Alienígenas: Somos visitados pelos melhores e pelos piores
Quando portugueses e espanhóis se fizeram ao mar no século XIV, desencadeando a segunda grande expansão humana, eles foram guiados pelos melhores capitães. No entanto, o caráter deles nem sempre era igual às suas habilidades.
Tem-se uma visão romantizada da Conquista da América, do caminho para as Índias, dos exploradores da península ibérica. Naquela época um capitão de caravela tinha de ser alguém letrado, exímio matemático e astrônomo. O capitão era o melhor profissional da época, mas para que uma expedição fosse viável, era preciso força braçal, músculos e alguém capaz de suportar as privações e provações de se atravessar um oceano a bordo de uma casca de noz e fazer frente contra o desconhecido. Os homens que compunham o grosso dos exploradores eram quase sempre pouco letrados e temente a uma força superior, no caso, o Deus cristão. Muitos eram conscritos, que viram ali uma oportunidade de não morrerem nos porões de uma masmorra, muito embora as condições a bordo por vezes não passavam de uma masmorra flutuante. Outros eram vadios e que viam ali uma forma de não morrerem de fome.
Aonde quero chegar? Os alienígenas, muito embora possuam tecnologia muito superior à nossa, da casa de vários Parsecs, eles também dependem dos meios para viajar pelo Cosmos. Não se engane, quem em sã consciência vai querer encarar uma travessia de n anos-luz? Quem vai querer sair do conforto do seu lar para se enfurnar por n tempo numa lata?
O alien que se aventura pelo Espaço deve pertencer à classe dos mais ‘fortes’ de sua sociedade, assim como nossos astronautas são as pessoas mais capacitadas da espécie humana. A tecnologia dos aliens os permite irem as lugares que para nós ainda é a mais pura ficção científica. São pessoas (permitam-me assim classificá-los) que precisam sobreviver fora de seu habitat e que se algo der errado, precisam improvisar enquanto o resgate não chega, assim como um piloto abatido numa guerra. Ele fará de tudo, usando o que tem ao seu redor, para sobreviver.
Algo pode dar errado e o explorador cair na Lua, na Antártida ou em Varginha. Imaginemos a tripulação de uma nave espacial. Você terá no comando os melhores, algo como Kirk-Spock ou Piccard-Riker, mas conforme você for descendo, a moral e o conhecimento também irão decrescer.
Muitos abduzidos relatam que foram extremamente mal tratados, como se fossem apenas um ‘objeto’. E eram. Para os alienígenas, aquilo era apenas um trabalho, algo como peão da fazenda que recebe a ordem de ordenhar ou vacinar uma vaca. Ele não está nem aí para o animal, aquilo é apenas o trabalho dele. Mas também há relatos de abduzidos que foram excepcionalmente bem tratados. Agora peça para o veterinário ir vacinar a vaca. Vai ser outro tratamento, apesar de ter o mesmo resultado.
É aí que quero chegar. Não dá para romantizar os aliens, colocando-lhes uma aura de paz e bondade. Se um dia você topar com um alienígena, corra, pois é mais provável que ele vá lhe enfiar uma sonda no seu reto do que lhe dar uma bíblia intergaláctica.