Em 1580, a Torre Gregoriana (também chamada de Torre dos Ventos) foi concluída na Cidade do Vaticano para os astrônomos que trabalhavam no Calendário Gregoriano encomendado pelo Papa Gregório XIII.
Em 1787-1789, o Observatório do Vaticano (Specola Vaticana) foi estabelecido na Torre Gregoriana e, embora tenha sido movido várias vezes, faz parte do Vaticano desde então.
No final do século XIX, o Observatório do Vaticano foi fundamental para a criação de um ‘Mapa Celestial’ fotográfico (Carte du Ciel) e um catálogo identificando as posições das estrelas – um projeto que foi continuado no início do século XX por um grupo de freiras das Irmãs do Santo Menino Maria.
Em 2014, o Papa Francisco disse que batizaria “marcianos” – colocando os alienígenas do espaço no mesmo nível dos terráqueos aos olhos da Igreja Católica.
Estes são apenas alguns dos exemplos da relação de 400 anos ou mais confusa entre a Igreja Católica e o espaço sideral e seus moradores. Essa confusão continuou recentemente com comentários de um notável teólogo católico que disse que os católicos precisam estar prontos para os ETs, e uma freira que vive hoje em Roswell, Novo México, que diz que “algo aconteceu” em Roswell e sugere que ocorreu um acobertamento. O que o Papa Francisco pensará sobre esses dois?
“Como alguns comentaristas seculares sobre este assunto notaram, alguns dos supostos relatos de “abdução alienígena” ou “encontro alienígena” parecem ter paralelos com relatos históricos e contemporâneos de experiências que a Igreja reconhece como sendo diabólicas.”
Em uma recente entrevista ao National Catholic Register, o Dr. Paul Thigpen – autor de best-sellers, jornalista premiado, representante leigo em seu Conselho Consultivo Nacional e historiador, apologista, evangelista e catequista da Igreja Católica – falou sobre seu novo livro, “Extraterrestrial Intelligence and the Catholic Faith” (“Inteligência Extraterrestre e a Fé Católica”, em tradução livre). Ele começa com a política católica há muito aceita de que algumas abduções e encontros alienígenas soam suspeitamente como encontros demoníacos (diabólicos). No entanto, ele imediatamente recua e diz que a maioria desses casos é diferente do engano demoníaco e pode ser sinais de inteligência extraterrestre (IET).
Para apoio moral enquanto caminha por essas perigosas águas teológicas, ele menciona “notáveis Padres e Doutores da Igreja”, como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, que ele diz ter dado percepções sobre como a existência de IET é possível, e mais recentes líderes católicos como o Papa São João Paulo II, São Pio de Pietrelcina (Padre Pio), e outros que eram conhecidos por afirmar a existência de IET. Em seguida, ele aborda o argumento “não há alienígenas na Bíblia”.
“Muitos argumentaram que a IET não pode existir porque não está claramente declarada na Bíblia. A Escritura, no entanto, também é silenciosa sobre átomos e micróbios, dinossauros e ornitorrincos; mas sabemos que essas coisas são reais. A Bíblia não pretende ser uma descrição exaustiva de tudo o que existe, e o conhecimento da existência alienígena não é essencial para nossa salvação.”
O há muito excomungado Galileu Galilei deve estar se revirando em seu túmulo, junto com o comentário de Thigpen de que a Igreja Católica pode se dar bem com a ciência e até acomodar novos conhecimentos científicos. É claro que a existência de extraterrestres não é conhecimento científico neste momento, e Thigpen admite que se uma espécie inteligente aparecesse, digamos, os líderes da igreja (sem mencionar as redes sociais católicas) “teriam muitas perguntas a fazer sobre sua vida espiritual e status moral”, que ele acredita que entraria na formulação de uma resposta. De repente, a resposta rápida do Papa Francisco de que ele certamente batizaria alienígenas não parece mais ser um dado adquirido. Ele então afirma que ter ETs à nossa porta, ou mesmo nos degraus de nossa igreja local, encorajaria os católicos a “mergulhar muito mais fundo no significado do ensino católico tradicional sobre a onipotência e criatividade de Deus, a imagem de Deus na humanidade, a queda da raça humana, a natureza da Encarnação, os meios e o alcance da redenção e a realidade das ‘últimas coisas‘”.
Realmente? Ele tem algum exemplo recente de tal investigação diante de desafios religiosos ou controvérsias?
“Se estamos caminhando para uma divulgação pública e oficial confirmando a existência da IET, os católicos precisam estar preparados para incorporar essas novas informações em sua compreensão do universo. Mas eles não precisam temer que tal descoberta ou divulgação prejudique sua fé.”
Thigpen conclui apontando para as audiências do Congresso dos EUA sobre OVNIs, as revelações do Pentágono que existem alguns que não podem se explicados, e organizações independentes de pesquisa de OVNIs e SETI em busca de evidências. Quase parece que ele acha que há um acobertamento. Na verdade, ele diz que há muito mais que o Pentágono e a comunidade de inteligência já sabem.
“Não sabemos se houve um acobertamento ou uma retenção de informações, ou por qual motivo as informações podem ter sido retidas. Entendemos que houve uma investigação científica séria, bem como muita comercialização leve de qualquer evento ocorrido.”
Esse conhecimento que Paul Thigpen está esperando incluirá informações sobre o incidente de Roswell em 1947?
Em um segundo artigo recente, The National Catholic Register apresenta um cenário de conectar os pontos entre o suposto acidente de uma nave alienígena em Roswell, Novo México (EUA), em 1947 e o estabelecimento do Mosteiro das Clarissas de Nossa Senhora de Guadalupe, uma ordem de freiras católicas que vivem em extrema pobreza, se separam do mundo, abraçam a solidão e o silêncio e se dedicam à oração e ao culto. Mesmo com sua solidão, parece óbvio que essas irmãs sabiam sobre o burburinho do incidente de Roswell menos de um ano antes.
A atual superiora do mosteiro, Madre Mary Angela, disse ao National Catholic Register que ela própria “não estava totalmente informada sobre os eventos, nem sobre os resultados das investigações que ocorreram”, e então passou a reconhecer a investigação científica sobre o incidente e a comercialização disso – ambas as partes com as quais uma boa e pobre freira católica provavelmente teria problemas. Então Madre Mary Angela soltou a bomba, reconhecendo que:
“Algo aconteceu.”
Depois disso, ela soa como uma antiga crente em alienígenas, pois parece conectar Roswell a outro ‘suposto’ incidente há 2.000 anos, quando se dizia que as pessoas viam seres poderosos com asas vindo do céu.
Parece que o teólogo Paul Thigpen e a Madre Mary Angela estão dizendo aos católicos que é hora de ter a mente aberta sobre extraterrestres inteligentes, porque há uma boa chance de que eles já estejam aqui e o governo saiba sobre eles?
O que o Papa Francisco fará? O que Galileu faria?
O que os católicos farão?
(Fonte)
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