Embora qualquer futura viagem humana à Lua ainda esteja, há pelo menos, uma década no futuro, nos bastidores um novo módulo lunar da próxima geração já está sendo construído, ou mais precisamente, em uma tela de computador na Rússia.
O módulo com quatro suportes de pouso será capaz de levar pelo menos dois cosmonautas a partir de uma órbita lunar para a superfície da Lua, assim como foi com os módulos lunares dos EUA. Ele está sendo desenvolvido com base nos próprios objetivo estratégicos da Rússia e mais importante, para uma possível cooperação internacional, se a política permitir.
A nave espacial, com quase 20 toneladas, lembra superficialmente o famoso módulo lunar Eagle, que levou Neil Armstrong e Buzz Aldrin à Lua, mas o novo desenho russo visa o uso de um foguete menor e menos oneroso, como o Angara-5V em vez de um foguete lunar gigante, como o Saturno 5 da NASA da Era Apollo.
Engenheiros russos estão visualizando um par de foguetes Angara-5V para levar o módulo até a órbita da lunar, no caso, ele iria sem tripulação. Mais dois foguetes seriam necessários para transportar a nave principal com quatro cosmonautas da Terra para a órbita lunar, onde os dois veículos se encontrariam. Dois membros da tripulação então desceriam até a superfície do satélite.
De acordo com os planos recentes, o primeiro russo na Lua poderia acontecer no final da década de 2020.
Infelizmente, o programa espacial russo tem drasticamente diminuído nos últimos anos, devido a problemas econômicos do país. No entanto, há uma chance de que nos próximos anos, as principais agências espaciais cheguem a um acordo para um empreendimento conjunto na exploração do Espaço, uma vez que a Estação Espacial Internacional será desativada na segunda metade da década de 2020.
Apesar das aspirações da NASA para ir direto a Marte, está cada vez mais claro, que para russos e europeus, seria mais acessível começar com a Lua. Se os EUA mudarem o seu objetivo, com foco num programa lunar conjunto, o módulo lunar da Rússia poderia vir em muito boa hora, sendo realisticamente acessível, isso porque a NASA há muito abandonou seu próprio trabalho no módulo lunar Altair, por medida de economia de dinheiro. Ao mesmo tempo, a agência norte-americana continua desenvolvendo o foguete SLS (Space Launch System), que é bem adequado para uma missão lunar. A nave espacial Orion poderia ser usada para levar a tripulação até a órbita lunar, apenas algumas centenas de quilômetros acima da Lua. E a única peça que falta para a expedição lunar? O veículo para transportar os astronautas até a superfície.
Como previsto por engenheiros russos, o lander consistiria num estágio de descida pesando 11 toneladas e transportando o trem de pouso e o sistema de propulsão responsável pela viagem da órbita lunar para a superfície. Enquanto isso, o estágio de subida, com cerca de 8,5 ton, conteria o espaço destinado a tripulação com todo o equipamento de suporte de vida e o motor para decolar da superfície lunar e voltar à órbita da Lua. Nele também seria instalado um painel solar para a produção de eletricidade.
A cabine terá duas escotilhas, uma na parte da frente do módulo que conduz a uma escada e outra no alto para o encaixe com a nave-mãe.
Os engenheiros russos estudaram vários layouts para o módulo da tripulação. Cones e formas globulares foram avaliados, mas eventualmente abandonados em favor de um design cilíndrico clássico. Para economizar espaço na cabine, os engenheiros colocaram os tanques de propelente no exterior do estágio de subida.
O programa espacial russo herdou um legado muito rico de engenharia da nave espacial lunar desenvolvida pelos soviéticos durante os seus dias de glória na Corrida Espacial e conquista da Lua. A URSS colocou com sucesso sondas robóticas e rovers na Lua e também trabalhou num lander tripulado. O modulo lunar russo, para apenas um cosmonauta, fez três vôos (não tripulados) de teste na órbita da Terra, antes do programa soviético de pouso lunar ser encerrado em 1974.
Atualmente, os engenheiros russos também estão montando duas sondas robóticas. A primeira está programada para pousar numa região polar da Lua em 2019.
Fonte: Popular Mechanics – Edição: Ovni Hoje