Estariam os ETs tentando nos dizer algo? A procura por misteriosas ‘rajadas rápidas de rádio’ se intensifica
A procura por misteriosas ‘rajadas rápidas de rádio’ – breves mas intensos pulso de ondas de rádio vindas do espaço – está se intensificando. Ninguémsabe o que causa estas poderosas rajadas, mas algumas pessoas têm especulado que os sinais poderiam estar sendo transmitidos por civilizações alienígenas distantes. Na verdade, os astrônomos estão tão perplexos pelo fenômeno que isto está causando uma ‘renascença’ em rádio astronomia.
Agora uma equipe internacional de astrônomos detectou a mais poderosa rajada de rádio já captada. Apelidada de FRB 150807, as ondas intensas de rádio duraram menos de meio milisegundo – isto é 0,1% do tempo que leva para humanos piscarem. E o estudo, publicado no periódico Science, chegou mais perto do que qualquer outro para determinar de onde exatamente o sinal veio. A pesquisa ocorreu somente dias após outro estudo ter reportado que detectou uma rajada rápida de rádio com uma erupção de raios gama, com radiação eletromagnética extremamente energética.
Apesar de sua intensidade, a natureza e origem das rajadas rápidas de rádio ainda está sendo intensamente debatida. Alguns astrônomos sugeriram que estes sinais breves e intensos sejam produzidos nas atmosferas de certas estrelas em nossa galáxia, a Via Láctea – um processo similar à ejeção solar. Outros argumentam que elas são causadas por colisões cósmicas, tais como uma estrela de neutrônio (o núcleo em colapso de uma estrela maior) colidindo com um buraco negro numa galáxia distante, ou até mesmo que poderiam ser sinais alienígenas.
A primeira rajada rápida de rádio – a rajada Lorimer – foi descoberta acidentalmente por rádio astrônomos usando o telescópio Parkes da Austrália, para procurar por emissões de rádio ao redor de estrelas de neutrônio, chamadas de pulsares. A rajada Lorimer permaneceu sendo uma curiosidade até que outras rajadas rápidas de rádio vindas de diferentes posições do céu foram descobertas por outros telescópios, tais como o rádio telescópio gigante de Arecibo, no Porto Rico, e a parabólica Greenbank de 100 metros, nos EUA.
Mas o progresso na compreensão deste enigmático fenômeno tem sido lenta. Isto ocorre parcialmente devido à curta duração das rajadas, a limitada resolução fornecida pelos telescópios e a incerteza das posições no céu destas rajadas. Tentando descobrir uma rajada e, exatamente no mesmo momento, encontrar precisamente de onde no céu ela está vindo é difícil. Se um sinal de rádio poderia ser comprovado por telescópios que estão procurando por outros tipos de radiação magnética (tais como raios-X ou outros tipos de “luz óptica” que podemos ver), poderíamos mensurar a distância e compreender o processo físico destes evento. Se o processo que causa estas rajadas são similares àqueles responsáveis por outras explosões cósmicas, tais como rajadas de raio gama, os astrônomos suspeitam que a radiação em outros comprimentos de onda provavelmente seria emitida no mesmo evento que causou as rajadas rápidas de rádio. Mas isto está sendo difícil de capturar.
Estimativas indiretas de distância têm sido feitas através da mensuração de como o sinal de rádio é obscurecido. Isto pode ajudar a inferir a quantidade de material pelo qual a luz atravessou em sua viagem. A partir disso, a distância da rajada rápida de rádio da Terra pode ser estimada, usando uma variedade de suposições, tais como a quantidade de matéria entre nós. Tais mensurações têm indicado que as origens das rajadas rápidas de rádio estão muito além da nossa galáxia.
Rastreando a rajada
A FRB 150807 é notável por sua duração curta, clareza de sinal de rádio e alto grau de ‘polarização’ linear – uma propriedade que descreve o plano das vibrações que constituem as ondas. Combinando estas propriedades, o novo estudo sugere que a rajada ocorreu numa galáxia a mais de um bilhão de anoz-luz de distância, identificada pela Pequisa de Hemisfério do Telescópio de Levantamento Visível e Invisível para Astronomia (VISTA). Isto é o mais próximo que chegamos de encontrar o local de onde a rajada rápida de rádio veio.
A polarização de luz é afetada pelos campos magnéticos que a cercam. Assim, sabendo isto ajudou aos pesquisadores estimarem as propriedades magnéticas do plasma através do qual as ondas de rádio viajaram. Sua análise sugere que exista somente uma magnetização insignificante do plasma próximo do local da rajada. De forma interessante, se for correto, isto descartaria os objetos fortemente magnetizados, tais como as estrelas jovens de neutrônio, magnetares ou outros objetos.
Este estudo mostra que à medida que o pequeno número de rajadas rápidas de rádio registradas cresce, e suas propriedades se tornam mais conhecidas, o empolgante prospecto da compreensão do que as produz se tornar aumentadamente possível. Elas poderiam também ser usadas para mapear os campos magnéticos no Universo – algo que sabemos muito pouco a respeito. O próximo avanço pode vir com a primeira detecção de uma contra parte visível ou pós-luminescência, da qual podemos mensurar a distância precisa.
Isto pode acontecer mais cedo do que você pensa, dado o outro relatório tentador de um recente estudo da possível detecção de uma rajada de raios-gama coincidindo com uma rajada rápida de rádio, feita pelo satélite Swift da NASA. Se as duas rajadas vieram da mesma fonte, isso seria muito empolgante – poderia significar que esta fonte é muito mais energética do que pensávamos.
A análise da FRB 150807 prediz que estes eventos não devem ser raros – com 190 deles ocorrendo por dia. Futuras instalações, tais como a do Large Synoptic Survey Telescope – que irá rastrear todo o céu noturno de poucos em poucos dias, em comprimentos de onda ópticos e equivalente em rádio – e o Square Kilometre Array revolucionará nossa visão e compreensão destas misteriosas rajadas e do Universo violento e em constante mudança no qual vivemos.
Então, aparentemente, a tese de que era um forno de microondas no observatório que gerava tais rajadas foi por água abaixo, bem como tantas outras que descartavam o fato deste fenômeno estar vindo do espaço.
n3m3