Seres Extraterrestres Têm Almas? Confira no Livro dos Jesuítas.

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Teriam eles almas?

CIDADE DO VATICANO (CNS) –Cientistas, observadores das galáxias, certamente se perguntam sobre que tipo de impacto a descoberta de vida, ou de seres inteligentes em outros planetas teria em nosso mundo.

Que tipo de efeito teria isso na crença Católica?  A teologia Cristã seria abalada em seu âmago se a ciência um dia descobrisse um distante mundo tomado por pequenos homens e mulheres verdes, ou outras formas de vida inteligente?  A Igreja enviaria missionários para pregar o Evangelho aos alienígenas?  Seria mesmo possível batizá-los?  Ou, teriam eles sua própria versão de Jesus e assim já terem passado por sua própria versão do plano de salvação galáctico, ou universal?

Católicos curiosos não precisam ser fanáticos pelo assunto para quererem respostas a estas  e outras questões quando pegarem o livreto de 48 páginas publicado por um astrônomo do Vaticano..

Através da Sociedade da Verdade Católica (Catholic Truth Society), estabelecida no Reino Unido, o Jesuíta norte americano Irmão Guy Consolmagno escreveu suas respostas para o que ele diz serem perguntas vindas toda a hora do público em geral, quando ele dá palestras sobre seu trabalho no Observatório do Vaticano.

Intitulado “Vida Inteligente no Universo? Crença Católica e a Procura por Vida Extraterrestre Inteligente  (n3m3)”, o livreto é a última adição à coletânea chamada “Série das Explicações  (n3m3)” da Sociedade, que explora os ensinamentos Católicos nas atuais questões sociais e éticas.

O Irmão Consolmagno disse para o  Catholic News Service que a questão de como o Catolicismo reagiria se alguma forma de vida fosse descoberta em outro planeta tem aguçado a curiosidade das pessoas por séculos.

Ele disse ainda que  seu propósito com este livreto foi o de assegurar aos Católicos “que vocês não devem ter receio dessas questões”, e que “seja lá o que for que descobrirmos, nada invalida o que já sabemos e acreditamos”.  em outras palavras, o estudo científico e as descobertas, e a religião reciprocamente se enriquecem.  Elas não se cancelam.

Se novas formas de vida fossem descobertas, ou se seres altamente avançados oriundos do espaço sideral aterrissassem no planeta Terra, não significaria que “tudo que acreditamos esteja errado”, ao contrário, “iremos descobrir que tudo é ainda mais verdade em maneiras que ainda nem mesmo vislumbramos” ele disse.

O Livro do Genesis descreveu duas histórias da criação e a ciência também tem mais do que uma versão de como o cosmos se iniciou.

“Seja lá como for que você imagine que o universo tenha sido criado, diz o Genesis que o ponto essencial é que no final de tudo foi um ato deliberado e de amor de Deus, o Qual existe fora do tempo e do espaço” diz Irmão Consolmagno em seu livreto.

“A Bíblia é uma ciência divina; um trabalho sobre Deus.  Seu propósito não é o de ser ciência física” e assim explicar como os planetas e sistemas solares foram feitos, escreveu o astrônomo Jesuíta.

O Papa João Paulo II uma vez disse aos cientistas, “A verdade não contradiz a verdade”, o que significa que as verdades científicas nunca erradicarão as verdades religiosas, e vice-versa.

O Irmão Consolmagno ainda escreveu: “O que o livro do Genesis diz sobre a criação é verdadeiro. Deus fez isto; Deus quis assim; e Deus ama a isto.  Quando a ciência completa os detalhes de como Deus fez isto, ela ajuda a dar um sabor de quão rico e bonito e inventivo Deus realmente é,  muito mais do que o escritor do livro do Genesis poderia alguma vez ter imaginado”.

O universo sem limites “poderia ainda incluir outros planetas com outros seres criados pelo mesmo Deus de amor” ele adicionou.  “A idéia de que possam haver outras raças e outras inteligências não é contrária ao pensamento tradicional Cristão”.

“Não há nada na Sagrada Escritura que possa confirmar ou contradizer a possibilidade de vida inteligente em outros lugares do universo”, ele escreveu.

O Irmão Consolmagno disse que, como cientistas, as pessoas de fé não deveriam ter medo de dizer “eu simplesmente não sei”.

A compreensão humana “está sempre incompleta.  Seria uma loucura subestimar a habilidade de Deus em criar complexidades que nunca conseguiremos compreender.  Seria perigoso pensar que entendemos Deus completamente,” diz ele em seu livreto.

Ele falou para a CNS que seu livreto tenta mostrar “o divertimento que é pensar” sobre o que significaria se Deus tivesse criado mais do que vida na Terra.  Tal ponderação “é muito válida, se nos fizer refletir nas coisas que sabemos e temos desprezado,” disse ele.

Diz ele que tais questões, como “Os alienígenas teriam almas?”, ou “A salvação de Cristo aplica-se a eles?” ajuda-nos a “considerar o que significa para nós ter uma alma” e ajuda-nos a melhor “reconhecer o que a salvação de Cristo significa para nós”.

O Irmão Consolmagno disse que tentou mostrar em seu livreto que “a Igreja não receia a ciência” e que Católicos também não deveriam receiar e devem ser confiantes em confrontar todos os tipos de ponderações, independentemente de quão “fora do normal” ou obscuras possam ser.

Para os fãs da ciência, ou entusiastas de astronomia, o último capítulo do livreto revela onde há referências aos extraterrestres na Biblia.

Disse ainda o Irmão Consolmagno que a Bíblia está repleta de referências ou descrições de “entidades inteligentes não humanas” que adoram a Deus.  Por exemplo, ele disse que as Escrituras falam de anjos, “filhos de Deus”, que tomaram esposas humanas, e de “seres celestes” que “se exaltaram de alegria” quando Deus criou a Terra.

Contudo, o livreto não oferece “respostas rápidas e concretas” sobre a vida extraterrestre, já que tal ponderação é “melhor servida pela ficção científica ou poesia, do que por definições da ciência e da teologia”.

Ele disse ainda que o livreto foi feito para “colocar um sorriso na sua face” e, talvez, fazer as pessoas pensarem duas vezes sobre quem poderia estar observando a Terra de telescópios muito, muito longínquos.

Artigo publicado por  Carol Glatz
Catholic News Service

Tradução: n3m3

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