A imprensa e a ufologia – Ataque em verde e amarelo

Compartilhe este artigo com a galáxia!
Tempo de leitura: 3 min.
Ouça este artigo...

Paolla Arnoni

Por Paolla Arnoni

Com a onda de invasões ocorrendo pelo mundo, o Brasil não poderia ficar de lado. Em 22 de novembro de 1954 em Caratinga, Minas Gerais, uma estação de rádio transmitiu em detalhes uma invasão alienígena. O detalhamento dos “marcianos”, suas naves e armas causaram pânico em todos os ouvintes. A notícia não se limitou, jornais da capital mineira enviaram seus repórteres à Caratinga para cobrir a suposta invasão alienígena. Não satisfeito, o radiotelegrafista pediu – com conotação apelativa e insistente – que as Forças Armadas fossem enviadas ao local. O Ministério da Aeronáutica, sob comando de um coronel, enviou um avião com seus acessórios para defesa e ataque. A notícia foi retransmitida ao estado do Rio de Janeiro, o que fez a situação se alarmar ainda mais, porque mais pessoas acreditaram no caos gerado supostamente por seres de outro planeta. O telefone da redação do jornal de Belo Horizonte não parava de tocar com ouvintes solicitando mais informações sobre o suposto ataque.

No momento em que a imprensa carioca começaria a documentar o suposto ataque, uma chamada desmente o ocorrido:

Aqui não desceu disco nenhum, cidade na mais perfeita calma. (Jornal Última Hora, 1954)

Pouco depois desta notícia, a cidade voltou ao seu estado normal, as pessoas retornaram seus afazeres e o avião enviado pela FAB regressou. Os jornais da época afirmaram que esse “trote” não passou de uma brincadeira de mau gosto provocada pelo locutor, pois ele achava a cidade extremamente monótona. A revolta dos cidadãos e do diretor regional do departamento dos correios e telégrafos (DCT) resultou na abertura de um inquérito para a devida apuração do caso. Inspirado na catástrofe de Orson Welles, o profissional narrou a hipótese de um ataque para o aumento da audiência de sua rádio.

Anos mais tarde, em 30 de outubro de 1971, em São Luís do Maranhão, a Rádio Difusora – líder de audiência – comemorava seu oitavo aniversário. Em meio à programação, o radialista anuncia a entrevista com um astrônomo do observatório nacional, que estava em solo maranhense, para investigar vestígios de um disco voador que teria pousado próximo à capital. Minutos depois a rádio informa que um cientista presenciara uma série de explosões na superfície de Marte em direção ao planeta Terra. Esta notícia, dada em meio ao terror dos ouvintes, contribuiu para crer na veracidade da invasão. Com o intuito de atrair mais anunciantes e aumentar sua audiência, os diretores da radio planejam essa estratégia, e para que não houvesse um transtorno de fuga na região divulgam que a nave pousara na entrada da cidade e que uma equipe de reportagem foi desintegrada pelos seres extraterrestres. Informa ainda que o Exército Brasileiro aguarda ordens expressas da Força Aérea para controlar a situação. É cada vez mais dramático o cenário da cidade. O pânico surge depois de informar que houve uma queda de uma esfera brilhante de 20 metros de diâmetro e a aproximação de uma nuvem negra à capital, e que o mesmo estaria acontecendo em solo carioca.

As conseqüências tomam proporções tamanhas que a rádio sai imediatamente do ar por consenso de Juízes Federais, Procurador da Justiça Estadual e Delegado da Polícia Federal. Medidas mais severas não foram tomadas porque os líderes da rádio editaram a gravação da invasão acrescendo um trecho que afirmava ser uma ficção inspirada em Orson Welles, mesmo com essa medida falsa, o Comandante do 24º Batalhão de São Luís obriga aos locutores a cada meia hora a veicular uma nota de esclarecimento para tranqüilizar a população.

A dita preocupação do roteirista em não causar pânico entre os cidadãos e os órgãos governamentais não convence, até um esquadrilha da FAB (Força Aérea Brasileira) de Belém sobrevoou a região de São Luiz e no final da transmissão do programa de rádio recebeu ordens expressas de ignorar seu destino e retornar à base. Já entre os civis, os casos mais graves foram de algumas pessoas feridas devido ao caos e à invasão da emissora por telespectadores revoltados com a transmissão.  Em meio à confusão algumas pessoas ameaçaram cometer atentados à bala contra a emissora e seus proprietários.

Este caso mistura elementos inexistentes de outras farsas jornalísticas com relação ao fenômeno UFO. Ocorre durante o auge da ditadura militar, ou seja, uma farsa dessas ultrapassa as medidas de censura e o caso acontece durante o período em que a Guerra Fria se acirra entre Estados Unidos e a extinta URSS.

