Os astrônomos estão intrigados com o comportamento estranho de certos aglomerados tortuosos de estrelas, que parecem estar violando nossa compreensão convencional da gravidade.
Aglomerados enormes de estrelas geralmente estão unidos em espirais no centro das galáxias. Alguns desses aglomerados se enquadram em uma categoria que os astrofísicos chamam de aglomerados estelares abertos, que são criados em um período de tempo relativamente curto à medida que se inflamam em uma enorme nuvem de gás.
Durante esse processo, as estrelas soltas se acumulam em um par de ‘caudas de maré’, uma das quais está sendo puxada para trás, enquanto a outra avança.
Jan Pflamm-Altenburg, da Universidade de Bonn, na Alemanha, co-autor de um novo artigo publicado no Monthly Notices of a Royal Astronomical Society, disse em um comunicado:
“De acordo com as leis da gravidade de Newton, é uma questão de chance em qual das caudas uma estrela perdida acaba ficando. Assim, ambas as caudas devem conter aproximadamente o mesmo número de estrelas.”
Mas algumas de suas observações recentes aparentemente desafiam a física convencional.
Pflamm-Altenburg acrescentou:
“No entanto, em nosso trabalho fomos capazes de provar pela primeira vez que isso não é verdade. Nos aglomerados que estudamos, a cauda dianteira sempre contém significativamente mais estrelas próximas ao aglomerado do que a cauda traseira.”
Na verdade, suas novas descobertas estão muito mais alinhadas com uma teoria diferente chamada ‘Dinâmica Newtoniana Modificada’ (de sigla em inglês, MOND).
Pavel Kroupa, colega de Pflamm-Altenburg na Universidade de Bonn e principal autor, explicou no comunicado:
“Resumindo, de acordo com a MOND, as estrelas podem deixar um aglomerado através de duas portas diferentes. Um leva à cauda de maré traseira, a outra à frente.
No entanto, a primeira é muito mais estreita que a segunda – então é menos provável que uma estrela deixe o aglomerado através dela.
A teoria da gravidade de Newton, por outro lado, prevê que ambas as portas devem ter a mesma largura.”
As simulações dos pesquisadores, levando em consideração a MOND, podem explicar muito. Por um lado, eles sugerem que os aglomerados de estrelas abertas sobrevivem por um período de tempo muito mais curto do que o esperado pelas leis da física de Newton.
Kroupa explicou:
“Isso explica um mistério conhecido há muito tempo. A saber, aglomerados de estrelas em galáxias próximas parecem estar desaparecendo mais rápido do que deveriam.”
Mas nem todos concordam que as leis de Newton deveriam ser substituídas pela MOND, algo que poderia abalar os fundamentos da física.
Indranil Banik, pesquisador da Universidade de Saint Andrews, disse ao New Scientist:
“É um pouco promissor, mas não fornece evidências completamente definitivas para a MOND. Essa assimetria faz mais sentido na MOND, mas em qualquer cluster individual pode haver outros efeitos que estão causando isso – é um pouco improvável que isso aconteça em todos eles.”
Os pesquisadores agora estão tentando aprimorar uma imagem ainda mais precisa, aumentando a precisão de suas simulações, o que poderia apoiar sua teoria MOND – ou concluir que Newton estava, de fato, correto na primeira vez.
(Fonte)
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