Sonda é enviada à Lua para resolver mistério
Em artigo publicado ontem no site info.abril.com.br:
Um dos propósitos da missão, disse a agência, é determinar se há pó lunar no alto da atmosfera da Lua.
O veículo espacial traçou um arco iluminado de sudeste a nordeste, visível da Carolina do Norte até o Maine, e sete minutos depois se separou do segmento propulsor principal fazendo sua travessia rumo à órbita lunar.
Os cientistas querem determinar se o pó lunar carregado eletricamente pela luz do sol foi a causa do resplendor na aurora sobre o horizonte da Lua detectado pelos astronautas durante várias missões da era de Apollo nas décadas de 1960 e 1970.
‘Às vezes nos surpreendemos quando começamos a falar de uma atmosfera lunar porque a maioria de nós aprendeu na escola que a Lua não tem atmosfera’, comentou em uma teleconferência Sarah Noble, cientista do programa LADEE.
‘Existe, mas é muito, muito tênue’, acrescentou.
‘Uma atmosfera tênue como a da Lua pode ser mais comum no sistema solar do que pensávamos’, explicou em entrevista coletiva John Grunsfeld, administrador para ciência na agência.
‘Um melhor conhecimento da atmosfera lunar poderia nos ajudar a entender melhor nosso diverso sistema solar e sua evolução’, acrescentou.
Além do primeiro uso de um foguete Minotaur V, outras novidades desta missão são os primeiros testes de um sistema de comunicação por laser com alta taxa de transferência de dados, e o primeiro lançamento além da órbita terrestre desde a instalação de lançamentos da Nasa no litoral da Virgínia.
A LADEE é, além de um projeto com um custo de US$ 280 milhões, a primeira cápsula espacial projetada, desenvolvida, construída, montada e testada no Centro Ames de Pesquisa da Nasa em Moffett, Califórnia.
O Minotaur V é um míssil balístico proejtado para a Força Aérea que se transformou em veículo para lançamentos espaciais.
Aproximadamente um mês depois do lançamento, a LADEE iniciará sua fase de trabalho de 40 dias. Nos primeiros 30 dias a sonda fará tarefas muito acima da superfície da Lua, incluindo o teste do sistema de comunicação por laser.
Após isso, começa uma fase científica de cem dias que recolherá dados usando três instrumentos para determinar a composição da atmosfera lunar e detectar a presença de pó em grande altitude.
A Lua tem o que os cientistas chamam de exosfera, isto é uma atmosfera tão tênue que suas moléculas individuais não atuam entre si. A Terra tem uma exosfera, mas localizada a centenas de quilômetros da superfície.
Na Lua, esta exosfera fica muito perto da superfície e isso a torna acessível para o estudo. O pó lunar, como o levantado pelos impactos, preocupa os cientistas porque pode prejudicar os sistemas em futuras naves, robôs exploradores e ainda as roupas dos astronautas.
Fonte: Agência EFE
Colaboração: Facepalm