Novo estudo mostra percentual de estrelas capazes de suportar a vida
Um novo estudo chamado de Modelo de Habitabilidade Dentro da Galáxia Via Láctea, conduzido por Michael Gowanlock, da Universidade do Havaí, usou modelos computacionais para encontrar planetas habitáveis, bem como analisar a possibilidade de devastações por explosões de supernovas. A rápida formação de planetas no núcleo da galáxia poderia superar os efeitos negativos das explosões de supernovas, fornecendo assim um recanto para vida, disseram os pesquisadores.
Hoje, os cientistas acreditam que a zona habitável na galáxia é uma região em forma de anel, de 30 anos-luz de diâmetro, ao redor do centro da galáxia. Em contraste, Gowanlock e seus colegas da Universidade do Havaí desenvolveram um novo mapa da zona habitacional galáctica, o qual desafia esta convenção e sugere que a zona habitacional é muito mais complexa que uma simples forma de anel.
Para determinar a habitabilidade na galáxia, o novo mapa usa as mais recentes descobertas sobre os exoplanetas. As estrelas mais velhas foram formadas inteiramente de hidrogênio e hélio, mas geraram elementos mais pesados quando ficaram sem combustível e explodiram. A próxima geração de estrelas formou a partir dos escombros destas supernovas e assim tem níveis maiores de elementos pesados e de metais. Astrônomos recentemente descobriram que os exoplanetas são muito mais prováveis de se formarem ao redor daquelas estrelas que contem elementos mais pesados. E estas estrela mais pesadas são mais prováveis de se formarem em áreas onde há muitas supernovas. Em nossa galáxia isso ocorre próximo ao seu centro, tendo assim mais planetas e mais probabilidade destes estarem em uma zona habitável.
A equipe de Gowanlock diz que planetas habitáveis são tão comuns próximos ao centro da galáxia que mesmo se muitos deles fossem aniquilados pelas supernovas, ainda deve haver o suficiente para sobreviver por um tempo longo ao ponto de desenvolverem vida complexa.
Seu modelo sugere que 2,7% das estrelas no centro da galáxia devem ter planetas em zonas habitáveis. E devem haver planetas habitáveis longe do centro também. A equipe de Gowanlock diz que aproximadamente 0,25% das estrelas da parte exterior da galáxia devem ter planetas habitáveis. (Lembrando que a Terra é um destes planetas da parte exterior da galáxia – n3m3).
“Estimamos que aproximadamente 1,2 % de todas as estrelas possuam um planeta que possa ser capaz de suportar vida complexa…,” diz Gowanlock. Mas seu modelo também estima que 75% destes planetas habitáveis estejam presos na órbita de suas estrelas mãe, de forma que um lado esteja queimando sob a luz solar e o outro congelando.
Atualmente se argumenta nos meios científicos sobre o que precisamente constitui um planeta habitável. Estatísticas de análises de resultados do projeto Kepler provocaram debates furiosos quando um pesquisador concluiu que um terço dos planetas ao redor de estrelas como o nosso Sol poderiam possuir planetas similares à Terra, enquanto outros dizem que muitos dos mundos habitáveis poderiam estar cobertos de nuvens de gás congelante.
A realidade é que ninguém realmente sabe exatamente os percentuais corretos. Tudo que temos no momento é a lei da probabilidade, ou seja: dentre bilhões e mais bilhões de planetas, seguramente deve haver muito mais do que somente a Terra como planeta habitável em nossa galáxia. Além disso, quem pode afirmar com 100% de segurança que a vida só pode existir na forma que conhecemos aqui na Terra?
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Fonte: www.dailygalaxy.com
Colaboração: Isaías Balthazar