Vida na Terra pode ser explicada por bactéria que se alimenta de asteroide
Um novo estudo sugere que os asteroides podem ser uma fonte de alimento para seres vivos, mais especificamente um microrganismo chamado Metallosphaera sedula, uma espécie que se alimenta de metais.
Metallosphaera sedula é uma espécie de micróbios semelhantes a bactérias, originalmente isolada de um campo vulcânico na Itália. A primeira parte do nome pode ser traduzida aproximadamente como “esfera mobilizadora de metal”, enquanto palavra “sedulus” significa ocupado. Isso descreve a eficiência desses organismos na mobilização de metais, inclusive os que são encontrados nos asteroides.
De acordo com a pesquisa liderada pela astrobióloga Tetyana Milojevic, da Universidade de Viena, esses micróbios obtêm sua energia de substâncias inorgânicas através da oxidação, e podem coletar fontes de energia mais rapidamente de rochas extraterrestres do que de minerais antigos terrestres simples. Milojevic explica que o estudo foi realizado para encontrar “impressões digitais microbianas” deixadas em meteoritos. “Isso deve ser útil para rastrear bioassinaturas para a busca da vida em outras partes do Universo”, conclui.
Esse tipo de pesquisa, de acordo com a astrobióloga, pode fornecer aos seus colegas “pequenas dicas” sobre o que eles podem procurar na busca por vida alienígena. “Se alguma vez houve vida em outro planeta, impressões digitais microbianas semelhantes ainda podem estar preservadas no registro geológico”, disse.
A equipe examinou como o Metallosphaera sedula interage com o NWA 1172, um meteorito rochoso encontrado no noroeste da África que contém cerca de 30 metais diferentes. Usando várias técnicas de espectroscopia e um microscópio eletrônico, os pesquisadores documentaram as assinaturas deixadas pelo organismo. Assim, eles descobriram que o M. sedula é capaz de consumir material extraterrestre muito mais rápido do que faz com os minerais terrestres, resultando em células mais saudáveis.
Enquanto os minerais terrestres fornecem apenas alguns nutrientes para o microorganismo, “o ferro do NWA 1172 é usado como fonte de energia para satisfazer as necessidades bioenergéticas do M. sedula, à medida que os micróbios respiram devido à oxidação do ferro”, explicou Milojevic. A grande variedade de metais no NWA 1172 também pode ser usada para outros processos metabólicos, como acelerar reações químicas vitais dentro das células. E como o meteorito é muito poroso, ele pode promover a taxa de crescimento aprimorada do M. sedula.
Isso significa que meteoritos de ferro poderiam ter trazido mais elementos metálicos e fósforo para a Terra, facilitando a evolução da vida, de acordo com Milojevic. Além disso, a pesquisa também pode sustentar a hipótese da panspermia, uma ideia que ainda não pode ser comprovada, mas também não é descartada, já que os cientistas ainda não desvendaram completamente a origem da vida em nosso planeta. E Milojevic tem interesse em explorar essa possibilidade: para isso, sua equipe planeja “testar a sobrevivência do M. sedula em condições ambientais simuladas e reais do espaço sideral”, disse a astrobióloga. O plano, no entanto, terá que encontrar financiamento necessário para enviar os microorganismos para o espaço.
(Fonte)
Colaboração: MaryH
Mais uma tese sobre a origem da vida na Terra entre tantas, mas que possui algo em comum com muitas das outras: o Universo deve estar tinindo com vida.
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