A influência que os meios de comunicação têm sobre as massas é capaz de alterar todo um cenário social em pouco tempo. Cidadãos brasileiros foram bombardeados com informações levianas sobre ataques alienígenas, o que gerou pânico, transtornos, medidas rígidas e pessoas aflitas. O impacto social é muito expressivo quando os veículos de comunicação agem de forma imprudente, somente para conquistar lucro e audiência. A falta de credulidade e sensacionalismo da sociedade moderna com o fenômeno UFO é notória.

http://paollaarnoni.blogspot.com

http://twitter.com/PaollaArnoni

——–

Editorial:

O Blog OVNI Hoje agradece a Diretora de Jornalismo do Centro de Ufologia Brasileiro, Paolla Arnoni, por mais esta grande contribuição.

Paolla já contribuiu anteriormente com este excelente artigo: A Imprensa e a Ufologia – Os Primeiros Contatos

n3m3

NÃO DEIXE DE VISITAR NOSSA PÁGINA PRINCIPAL: OVNIHOJE.COM

NotíciasOpinião
Comentários não são disponíveis na versão AMP do site. (11)
Clique aqui para abrir versão normal do artigo e poder comentar.
  • Cristiano

    Por essas e outras a tal verdade que está lá fora deve continuar lá fora mesmo.
    As pessoas são sugestionáveis, têm a tendência de acreditar em tudo que for dito por alguém que considerem "sério" (leia-se: qualquer um que apareça na televisão, fale no rádio ou publique matérias numa revista ou num blog).
    Os ufólogos são, em sua grande maioria equivocados. Qualquer coisa voando para eles já é uma nave extraterrestre. Não pesquisam nada a fundo (pesquisar a fundo = ir além do Google, do Youtube, da Wikipédia e de sites sobre Ufos) e desviam a atenção de qualquer evidência que venha a desmentir o que querem acreditar e passar para os outros (já visitou o site “ceticismo aberto”?).
    Daqui a uns 10 ou 20 anos, astrônomos (esses sim, realmente sérios) informarão a descoberta de algum planeta com sinais de vida. E é aí que mora o perigo. Um grande perigo, pois é aí que entra a "contribuição" dos ufólogos para a humanidade.
    Nesse dia, quando a própria ciência vier a comprovar a existência de extraterrestres (coisa que os ufólogos jamais fizeram ou farão), as pessoas estarão despreparadas, capazes de acreditar em qualquer Urandir apontando um satélite passando no céu e gritando "invasão!".
    Nesse dia, atos irresponsáveis como os descritos acima (sejam estes reais ou não) poderão acontecer em maior número, causando vítimas fatais.
    E os ufólogos serão os MAIORES RESPONSÁVEIS POR PROPAGAR ESSE TIPO DE ENGANO. Talvez nesse dia, alguns ufólogos sofram processos judiciais por conta das vítimas (o que seria realmente uma boa lição para a classe se endireitar e passar fazer as coisas do jeito certo).
    Talvez nesse dia se faça ufologia séria em algum lugar desse mundo.
    Porém, conhecendo os ufólogos, é mais fácil crer que Papai Noel me trará um Mac Pro de presente no natal.

    • n3m3

      Caro Cristiano, vou repetir aqui a mensagem que já deixei no outro artigo para você:

      Para colocarmos uma pedra no assunto, pois é óbvio que não olhamos a situação pelo mesmo ângulo, só posso lhe dizer uma coisa, e espero que não me leve a mal, pois eu realmente valorizo muito suas contribuições aqui:

      Para uma pessoa que não acredita em nada disso, e nem mesmo acha ser possível que um percentual minúsculo destes ralatos tenham a possibilidade de ser um fato verídido, você até que está muito incomodado com toda esta questão. Sinceramente, eu acho que no fundo você acredita em algo, mas está lutando contra isso, caso contrário, nem teria nos visitado aqui no OVNI Hoje. Simplesmente nos ignoraria. E transmito isso à todos aqueles que não crêem, mas nos visitam.

      Para ilustrar melhor a situação, eu sou um cara que não gosta de basquete. Aliás, acho que este é um esporte bem estúpido. Assim, simplesmente não leio nada , não comento nada e não assisto nada a respeito disso. Simplesmente ignoro. Já, a fórmula 1, mesmo alegando aos amigos que não goste, pelo fato de discordar com a política que rege este esporte, sempre me pegam assistindo corridas. Isto quer dizer que, lá no meu âmago, eu adoro o automobilismo.

      Amigo, de qualquer forma, seja sempre bem-vindo a hora que quiser vir.

      Que a "força" esteja com você. 🙂

  • Ninne

    acabei de ver isso daqui em um blog http://www.youtube.com/watch?v=cmJNIpF0TaA&fe… … parece falso né? mas caso ela realmente possuisse todas as provas que diz ter, por que não está sendo comentado este assunto entre os sites ufólogos? :S

    • Fernando Ramos

      Antes de mais Ninne, este caso não está a ser comentado porque… já foi comentado.

