O Universo não existe até ser observado, dizem físicos quânticos
A questão não é mais se a teoria quântica está correta, mas o que ela significa: por quase um século, os físicos se perguntaram se as previsões mais contraintuitivas da mecânica quântica (MQ) poderiam realmente ser verdadeiras. Somente nos últimos anos a tecnologia necessária para responder a essa questão se tornou acessível, possibilitando uma série de resultados experimentais – inclusive os surpreendentes relatados em 2007 e 2010 e culminando agora com um notável teste relatado em maio – que mostram que as principais previsões de MQ são de fato corretas.
Bernardo Kastrup, Henry Stapp e Menas Kafatos reportaram na Scientific American:
Juntos, esses experimentos indicam que o mundo cotidiano que percebemos não existe até ser observado, o que por sua vez sugere – como argumentaremos neste ensaio – um papel primordial para a mente na natureza. Portanto, é tempo da comunidade científica em geral – não apenas aquelas envolvidas em fundamentos de MQ – enfrentarem as implicações contra-intuitivas das previsões mais controversas de MQ.
Ao longo dos anos, escrevemos extensivamente sobre o porquê da MQ parecer implicar que o mundo é essencialmente mental. Muitas vezes somos mal interpretados – e deturpados – como defendendo o solipsismo ou alguma forma de “misticismo quântico”, então, sejamos claros: nosso argumento para um mundo mental não significa ou implica que o mundo seja apenas uma alucinação pessoal ou um ato de imaginação. Nossa visão é inteiramente naturalista: a mente que sustenta o mundo é uma mente transpessoal que se comporta de acordo com as leis naturais. Compreende, mas transcende de longe qualquer psique individual.
A alegação é, portanto, que a dinâmica de toda a matéria inanimada no Universo corresponde à ‘mentação’ transpessoal, assim como a atividade cerebral de um indivíduo – que também é feita de matéria – corresponde à mentação pessoal. Essa noção elimina descontinuidades arbitrárias e fornece a essência interna ausente do mundo físico: toda a matéria – não apenas a dos cérebros vivos – é a aparência externa da experiência interior, diferentes configurações de matéria refletindo diferentes padrões ou modos de atividade mental. De acordo com a MQ, o mundo existe apenas como uma nuvem de possibilidades simultâneas e sobrepostas – tecnicamente chamado de “superposição” – até que uma observação coloque uma dessas possibilidades em foco na forma de objetos e eventos definidos. Essa transição é tecnicamente chamada de “medida”. Uma das chaves do nosso argumento para um mundo mental é a alegação de que apenas observadores conscientes podem realizar medições.
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Bernardo Kastrup tem Ph.D. em engenharia da computação da Universidade de Tecnologia de Eindhoven e especializações em inteligência artificial e computação reconfigurável. Ele trabalhou como cientista em alguns dos laboratórios de pesquisa mais importantes do mundo, inclusive a Organização Européia para Pesquisa Nuclear (CERN) e os Laboratórios de Pesquisa da Philips.
Menas C. Kafatos, PhD, é o Professor de Física Computacional de Fletcher Jones da Chapman University. Atualmente dirige o Centro de Excelência em Modelagem e Observação de Sistemas Terrestres. Ele é co-autor com Deepak Chopra do best-seller do New York Times, “You Are the Universe” ( Você é o Universo) (Harmony / Random House, 2017). Em fevereiro de 2018, ele foi eleito membro estrangeiro da Academia Coreana de Ciência e Tecnologia (KAST)
Henry P. Stapp, PhD, é um físico teórico no Laboratório Lawrence Berkeley da Universidade da Califórnia, especializando-se nos fundamentos conceituais e matemáticos de teoria quântica. Ele trabalhou de perto com Werner Heisenberg, Wolfgang Pauli e John Wheeler, e é autor de três livros sobre a base da mecânica quântica da conexão entre mente e matéria.
(Fonte)
Assista abaixo duas entrevistas super interessantes a respeito deste eletrizante assunto, a primeira com Menas Kafatos e a segunda com Bernardo Kastrup. (Para informações de como ativar a legenda em português dos vídeos abaixo, embora esta não seja precisa, clique aqui):
O estudo da física/mecânica quântica tem revelado coisas surpreendentes aos cientistas, muitas delas contestadas pelos seus próprios colegas, pois quebra uma série de paradigmas, inclusive dando margem à existência de “forças” que a ciência convencional considera como crendices e superstições. No final, se esses estudiosos da física quântica estiverem certos, tudo faz parte da “natureza”.
E por falar e física quântica:
Interações quânticas são mais rápidas do que a velocidade da luz
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