Sonda chinesa revela novo mistério no lado oculto da Lua
O assim chamado lado ‘escuro’ da Lua não é mais escuro do que seu lado ‘claro’. Mas esse lado distante parece ficar mais frio à noite.
A Lua da Terra está presa ao planeta, o que significa que o mesmo lado da Lua está voltado para nós o tempo todo. Mas a Lua ainda está girando, a fim de constantemente apontar um rosto para nós. Por isso possui dias e noites a partir da luz solar variável. Esses períodos duram cerca de duas semanas terrestres. Dados das missões Apolo já haviam revelado que a superfície iluminada pela Lua pode subir a 127 graus Celsius durante o dia, e cair para menos menos 173 C à noite. Mas todos esses dados vêm do lado da Lua que sempre aponta para a Terra. A nova missão chinesa que pousou no lado ‘escuro’ (leia-se: oculto ou mais longe) da Lua em 3 de janeiro registrou temperaturas ainda mais baixas durante a longa noite lunar.
O módulo chinês Chang’e 4 e seu jipe-sonda, Yutu 2 (Jade Rabbit 2), despertaram dos seus modos de economia de energia no final de janeiro e trouxeram dados sugerindo que as temperaturas caíram para menos 190 C, de acordo com um relatório da Agence France-Presse.
A diferença entre a leitura da Chang’e 4 e as missões Apolo “provavelmente se dá devido à diferença na composição do solo lunar entre os dois lados da Lua. Ainda precisamos de uma análise mais cuidadosa”, disse Zhang He, diretor executivo do projeto da sonda Chang’e 4, disse ao Xinhua.
Em outras palavras, algo sobre o solo lunar onde a Chang’e 4 está provavelmente faz com que o solo retenha menos calor durante a noite do que os locais de pouso da Apolo. Mas os pesquisadores ainda não sabem o que é essa coisa.
Chang’e 4 e Yutu 2 são as primeiras sondas a explorar o lado mais distante de nosso vizinho mais próximo, de modo que os dados que elas retornam serão únicos. Pode demorar até que os pesquisadores tenham uma resposta firme à questão da diferença de temperatura.
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