A crosta de Marte enrijeceu rapidamente, aumentando a possibilidade de vida
A crosta que envolve planetas rochosos e possibilita o surgimento da vida tomou forma em Marte antes do que se pensava, e pelo menos 100 milhões de anos antes do que na Terra, disseram pesquisadores na quarta-feira (27/6).
Analisando grãos do mineral zircônio extraído de um meteorito marciano conhecido como Black Beauty (Beleza Negra), eles determinaram que a camada externa do Planeta Vermelho endureceu 4,547 bilhões de anos atrás, apenas 20 milhões de anos após o nascimento do Sol.
Martin Bizzarro, cientista do Centro da Dinamarca para a Formação de Estrelas e Planestas, e autor de um estudo publicado na revista Nature, disse:
A formação da crosta primordial de Marte – que é o produto final da formação do planeta – aconteceu muito mais rápido do que se pensava. Nossos resultados indicam que Marte poderia ter um ambiente com oceanos e potencialmente vida, muito antes da Terra.
A água é considerada um precursor essencial para a vida, pelo menos como a conhecemos.
Marte já foi muito mais parecido com a Terra, com uma atmosfera espessa, água abundante e oceanos globais.
Até agora, modelos matemáticos sugeriram que a solidificação do Planeta Vermelho levou até 100 milhões de anos. O novo estudo aborda a questão examinando um pedaço de Marte que caiu no deserto do Saara e foi descoberto em 2011.
O meteorito Black Beauty pesava 320 gramas quando foi encontrado. Os pesquisadores extraíram 44 gramas da preciosa rocha espacial e trituraram cinco – o suficiente para extrair sete pedaços de zircão que poderiam ser usados em experimentos.
“Como uma cápsula do tempo”
Ao medir a decomposição principal do urânio que tinha sido preso em zircão como magma derretido do jovem Marte endurecido, os cientistas foram capazes de datar com precisão a crosta a partir do qual o zircão formou.
Bizzarro disse:
Fico feliz que tenhamos escolhido essa estratégia. ‘O zircão é como uma cápsula do tempo.
Existem dois modelos principais para a formação de planetas.
Em um, ela ocorre em etapas, com pequenas partículas de poeira aglomerando-se em ‘planetésimos’ – Fragmentos de Rocha de 10 a 100 km de diâmetro, que colidem para formar embriões planetários, e, em seguida, ao longo de um intervalo de tempo de 50 a 100 milhões de anos, planetas.
De acordo com um modelo mais recente, o crescimento planetário se desenvolve mais rapidamente e é alimentada pela chamada ‘acreção de pedregulhos’, a acumulação de camadas de partículas medido em centímetros e metros, que são fracamente ligadas com gases.
“Nossos dados suportam modelos mais recentes indicando a formação muito rápida de planetas terrestres”, disseram os autores.
A nova linha do tempo sugere que algo semelhante pode ter acontecido em nosso planeta, mas somente depois que a Terra foi ‘redefinida’ pelo impacto gigante que formou a Lua há 4,4 bilhões de anos, disse Bizzarro.
Acredita-se que Marte tenha um núcleo metálico denso, com um raio de cerca de 1.800 quilômetros, consistindo principalmente de ferro, níquel e enxofre.
O núcleo é cercado por um manto em grande parte adormecido – cerca de 1.500 km de espessura – feito principalmente de silício, oxigênio, ferro e magnésio.
Finalmente, a crosta mede cerca de 50 km de profundidade, com uma espessura máxima de cerca de 125 km. A crosta terrestre tem uma média de 40 km, mas é um terço da espessura da crosta marciana, uma vez que o tamanho do planeta é levado em consideração.
(Fonte)
Colaboração: Osnir Stremel Jr.
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