O espaço aéreo em torno das bases aéreas dos EUA em Norfolk e Suffolk, no Reino Unido, tem estado sob escrutínio após múltiplas incursões recentes de “drones”. Os responsáveis pelas aeronaves ainda não foram encontrados e os moradores próximos questionaram como e porque os incidentes foram autorizados a acontecer.
Incursões de drones foram inicialmente relatadas em três bases aéreas dos EUA – RAF Mildenhall e RAF Lakenheath em Suffolk, e RAF Feltwell em Norfolk – entre 20 e 22 de novembro, e as aeronaves reapareceram desde então.
No vilarejo de Beck Row, Suffolk, Inglaterra, situada perto da RAF Mildenhall, os moradores relataram veículos aéreos bem iluminados pairando acima de suas casas e sobre a própria base.
“Por que deixá-los voar?”
Casseem Campbell, 28 anos, disse ter visto objetos acima de sua casa em Beck Row.
Ele descreveu ter visto um veículo aéreo em forma de triângulo, que era “cinza e escuro”, em um dos dois avistamentos noturnos de drones que ele viu na semana passada.
Campbell disse:
“Eles eram muito barulhentos e tinham luzes. Pareciam oficiais, para ser honesto.
‘Se eles são uma ameaça, por que não estão sendo abatidos? Por que deixá-los voar se são sinistros?’
Desde então, descobriu-se que um drone chegou a 250 metros do HMS Queen Elizabeth, o principal porta-aviões da Marinha Real, ao entrar no porto de Hamburgo, em 22 de novembro.
A RAF Fairford em Gloucestershire, onde bombardeiros B-52 dos EUA foram recentemente destacados, também relatou um avistamento recente.
As tropas britânicas foram enviadas para ajudar nos esforços dos EUA para localizar os responsáveis.
“Grande presença policial”
Chrystal Mason, 40 anos, disse que viu dois dos objetos na semana passada em Beck Row.
Enteada de um piloto da RAF, ela descreveu uma bola laranja no céu à noite e aumentou a atividade na base aérea dos EUA.
Ela disse:
“Nos últimos 10 dias vi jipes militares pelo vilarejo. Tem havido uma presença policial muito maior do que o habitual – polícia militar e do Reino Unido.”
A Sra. Mason também descreveu o que ela acreditava ser um drone sendo interceptado, embora a BBC não tenha conseguido verificar isso.
Ela disse:
“Havia uma grande luz laranja no céu e de repente ela desapareceu. Ouvi pessoas gritando ‘uau’”
“Já vi drones três ou quatro vezes”
Johnny Whitfield explicou que os drones eram muito grandes e com luzes brilhantes
Whitfield, que também mora em Beck Row, descreveu ter visto “muita atividade”.
Ele disse,antes de confirmar que os avistamentos ocorreram à noite na semana passada:
“Já vi os drones três ou quatro vezes.
Ele também descreveu os objetos voadores sendo iluminados e pairando sobre a base aérea, embora tenha dito que não conseguiu detectar nenhum ruído, porém disse que os objetos eram grandes.
Whitfield acrescentou:
“Tudo o que você vê é luz, mas é uma luz muito, muito grande.”
Ele disse sentir que os militares dos EUA estavam reticentes sobre o que estava acontecendo:
“Você não sabe se eles são estrangeiros ou locais. [A Força Aérea dos EUA] não divulga muita informação.
Você obtém mais informações do Facebook do que da base.”
Avião desviado
Um avião-tanque Pegasus teria sido desviado da RAF Mildenhall devido à atividade de drones
Todos os moradores de Beck Row com quem a BBC conversou descreveram o aumento da atividade militar na área, com um aparente aumento de aviões nos céus.
A BBC também viu evidências de que agentes do Gabinete de Investigações Especiais da Força Aérea dos EUA estiveram na área de Suffolk e falaram com a população local sobre o que viram.
Roger Smith, um entusiasta da aviação militar baseado em Suffolk, disse à BBC acreditar que os pilotos da Força Aérea dos EUA voltaram a usar métodos de comunicação mais seguros nos últimos dias.
Ele disse:
“Eles agora estão usando um link de dados criptografado em vez de rádios quando se comunicam com o solo.”
Isto foi apoiado por outro membro da comunidade local de observadores de aeronaves, que também afirmou que uma aeronave de reabastecimento aéreo KC-46A Pegasus da Força Aérea dos EUA foi desviada para o Aeroporto Glasgow Prestwick, na Escócia, ao se aproximar da RAF Mildenhall devido à atividade de drones.
Nem o Aeroporto Prestwick de Glasgow nem a Força Aérea dos EUA comentaram as alegações.
“Medidas robustas”
Uma investigação criminal ao vivo sobre os incidentes está em andamento
Fontes da defesa disseram à BBC que a suspeita recaiu sobre um “ator estatal” responsável pelas incursões.
Até agora, nem as autoridades dos EUA nem do Reino Unido se interessaram por quem poderia ser o responsável.
O ministro da Defesa, Lord Coaker, disse à Câmara dos Lordes na quinta-feira:
“O Ministério da Defesa está ciente desses relatórios e trabalha em estreita colaboração com as forças visitantes dos EUA, as forças policiais do Ministério do Interior e outros parceiros para responder aos acontecimentos recentes.
Levamos a sério qualquer questão de segurança e mantemos medidas robustas nas instalações do Ministério da Defesa. Isso inclui capacidades de combate a drones.”
O ministro disse ao Parlamento:
“É ilegal voar drones ou nas proximidades destes locais militares e as pessoas devem estar cientes disso.
Esta continua sendo uma investigação criminal em tempo real.”
Anteriormente, o Ministério da Defesa, proprietário das bases, disse:
“Levamos as ameaças a sério e mantemos medidas robustas nos locais de defesa.”
A Força Aérea dos EUA na Europa disse:
“Até o momento, os líderes da instalação determinaram que nenhuma das incursões impactou os moradores, instalações ou ativos da base.
A Força Aérea está tomando todas as medidas cabíveis para salvaguardar as referidas instalações e seus moradores.”
(Fonte)
Colaboração: Marcelino Melo
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