Índia acaba de se tornar o quarto país a pousar na Lua
A missão Chandrayaan-3 da Índia acabou fazendo história. Na quarta-feira, a Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO) pousou com sucesso seu módulo de pouso Vikram no terreno acidentado do polo sul da Lua, tornando a Índia o primeiro país a pousar com segurança nesta região inexplorada da superfície lunar – e, crucialmente, superando a tentativa da Rússia de vencer, que terminou em fracasso esta semana.
“A Índia está na Lua”, disse o chefe da ISRO, S. Somanath, citado pela Reuters.
Somando-se a este feito já histórico, a Índia também se tornou o quarto país a realizar uma aterrissagem suave na Lua, juntando-se orgulhosamente aos EUA, à União Soviética e à China.
“Este é o grito de vitória de uma nova Índia”, disse o primeiro-ministro Narendra Modi, que assistia ao pouso enquanto participava numa cúpula na África do Sul, por Reuters.
Segundo fôlego
A conquista é uma recuperação monumental para a ISRO, depois que sua tentativa anterior de pouso em 2019, Chandrayaan-2, travou devido a um erro de software.
Desta vez, a ISRO não iria correr nenhum risco com seu módulo de pouso. As deficiências de software do Vikram foram corrigidas, um novo instrumento de navegação foi equipado e seu trem de pouso foi atualizado.
No entanto, a Rússia não estava disposta a deixar a Índia ficar com toda a glória. A Roscosmos lançou a sua própria missão para pousar no polo sul da Lua quase um mês após o lançamento da ISRO, em meados de julho. Sua corrida para a linha de chegada terminou em desastre, no entanto, quando seu módulo lunar colidiu com a Lua poucos dias antes da tentativa da Índia.
Com o fracasso da Rússia e com o sucesso do Chandrayaan-3, a Índia alcançou agora uma vitória simbólica significativa, reivindicando-se como uma das principais potências espaciais do mundo.
Incrivelmente, a ISRO conseguiu tudo isso com uma eficiência de custos incomparável, precisando apenas de um orçamento de lançamento de apenas US$ 75 milhões.
Qual é o próximo passo?
Durante as próximas duas semanas, Pragryan, um jipe sonda de 26 quilos transportado a bordo do Vikram, patrulhará o polo sul da Lua, recolhendo dados sobre a geologia da misteriosa região.
Entretanto, o Vikram utilizará os seus instrumentos para recolher outros dados cruciais da superfície, incluindo medições da atividade sísmica e das temperaturas da superfície. Ambas as máquinas são movidas a energia solar, razão pela qual se espera que funcionem por apenas durante duas semanas – a duração até ao próximo pôr do sol na Lua.
As suas descobertas serão provavelmente modestas, mas mesmo assim fornecerão alguns dos melhores dados até agora sobre o pólo sul, partes do qual estão permanentemente obscurecidas.
O pioneirismo da Índia também abrirá caminho para a NASA, que planeja enviar seus próprios astronautas para a região em 2025.
(Fonte)
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