Anomalia em foto resgistrada na Antártica

“No stress at all…”
E eu estou mais perto da zona do que vocês…

Olá, Sel!

Há muito não me concentrava em uma “tarefa não interativa” [internet e outros afazeres que exigem movimentos contínuos do quotidiano]. Sei que ler um livro e assistir um filme (coisas que eu não faço/fazia há algum tempo) exige sossego físico e mental, para que haja atenção focada, tal como quando se assiste uma aula para se aprender algo. Sabia que eu teria então certa dificuldade para me concentrar. Como o roteiro deste filme propõe uma “idéia nova” e também complexa, é e foi necessária uma atenção redobrada de minha parte.

Precisei ver o filme por duas vezes para entendê-lo, ao ter deixado escapar certos detalhes desta ficção, devido à [costumeira] dispersão e inquietude. Enquanto o assistia “dividia” minha atenção o tempo todo, procurando observar no que de realidade existe desta estória, no sentido de encaixar/entender o que vc passou, ao ponto de ter “ficado doente por seis meses”. E tb o motivo de sua preocupação com o tony. Tb me perguntei onde entro “nesta história” [realidade em que vivemos], mesmo sem saber.

Entendi que a “inserção” é feita por método intravenoso, indutor de sono [consciência menos alerta/ defesas psicológicas baixas], seja ele voluntário ou não.

Devido à “especificidade” de seu trabalho (que eu não sei exatamente qual é), vc foi protocolarmente obrigada a se submeter a uma invasão mental/psicológica por motivos de “Segurança Nacional”, para verificar se vc é “confiável” e assim tomou psicotrópicos que trouxeram à tona reminiscências dolorosas do seu subconsciente? Vc por acaso tomou o “soro da verdade” para revelar suas verdadeiras intenções? Isso na Constituição Brasileira é classificado como tortura e portanto inconstitucional, sabe disto? Não consegui ir além de tais conclusões, quanto a vc. Mas sei que essas são especulações apenas minhas.

Entendi a sua preocupação com o tony quando o filme enfocou o aspecto do vício que a percepção de uma realidade induzida; tanto mais se “criada a bel prazer” torna-se mais aceitável do que o cotidiano do nosso dia-a-dia, acabando por rejeitá-lo e assim abrindo mão do mesmo ao ponto de se optar pelo suicídio, como no caso da mulher do Di Caprio, a “Mal” (que nome sugestivo!). Em poucas palavras: é o que as drogas fazem, e por isso viciam até à morte. No caminho porém há cada vez mais a defesa de “um mundo próprio” em detrimento “do mundo [real] que se rejeita”. O próprio tony aqui nos contou mais de uma vez que ele se droga “porém não muito”, como quem diz ter o controle sobre si mesmo. Sabemos que se tivesse este autocontrole, não procuraria pelas drogas, que na verdade causam dependência química no próprio corpo; a dependência não é apenas psicológica. Neste caso a “certeza de autocontrole” de si mesmo é para proteger a própria dependência química já instalada no organismo.

O final do filme nos remete (suponho) a sensação do “dejá vù” que temos em lugares, situações, pessoas ou coisas, ou seja por exemplo: faz-nos questionar se aquela pessoa desconhecida (porém não muito estranha para nós) é de fato “estranha” e se em momento algum esta mesma nos influenciou a fazer o que não queremos, justo quando pensamos totalmente ao contrário. E assim racionalmente a inocentamos por falta de provas, tomando para nós todo o ônus das conseqüências de nossos atos.

Enfim entendi que a moral do filme nos mostra camadas de realidade interagindo simultaneamente, sem invalidar umas às outras, integrando-se e formando o que pensamos se tratar de apenas uma única realidade. Uma realidade enfim manipulada pelos mais sórdidos e capazes de tecnologias que sequer imaginamos ter acesso.

Agradeço mais esta sua indicação! Vc nos dá excelentes dicas enriquecendo nossa cultura! Abçs 😀