DHM autônomos; não há a necessidade para ajustes finos a fim de trazer o objeto em perfeito foco.
“A coisa que o torna algo mágico é, não temos que focar“, disse Lindensmith. “Podemos reconstruir quaisquer imagens no campo do objeto.”
As imagens do DHM podem ser registradas na forma de vídeos, que permitem os pesquisadores detectarem a motilidade microbiana – um dos menos ambíguos sinais de vida.
A equipe construiu um sistema DHM pronto para o campo, que tem o tamanho aproximado de uma bagagem de mão, e então o colocou para ser testado na ano passado em três diferentes locais do mar gelado, próximo da capital da Groenlânda, Nuuk, que fica na costa sudoeste da ilha gigante.
Os resultados foram extremamente prometedores, disse Lindensmith. O instrumento foi capaz de resolver a resolução de objetos menores que 1 micron (ou 1 milionésimo de um metro), e ele detectou o movimento dos eucariotes em cada uma das amostras das mais de 100 examinadas.
“Ficou óbvio, a partir da filmagem do DHM, que os micróbios estavam ativamente nadando, e não meramente sendo varridos junto com o fluxo do fluído”, disse Lindensmith. “Alguns dos eucariotes filmados não estavam se movendo, mas em muitos casos suas estruturas celulares foram claramente identificadas como sendo organismos”, adicionou.
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Fonte: space.com via hopegirlblog.com
Colaboração: SENAM