      Este caso tem um ano e qualquer coisa e na altura foi comentado em alguns locais que abordam o assunto OVNI.

      Por isso nesta altura ele perdeu o interesse e por isso já não é comentado.

      Acredito que tenha havido algum tipo de contacto.

      Conheço em Portugal uma mulher que tem tido (e parece que continua a ter) histórias deste tipo.

      No entanto, as provas …

      Começando pelas nódoas negras, elas podem ser infligidas. As bolhas (queimaduras) também.

      Neste caso, para alguém infligir dor a si própria para chamar a atenção, denota já algum desequilibro emocional muito grande.

      Quanto à foto-fluorescência, ela pode arranjar-se. Embora o analisador tenha dito que aquela excitação dos electrões só se poderia realizar num laboratório, ele (ou a reportagem) não disse em que outros locais se poderia encontrar, utilizar ou vender uma substância do género.

      Mas o mais gritante são os OVNIs. Os nocturnos dão ideia de serem um candeeiro. Os de dia, por estarem um pouco desfocados não se conseguem perceber bom as suas formas. O interessante é que a imagem filmada à noite com o telemóvel (celular) é mais nítida do que a diurna.

      Verifiquem vocês mesmos. Até com máquinas de filmar.

      Façam as experiencias que quiserem mas os resultados serão sempre os contrários. À noite os filmes ficam com mais “grão” devido à pouca luminosidade, além de que a focagem é mais difícil. Durante o dia a focagem é mais fácil (rápida) e os objectos ficam mais nítidos.

      Para acabar, o feto. Quando passarem por um local que venda carne, olhem atentamente para um coelho (sem pele). Quer quando está de lado, quer quando está de “barriga” para cima.

      Para ilustra o que digo, vejam aqui:

      Este exemplo está exactamente num site em que se aborda este assunto

      Vejam as compaarações:
      http://qualseumedo.blogspot.com/2010/07/mulher-ab

      Ficam algumas perguntas (importantes) para fazer:

      – Nome completo de senhora;

      – Profissão;

      – Estado civil;

      – Marca do telemóvel que fez a filmagem;

      – Filme e fotos originais?

      – Quem recolheu as amostras do produto florescente?

      Repararam como na reportagem estes dados não foram abordados? Julgo que se eles fossem abordados as conclusões poderiam seguir noutro sentido.

      Mas de Jaime Maussan não seria de esperar outra coisa senão reportagem sensacionalistas, omissão de informações importantes e encobrimento de fraudes depois destras terem sido desvendadas. Tudo em nome da fama.

      Não acrerditam?

      Vão aqui: http://www.ufowatchdog.com/jamie_maussan.htm

      Esta é o meu motivo principal que me leva a desconfiar deste caso a 100%

  • Ninne

    obrigada fernando =) também tinha ( quase ) certeza que era mentira auhauh… casooooo leia isso, poderia me dizer se conhece algum caso que acredita que realmente ocorreu abdução ou um contato mais superficial? o.O

    • Fernando Ramos

      Sim, em Portugal temos um caso muito conhecido no nosso meio.

      Trata-se de uma abdução desde criança. Hoje em dia a pessoa está na casa dos 30 anos de idade e os acontecimentos são herdados da mãe (ainda viva).

      Nesta altura ela deixou de querer “ser conhecida” por causa da exposição a que está sujeita.

      Pessoalmente acho que a associação que lhe dá voz, se está a aproveitar dela para obter reconhecimento público. Aquilo que surgiu nos últimos tempos relativamente à sua história saiu, quanto a mim, dos parâmetros normais da linha de acontecimentos que vinham a seguir e já estão a entrar no campo dos “comandantes Ashatar”, entidade que eu acho ser, sem dúvida, uma outra “fraude”. Mas isso é outra história.

      Conheço outro caso brasileiro, que é mais interessante pelas características dos acontecimentos e pela forma como a intervenção “deles” é feita.

      Também aqui a pessoa (mulher) “desistiu” de dar a conhecer a sua experiencia como fazia inicialmente porque gerava à volta dela muita controvérsia entrando quase no campo da ofensa.

      Como sei que estes casos são verdade?

      Porque me correspondo com as pessoas, pontualmente. Porque lhes fiz muitas perguntas, daquelas incomodativas e elas sempre me responderam sem contrariedades, porque não buscam reconhecimento público, antes pelo contrário, porque não usam a sua experiencia para ganhar dinheiro e porque não consegui encontrar contrariedades nas suas histórias.

      De referir que tive conhecimento do caso português desde 2006 e do brasileiro sensivelmente desde 2007.

