Oxigênio na atmosfera de exoplanetas

Olá Marcelino! Ele deve ser um planeta “gelado”, como a imprensa divulga, em parte de sua órbita ao redor da estrela, porém essa é uma informação parcial (como diz o ditado “o diabo mora nos detalhes”)!
A estimativa da temperatura de um planeta é feita utilizando uma fórmula astronômica que leva em consideração a temperatura da estrela, a distância do planeta, o albedo, etc. Para um cálculo exato é preciso conhecer todos os valores. Quando não se tem todas as variáveis (por exemplo, não sabemos o albedo desse planeta), então o que pode ser feito? Apenas estimativas, com base em hipóteses (com números que se acredite serem os mais próximos dos prováveis valores reais).
É muito importante verificar a excentricidade da órbita. Planetas com excentricidade alta se aproximam bastante da estrela no periélio, e por isso, na maioria, são planetas que possuem uma grande diferença entre a temperatura máxima possível e a mínima (grande “amplitude térmica”).
Além da excentricidade, a atmosfera do planeta também conta (porém nesse caso não temos ainda informações sobre a atmosfera), e outros dados que só teríamos se conseguissemos imagens claras e diretas dos planetas extrasolares (algo impossível na maioria das vezes com os telescópios espaciais atuais). Os poucos planetas descobertos através de imagens diretas são indicados pela denominação “Imaging” nos catálogos extrasolares.
Uma das fontes que uso: http://exoplanet.eu/catalog/gj_667c_d/
A excentricidade da órbita terrestre, por exemplo, é muito próxima de zero (~0,01671 ou seja, quase uma órbita circular), assim como a dos demais planetas do sistema solar. Já na estrela “Gliese 677 C”, temos 6 planetas descobertos, e 2 deles com órbitas bem excêntricas (alongadas), que cruzam a órbita dos outros planetas (talvez no futuro, aconteça alguma colisão entre eles, se as órbitas não estiverem em “ressonância”).
Como na maioria da vezes, na ciência primeiro temos as hipóteses, e só depois, quando for possível ir até o local e fazer as medições/experimentos “in loco”, é que saberemos se o clima nesses planetas é realmente como foi previsto ou se a natureza vai surpreender novamente a inteligência humana. Foi assim com os planetas do sistema solar (e continua sendo), e será assim também com os exoplanetas, se pudermos ir até lá um dia (se tivermos tecnologia e/ou se os extraterrestres deixarem, se não nos destruirmos antes, etc).

Olá fran! Exato, isso tende a ocorrer com planetas que estão muito perto de suas estrelas (pela força da gravidade, força “das marés”…) a rotação deles é, ao longo dos anos, sincronizada. Isso ocorreu, por exemplo, no sistema Terra-Lua (é por isso que a rotação da Lua e a translação da Lua são iguais, fazendo com que ela sempre mostre o mesmo lado para nós).
Obs: isso se acreditarmos que a Lua é um satélite natural (não estou levando em consideração as teorias sobre a Lua ser outra coisa).