100 bilhões de estrelas anãs marrons podem existir em nossa galáxia
Uma nova pesquisa aumenta drasticamente o número estimado de estrelas anãs marrons em toda a Via Láctea.
A Via Láctea pode conter até 100 bilhões de anãs marrons, de acordo com uma nova pesquisa a ser publicada nas Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
As anãs marrons são estrelas fracassadas que não eram suficientemente pesadas para sustentarem as reações de fusão de hidrogênio que criam estrelas reais. Elas pesam cerca de 10 a 100 vezes mais do que Júpiter, o que significa que sua pressão gravitacional interna é suficiente para fundir o deutério (um tipo de hidrogênio que contém um nêutron extra em cada átomo) e às vezes também o lítio. Isso significa que eles brilham de forma fraca. A maior parte da radiação que elas produzem está no espectro infravermelho e, portanto, invisível ao olho humano, embora alguns pareçam fracas ou roxas ou vermelhas.
Tudo isso torna as anãs marrons muito difíceis de serem detectadas pelos astrônomos. Embora os cientistas especularam desde a década de 1960 que elas poderiam existir, os primeiros avistamentos definitivos não ocorreram até 1995.
A nova pesquisa, realizada por uma equipe internacional de astrônomos, liderada por Koraljka Muzic da Universidade de Lisboa e Aleks Scholz da Universidade de St Andrews, usou o Very Large Telescope do Observatório Europeu do Sul para fazer observações infravermelhas de aglomerados densos de estrelas distantes, onde muitas estrelas novas estavam sendo formadas. Eles contaram tantas anãs marrons quanto puderam, e chegaram à conclusão de que havia quase metade de anãs marrons como estrelas.
Estudos anteriores de anãs marrons – que se concentraram principalmente em regiões mais próximas da Terra, onde as estrelas são menos densas, simplesmente porque são mais fáceis de as verem se estiverem mais próximas – concluiu que os objetos subestelares eram muito menos comuns.
Os pesquisadores estimam que o número mínimo de anãs marrons na Via Láctea é de pelo menos 25 bilhões e até 100 bilhões – mas eles observam que mesmo este grande número pode ser uma subestimação, dada a probabilidade de haver muitas outras estrelas do tipo, com o brilho fraco demais para serem vistas.
(Fonte)
n3m3