A cada mês, um novo planeta é descoberto, o qual possui similaridades com o nosso – e está se tornando cada vez mais aparente que a Terra não é única. Assim fica óbvio que dos bilhões de planetas similares à Terra, só em nossa galáxia, possa haver outro que abrigue a vida. Este é um pensamento que está ganhando cada vez mais credibilidade e agora a NASA liberou um livro fascinante que detalha como, ou se, poderíamos nos comunicar com alguns destes mundos.
Alguns dos capítulos mais interessantes cobrem o assunto da comunicação alienígena no passado, presente e futuro. Em uma seção, por exemplo, William Edmondson, da Universidade de Brimingham, considera a possibilidade da arte em rochas na Terra ser de origem extraterrestre.
“Podemos dizer pouco, se é que podemos, sobre o que estes padrões significam, o porquê deles terem sido gravados nas rochas, ou quem os criou”, escreveu Edmondson. “Para todos os efeitos e propósitos, eles poderiam ter sido feitos por alienígenas.”
O livro é intitulado Archaeology, Anthropology and Interstellar Communication (Arqueologia, Antropologia e Comunicação Interestelar). Ele foi editado para a NASA por Douglas Vakoch, Diretor de Composição da Mensagem Interestelar do Instituto SETI.
Com a ajuda de outros especialistas, ele abordou um número de tópicos, inclusive a prospecção por vida em outros planetas e os meios através dos quais poderemos enviar e receber mensagens.
Vakoch começa o livro de 330 páginas postulando o quão difícil poderia ser fazermos o primeiro contato.
“Se um sinal de rádio for detectado em um experimento moderno do SETI, poderemos confirmar que outra inteligência existe, mas não saberemos o que eles estão dizendo“, ele escreve na introdução do livro. Ele adiciona: “Mesmo se detectarmos uma civilização circulando numa de nossas estrelas mais próximas, seus sinais teriam atravessado trilhões de milhas, alcançando a Terra após ter viajado por anos.“
Mas nem toda a esperança está perdida – por todo o livro Vakoch e seus colegas abordam exatamente estes problemas e fornecem soluções que poderão ser de muito valor no futuro.
“Para ir além da mera detecção de tal inteligência, e para ter qualquer chance realista de compreendê-la, podemos ganhar muito das lições que aprendemos, através dos desafios similares encontrados por pesquisadores na Terra“, continuou ele. Como arqueólogos que reconstroem temporalmente civilizações distantes a partir de uma evidência fragmentada, espera-se que os pesquisadores do SETI reconstruam civilizações distantes que estão separadas de nós pela vastidão do espaço, bem como do tempo. À medida que tentamos decodificar e interpretar as mensagens extraterrestres, teremos que compreender a mentalidade das espécies, a qual é radicalmente diferente.
Em outra parte do compêndio os autores abordam a questão da biologia, evolução e física possíveis de uma raça alienígena. Vakoch explica como os métodos pelos quais os alienígenas se comunicam poderiam ser vastamente diferentes dos nossos, tornando assim difícil o contacto. Ele diz que a mensagem através do som, como estamos acostumados na Terra, poderia não ser possível.
“Por outro lado, a visão e o uso de imagens poderia parecer plausível” ele escreve. E, continuou, a obtenção de imagem de planetas habitáveis no futuro poderá revelar “o arranjo físico de objetos” que irão sugerir a presença de vida alienígena.
Edmonsdson sugere, por exemplo, que “um telescópio óptico com o diâmetro de 1000 quilômetros poderia resolver uma objeto de um quilômetro de diâmetro, à uma distância de 100 anos-luz“.
Vakoch conclui sua introdução com a tarefa monumental que espera pelos cientistas e estudiosos por todo o mundo, mas realça a importância destes estudos e pesquisas.
“Estes estudiosos estão combatendo alguns dos enormes desafios que a humanidade encararia se um sinal rico em informação, emanando de outro mundo, for detectado”, ele escreve. “Através da obtenção de problemas no coração da arqueologia e antropologia contemporâneas, podemos estar muito melhor preparados para o contato com uma civilização extraterrestre, caso isso vier ocorrer algum dia.”
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