Abaixo, mais uma contribuição do leitor Rafael dos Santos Ribeiro:
Algumas pessoas dizem que a evolução tecnológica é uma estrada em linha reta. Começa com um animal inteligente o suficiente para manusear e fabricar objetos usando o que se encontra na natureza,passando pelo controle do meio (como o manuseio do fogo) e avançando lentamente até a criação de espadas de ferro, motores a vapor, computadores, etc. Usando essa forma de pensar é natural que a próxima grande evolução será feita sobre os resultados dos nossos meios tecnológicos presentes (nanotecnologia é a aposta da vez). Por mais sofisticado que sejamos estamos basicamente fazendo o que os primeiros sapiens faziam: juntamos materiais para criar ferramentas que nos ajudem a realizar uma determinada tarefa. Será essa a evolução natural da tecnologia de seres inteligentes? Como saber o nível tecnológico de uma espécie extraterrestre que vive em um meio completamente diferente dos nossos?
Primeiro devemos definir como surge uma tecnologia e como ela avança com o tempo. O primeiro fator é que um objeto é criado para auxiliar, facilitar ou permitir que uma raça faça uma determinada tarefa. A roda foi criada para empurrar objetos mais facilmente. A charrete foi inventada para permitir carregar objetos e pessoas a grandes distâncias com a ajuda de animais e de rodas. O carro não deixa de ser uma forma mais sofisticada de uma charrete, ou seja, uma evolução. Se não houvesse a necessidade do homem primitivo de rolar madeiras e discos de pedras para carregar objetos até sua morada talvez hoje não tivéssemos carros. Toda a tecnologia tem sua origem e melhorias que permitem que ela seja melhor utilizada ou que seja utilizada para outros fins.
Pense no avião. Uma das criações máximas da humanidade permite que viajemos pelo ar superando montanhas e oceanos. Agora imagina essa tecnologia em um raça que possua asas. Tirando o fato do conforto não seria considerado um grande avanço. Seria essa raça alada que não utiliza veículos aéreos menos evoluídas que nós? Primeiro devemos analisar o ambiente e a fisionomia dessa raça vive para então tentar criar um paralelo de sua tecnologia com a nossa. Outro ponto a ser discutido é a situação que levou a raça a criar tal ferramenta. Uma de nossas primeiras criações foram lanças e machados feitois de galhos e ossos. O motivo é porque estávamos constantemente em perigo por outros animais selvagens e porque precisávamos de formas de conseguir caçar com eficiência. Agora pense em uma raça herbívora que viva em um planeta sem grandes ameaças. Provavelmente uma de suas primeiras criações tenha sido pás para plantar sementes e formas de guardar água. Temos um novo ramo de avanços tecnológicos baseados em agricultura ao invés da caça (o ser humano só aprendeu a agricultura muito depois, mas permaneceu com a caça como a fonte principal de alimento). Essa raça de herbívoros talvez só tenham inventado objetos afiados para cortar suas plantações.
A tecnologia não é um caminho único. Além de começar em pontos diferentes ela pode se dividir e desdobrar (se um meteoro caísse na Terra voltaríamos a idade média na melhor das hipóteses). Isso pode se aplicar aos famosos OVNIs que vemos hoje. Tecnologia super avançada para nós? Com certeza. Tecnologia de ponta para eles? Não sabemos. Quem garante que essas naves não sejam como carros para eles que possuem avanços muitos superiores aos OVNIs? Por que criar naves que permitem viajens espaciais custosas? Talvez seu planeta a muito se foi e eles vivem em colônias espaciais a procura de um novo lar. Talvez eles morem em um local com poucos recursos e tiveram que inventar formas de captá-las muito rapidamente. As possibilidades são muitas.
E enquanto eu escrevo essas linhas em meu computador me lembro do motivo de sua existência. Alguém, há muito tempo, precisava somar números…
– Rafael dos Santos Ribeiro
