“Faca” de 1,4 milhões de anos é encontrada em sítio arqueológico na Espanha

AleksanderL, achei bastante curioso o seu texto e copiei e colei, (só corrigindo pequenos deslizes de digitação) o texto a seguir do link: http://caminhoalternativo.wordpress.com/2012/01/24/o-reator-nuclear-de-2-bilhoes-de-anos-na-africa/:

O reator nuclear de 2 bilhões de anos na África

É possível que uma casualidade geológica tenha originado reatores nucleares “naturais” melhor acondicionados que os reatores atuais? Na África, uma montanha guarda depósitos com dejetos de urânio que fazem supôr a existência de uma civilização avançada há 2 bilhões de anos.
O chamavam de “monstro atômico”. Em todo o planeta não havia maior produtor de energia nuclear e mais eficiente. Paredes em ângulo inclinado, isolamento para resíduos nucleares e o melhor sistema de refrigeração que a engenharia pudesse desenvolver. Tinha uma estrutura tão bem desenhada que poderia ter continuado em funcionamento para sempre. Por isso, depois do período da “grande aniquilação”, muitas civilizações posteriores tentaram aproveitar o que havia restado do “monstro” para regressar aos tempos de glória.
Mas o edifício estava demasiado prejudicado e o sistema de reciclagem do urânio já não funcionava. No fim, com o correr dos milênios, as paredes e os canais de esfriamento se oxidaram, se corroeram e terminaram por confundir-se com a montanha que algum dia os havia albergado. Milhões de anos mais tarde, o único vestígio de que um empreendimento tecnológico tinha existido naquele lugar era o material empobrecido; o resto do reator era irreconhecível.
Este panorama fictício poderia não ter sido muito diferente do real se tivermos em conta que para muitos cientistas a existência do “Reator nuclear de Gabão”, um gigantesco depósito de urânio talhado na África a princípios dos setenta, é um fenômeno que nunca poderia ter acontecido em forma natural.
De uma antiguidade aproximada de 2 bilhões de anos, as minas de Oklo, na República do Gabão, saltaram à luz internacional quando uma empresa francesa descobriu que seu urânio já tinha sido extraído e utilizado.
Depois de analisar mostras da mina, os técnicos da Central Nuclear de Tricastin descobriram que o mineral não servia para fins industriais. Suspeitando uma possível fraude por parte da empresa que o exportava, a central de Tricastin decidiu investigar por quê as mostras de urânio normais tinham aproximadamente um 0,7% de material aproveitável, enquanto que as de Oklo apenas se acercavam ao 0,3%. Quando se confirmou que o material parecia o dejeto de uma reação nuclear, investigadores de todo o mundo viajaram a estudar o local.
Depois de exaustivas análises químicas e geológicas, a comunidade científica por unanimidade chegou a uma calafriante conclusão: as minas de urânio do Gabão não podiam ter sido outra coisa que um reator de 35.000 km2, que iniciou seu trabalho há 2 bilhões de anos e se manteve em funcionamento durante outros 500 mil anos.
Estas cifras descomunais fizeram que muitos especialistas queimassem os neurônios pensando numa possível explicação. Mas quarenta anos depois, o caso de Gabão ainda desperta as mesmas e incômodas incógnitas que no seu inicio. O que ou quem estava usando energia nuclear antes de que qualquer civilização pisasse a Terra? Como conseguiram projetar um complexo de reatores tão grande? Como o mantiveram em funcionamento por tanto tempo?
A explicação inverossímil
No afã de explicar a origem do reator, os cientistas acudiram a uma velha teoria do químico japonês Kazuo Kuroda, quem anos antes tinha sido ridicularizado após postulá-la.
Kuroda expôs que uma reação nuclear podia acontecer sem que a mão do homem interviesse se existisse na natureza uma série de condições essenciais: um depósito de urânio com o tamanho adequado, um mineral com uma proporção elevada de urânio fissíl, um elemento que atue como moderador e a ausência de partículas dissolvidas que dificultem a reação.
Três das condições de Kuroda eram altamente improváveis, ainda mais difícil de explicar era como uma reação nuclear natural poderia ter se mantido equilibrada sem que o núcleo de urânio se apagasse ou fundisse durante o lapso estimado de 500 mil anos. Por esta razão, os cientistas somaram à hipótese de Kuroda um último fator: um sistema geológico casual que permitiria a entrada de água aos depósitos e a saída do vapor de reação.
Se calcula que há muitos milhões de anos, a proporção de urânio fissíl na natureza era muito maior (cerca de um 3% do mineral), um fator chave para que uma suposta reação pudesse ocorrer. Em base a este fator, os cientistas propuseram que cada três horas os depósitos de urânio podiam ter se ativado de forma espontânea quando se inundavam com água filtrada das rachaduras, gerando calor e se apagando quando a água, que atuava como moderador, se evaporava por completo.
Não obstante, segundo a teoria de Kuroda, a água necessária deveria ter uma boa proporção de deutério (água pesada) e deveria estar ausente de qualquer partícula que pudesse deter os nêutrons na reação. Poderia a água que vazava pelas rochas ter estas condições tão excepcionais? Poderia talhar-se na natureza um líquido que hoje requer de um elaborado processo de produção?
Engenharia de ponta
Depois de uma série de análises geológicas, os investigadores descobriram que o reator de Oklo ainda guardava uma última surpresa: os “depósitos” de dejetos adotavam uma disposição tal, que apesar de ter transcorrido milhões de anos a radioatividade não tinha conseguido escapar para fora da mina. De fato, se calculou que o impacto termal dos reatores em funcionamento não devia ter superado um raio de ação de mais de 40 metros. Os cientistas reconheceram a incapacidade de emular um sistema de dejetos tão eficiente, e o reator ainda se estuda com o fim de projetar novas tecnologias baseadas em sua estrutura.
Em poucas palavras, o gigantesco reator de Gabão se encontrava melhor projetado que qualquer reator moderno.
Por isso, apesar de que a teoria dos “reatores naturais” é hoje a mais difundida a nível acadêmico, sobre a mina de Oklo ainda aguardam muitos questionamentos sem respostas.
Por que o urânio foi encontrado em depósitos bem delimitados e não espalhados de forma aleatória por todo o terreno? Pode uma reação espontânea ter ocorrido de forma independente vinte vezes diferentes em todo o local? Por que este fenômeno ocorreria única e exclusivamente na África e não em outros pontos do planeta? Podem casualmente as paredes de uma mina conformar um desenho tal que a radioatividade não migre para fora da mesma? Mas sobre tudo: o que aconteceu exatamente em Gabão há 2 bilhões de anos?
Fonte: La Gran Epoca