O Oumuamua é um fragmento de um planeta destruído, alega novo estudo
Simulações levaram a essa nova história de origem para o primeiro visitante conhecido de fora do nosso sistema solar.
O primeiro visitante interestelar registrado do sistema solar tem uma nova história de origem proposta. O enigmático objeto celeste conhecido como Oumuamua pode ser um fragmento de um planeta destruído pela gravidade de sua estrela, sugeriram os pesquisadores em 13 de abril na Nature Astronomy.
Desde que o Oumuamua apareceu em nosso sistema solar em 2017, os astrônomos têm se esforçado para explicar sua origem, sugerindo que pode ser um asteroide rebelde, um cometa ou até uma espaçonave alienígena.
Procurando outras explicações, os astrônomos Yun Zhang, no Observatório Côte d’Azur, em Nice, França, e Douglas Lin, da Universidade da Califórnia, Santa Cruz desenvolveram simulações em computador nas quais os corpos planetários se aproximavam demais de suas estrelas-mãe.
Nessas simulações, objetos com tamanhos variando de cometas a planetas rochosos orbitam estrelas relativamente leves. Os cientistas descobriram que, se esses corpos repetidamente chegam a cerca de 600.000 quilômetros de sua estrela – quase 80 vezes mais perto do que Mercúrio está do nosso Sol -, a gravidade da estrela destrói os objetos e lança os fragmentos no espaço interestelar.
Se o Oumuamua fosse um fragmento assim, isso poderia explicar sua forma estranha, seu movimento de queda e porque ele acelerou ao deixar o sistema solar. Os fragmentos planetários simulados caem e tendem a ter a forma de charuto, semelhante ao Oumuamua. E esse fragmento pode reter o gelo da água no seu interior, dizem os pesquisadores. O gelo enterrado poderia ter produzido vapor de água quando um Oumuamua foi aquecido pelo Sol. Se esse gás escapasse através de rochas porosas, poderia ter agido como um foguete natural, dando um empurrãozinho ao nosso passageiro ao contornar o Sol.
“Essa história de origem é plausível, a qual vincula as estranhas propriedades de Oumuamua à formação de planetas em toda a galáxia”, diz Gregory Laughlin, astrônomo da Universidade de Yale que não participou do estudo.
No entanto, o astrônomo de Harvard, Avi Loeb, vê um buraco na trama nessa narrativa. Para explicar o número estimado de “objetos semelhantes a Oumuamua que devem estar zunindo pela galáxia, é preciso que cada estrela produza aproximadamente um quatrilhão de objetos”. Mas a fragmentação planetária deveria ser rara, exigindo que os corpos passassem por uma pequena fatia de espaço ao redor de uma estrela, diz ele.
E isso supondo que um objeto condenado não evapore e não se quebre.
Loeb diz:
As estatísticas de tais eventos tornam o cenário proposto improvável.
(Fonte)
Colaboração: Vário leitores
E também há uma outra forma de desconsiderar isso: o gás sob pressão só escapou da traseira do objeto, impulsionando-o como um foguete, somente quando ele já estava bem mais afastado do Sol, viajando no espaço gélido? Então por que esse mesmo gás não começou a entrar em ação quando o objeto chegou à sua distância mais próxima do nosso astro rei, quando o calor seria muito mais intenso?
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