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GUERRA FRIA: 21 anos para os EUA descobrirem a radiofrequência espacial russa

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Na década de 1960, os Estados Unidos e a União Soviética estavam em uma corrida para ver quem pousava na Lua primeiro e quem descobria mais sobre Marte.
Durante a Guerra Fria entre os dois países, marcada pela profunda desconfiança e segredo, a Corrida Espacial foi um dos projetos mais secretos de todos. Em 1983, muitos dos documentos da Guerra Fria estavam se tornando disponíveis, mas parece que havia um segredo que os soviéticos conseguiram manter por 21 anos: a frequência de rádio de uma sonda enviada a Vênus.

A primeira missão de Marte lançada na década de 1960 ocorreu no meio da Guerra Fria. A União Soviética era comunista e suas lembranças de Stalin eram frescas. Os russos desconfiaram dos Estados Unidos, acusando o país de se intrometer nos assuntos mundiais e construir ‘lojas’ de armas militares.

Os EUA construíram uma bomba atômica e a URSS logo depois construiu a sua. Os EUA desenvolveram uma bomba de hidrogênio, e os soviéticos estavam logo atrás com suas próprias armas nucleares. O conflito coreano ocorreu, provocando medo desenfreado de uma conquista comunista.

Quando se tratava de exploração espacial, os dois países tentaram o seu melhor para esconder a tecnologia um do outro. A localização do espaço-porto soviético era um segredo bem guardado. Os comunicados de imprensa soviéticos o chamaram de Cosmódromo de Baykonur, mas não estava em Baykonur. Na verdade, a CIA o perseguiu por três anos, tentando encontrar a real localização do local de lançamento, que era em Tyuratam, uma estação ao longo da ferrovia Moscou-Tashkent, no Cazaquistão.

Em 1º de outubro de 1960, em grande sigilo, a primeira sonda soviética para estudar Marte foi lançada a partir de Tyuratam. O terceiro estágio do foguete falhou e a nave caiu de volta na Terra, queimando na reentrada. A próxima tentativa de lançamento ocorreu duas semanas depois. Também não alcançou a órbita da Terra. O terceiro lançamento, em 24 de outubro de 1962, atingiu a órbita da Terra, mas não foi adiante. Em novembro de 1962, a sonda Marte 1 foi lançada pela União Soviética, mas o rádio falhou antes de chegar ao planeta vermelho. Quatro dias depois, o Sputnik 24 foi lançado com a missão de sobrevoar Marte para fotos, mas também não deixou a órbita terrestre.

Em 1964, depois de fazer mudanças em seu design de foguete, a União Soviética lançou a sonda Zond 2 com o objetivo de pousar em Marte. A missão era problemática na medida em que os painéis solares não abriram a tempo, houve falhas no sistema de controle térmico e um temporizador de programação não funcionou corretamente. Um mês após o lançamento o sistema de comunicação falhou, e a Zond 2 queimou na atmosfera de Marte.

A União Soviética fez mais duas tentativas na primavera de 1969. Ambas falharam e novamente em 1971. Mais tarde, em 1971, outra tentativa, e a sonda Marte 2 chegou ao planeta em 2 de novembro. A nave entrou na atmosfera com maior velocidade do que o esperado, espatifando-se na superfície. Outra aterragem ocorreu no dia 3 de dezembro, mas a sonda parou de operar assim que entrou na atmosfera do planeta. Entre julho de 1973 e março de 1974, a União Soviética lançou mais quatro sondas para Marte. Todas sem sucesso.

No final da década de 1980, a URSS tentou alcançar Phobos, uma das luas de Marte, mas nas duas vezes os veículos espaciais se perderam. Em 1996 e 2011, a Rússia, o novo nome da antiga União Soviética, fez outra tentativa em Marte, mas os foguetes falharam, e tudo foi perdido. A última tentativa de alcançar Marte pela Rússia foi em novembro de 2011, e também falhou.

Em 1962, a sonda Marte comunicava-se com a base terrestre soviética com um sinal oculto em “quatro frequências de rádio: 163, 32, 8 e 5 centímetros”, de acordo com um relatório da NSA. Os sinais 163 e 32 foram detectados quando a nave entrou no caminho para Marte. Um receptor de rádio espião dos Estados Unidos capturou o terceiro sinal, 8, mas acabou por ser nada mais do que dados astronômicos. O que faltava foi o último sinal. O terceiro sinal era uma distração para chamar a atenção do sinal final? Poderia ser a transmissão de dados secretos no programa espacial soviético? A CIA simplesmente tinha que saber. A trajetória da sonda foi fácil de descobrir, já que todos os foguetes soviéticos emitiam um sinal geral que era fácil de rastrear. Isso deu à CIA a capacidade de prever a posição da nave em qualquer momento.

A fim de camuflar o sinal, os soviéticos aproveitaram a curvatura da Terra e transmitiam antes que os Estados Unidos estivessem na posição correta para detectá-lo. Os EUA construíram estações de rastreamento ao redor do mundo, em lugares de escuta secretos, que resolveu este problema, com alguns deles ainda ativos em pleno Século XXI.

A única coisa que os EUA não conseguiram descobrir foi a frequência de rádio exata do sinal. As possibilidades eram infinitas. Espiões foram enviados para todos os satélites soviéticos exibidos. Em Paris em 1968, Los Angeles em 1977 e a Exposição Mundial em Montreal em 1967, espiões técnicos estudaram as réplicas de informações que poderiam levar a descobrir a frequência de rádio. Eles estudaram a propaganda liberada pela União Soviética e questionaram os astrônomos soviéticos.

Em 10 de novembro de 1983, a frequência foi descoberta. Durante uma corrida para observar Vênus, os EUA tinham o programa SETI, destinado a pesquisa e procura por sinais de inteligência extraterrestre e uma maneira de ouvir sinais do espaço profundo. Um veículo estava equipado com computadores, receptores e analisadores. O veículo RFI (Radio Frequency Interference – Interferência de Radiofrequência) foi carregado em um avião de transporte da USAF C-5A e levado para um local secreto. Em outubro de 1983, o veículo estava pronto para receber sinais. Os soviéticos lançaram sondas para Vênus, e os agentes dos EUA estavam ouvindo.

Após um mês e zero de progresso, os americanos estavam prontos para desistir. Em novembro, eles tentaram uma última vez, e depois de 21 anos, finalmente, funcionou. Embora os americanos estavam ocupados batendo nas próprias costas, a informação recolhida era de pouca utilidade. Embora a capacidade de encontrar o sinal fosse uma conquista, parecia que as décadas foram desperdiçadas. A última frase do relatório diz: “só a satisfação de resolver um mistério de 21 anos foi suficiente para os envolvidos”.

(Fonte)

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