      Particularmente vou-lhe enviar os links para ficar a conhecer o caso português e o nome da pessoa para poder fazer uma pesquisa.

      Mas antes disso, e se não vir inconveniente, vou informar a pessoa disso.

      Temos em Portugal um outro caso muito conhecido.

      O caso do senhor Américo que foi para a Serra da Gardunha investigar ocorrências e acabou por ficar por lá.

      Este senhor já faleceu no entretanto deixou um grande espólio de entrevistas que foi reunido pelo Professor Joaquim Fernandes, historiador na Universidade Fernando Pessoa e fundador do CTEC (Centro Transdisciplinar de Estudos da Consciência), autor de vários livros entre os quais “Intervenção extraterrestre em Fátima”, escrito em parceria com a jornalista Fina D’Armada.

      Limk do CTEC:
      http://ctec.ufp.pt/

      Link para a história do senhor Américo e da Serra da Gardunha:
      http://www.spo-ovnilogia.com/site2/caso5.html
      Este link pertence à Sociedade Portuguesa de ovnilogia, neste momento a mais credível em Portugal.

      Estou na sua lista de amigos no Facebook. Não hesite em contactar-me.

      Mas quero deixar bem claro que não sou investigador (não tenho tempo). Pelo que não tenho trabalhos nem materiais para partilhar.

      Apenas me dedico com algua paixão à ovnilogia.

      • n3m3

        Fernando, grande colaboração! Muitíssimo obrigado.

  • ira

    Ufologia,ufos,ovnis,seja la qualquer nome se queira dar.

    Objetos voadores não identificados,semprs existiram na historia da humanidade.

    As vezes,aliás,muitas vezes leio algo a respeito sobre o assunto OVNI,o que penso é,o ser humano ou mais preciso,a raça humana é muito soberba ou presunçosa ou muito prepotente,a ponto de pensar que somos a única raça a habitar os universos paralelos,é muita prepotencia humana,para não dizer,cérebro anão).

    Melhor sería pensar transcendentalmente e pensar bem,ou seja,;

    DE ONDE VIEMOS,O QUE ESTAMOS FAZENDO AQUI E PARA ONDE VAMOS.

    PENSO QUE,somos recem-nascidos para outras raças bem superiores em muitos orbes de muitos sistemas solares rodando em muitas galáxias pelos universos paralelos.

    Ainda penso que,se ficarmos a escutar e ver as noticias encomendadas pela política americana de esploração espacial,então ficaremos orfãos de pai e mãe,pois só saberemos aquilo que os governantes que predominam as atividades espacias nos farão engolir a força de suas reportagens dirigidas e tendenciosas.

    A ufologia é um assunto sério e bem sério,logo, mas bem para breve,tanto EE UU como outros países que comandam as esplorações espacias não coseguirão mais segurar as informações confidenciais,visto que,muitos astronautas que vão deixando o serviço ativo junto ao governo,tambem vão saindo de seu controle estatal,ja começam a conceder reportagens a muitos periódicos escritos e televizivos,onde expõem as mazélas politiqueiras de governos e orgãos estatais de controle de descobertas de extraterrestres e suas naves que,ja a muitas décadas do nosso tempo D C vem fazendo parte de nossa sociedade humana.

    O tempo urge mas,logo será corriqueiro a maior parte da sociedade humana travar conhecimento com seres de outras civilizações não terraqueas.

    Somente cérebro anão(pequeno)nã prevê tal fato.

    O PIOR CEGO, É AQUELE QUE NÃO QUER VER

    • n3m3

      Ira, concordo com você em "gênero e número". Contudo devemos ficar alertas àqueles que poluem os estudos da ovniologia / ufologia com farsas e forjações, a fim de ocultar a verdade ou somente para ganharem fama.

      Por isso colocamos todos os materiais interessantes que encontramos aqui neste blog: para que sejam analisados.

      Quem sabe um dia (logo)nos depararemos com a comprovação da verdade.

      Um abraço,

  • orlando daniel filho

    que monte de cascata dos xxxxxxxxxxx!!!!!! é por isso que a sociedade séria não da muita idéia pra esse papo furado !! eu sei que ovinis existem , são reais . mas pessoas como vcs … BANALIZAM E RIDICULARIZAM O ASSUNTO ! VÃO TODOS VCS PRA @!$!$#$#@#@%$@%$@#%!!!! É ISSO DAI MESMO !!!!!!!!!

  • João Paulo Mo

    Casos de farsas como essas tornam ainda mais difíceis os trabalhos de ufólogos sérios. A maioria da população encara a ufologia como uma piada, ilusão ou loucura. Tantas mentiras fazem o povo ficar com "os dois pés atrás" diante de qualquer caso. Nesta generalização, os verdadeiros estudiosos são postos no mesmo patamar de farsantes que apenas buscam fama. É uma lástima.