O que seria esta misteriosa ‘bolsa de mão’ encontrada em esculturas antigas por todo o globo?
Você já notou que em muitas esculturas da antiguidade em pedra, espalhadas por todo o mundo nas mais diferentes culturas, podemos encontrar representações de um objeto similar à uma bolsa de mão? Por que diferentes culturas, separadas por milhares de quilômetros e em diferentes períodos da história, estariam representando este objeto misterioso em sua arte? Abaixo, algumas das possíveis explicações apresentadas pela arqueologia de tendência predominante:
Um dos símbolos mais misteriosos que tem sido encontrado em esculturas antigas é uma imagem que se parece com uma bolsa de mão. O formato aparece nas representações feitas pelos Sumérios do Iraque, nas ruínas de templos antigo na Turquia, em decorações Maori da Nova Zelândia e em artesanatos feitos pelos Olmecas da América Central.
As bolsas de mão podem ser vistas em artes de culturas variadas ao redor do mundo e através do tempo, com o primeiro exemplo conhecido aparecendo no final da Idade do Gelo. O que seria este misterioso símbolo que pode ser encontrado por todo o mundo da antiguidade?
Uma representação do Cosmos?
A imagem da bolsa de mão é assim chamada por se parecer muito com o mesmo item dos dias de hoje. Os objetos “tipicamente mostram uma parte superior similar à uma alça e uma parte inferior retangular, e pode incluir uma variedade de detalhes adicionais de textura e padrões” (Scranton, 2016). Algumas vezes as imagens aparecem sozinhas; algumas vezes elas são mostradas na mão de uma pessoa, deus ou ser mítico, de forma similar como uma pessoa seguraria um cesto.
Uma possível teoria para a proliferação desta imagem é sua simples e direta representação do cosmos. O semi-círculo da imagem (que parece ser a alça da bolsa) representa o hemisfério do céu, enquanto a parte quadrada sólida representa a Terra. “Nas culturas antigas desde a África até a Índia e China, a figura de um círculo era associada simbolicamente aos conceitos de espiritualidade ou não materialidade, enquanto que o quadrado era muitas vezes associado aos conceitos de Terra e de materialidade” (Scranton, 2016). Assim, a imagem é usada para simbolizar a (re)unificação da Terra e do céu, do material e do não material, elementos da existência.
“As representações mais velhas da ‘bolsa de mão’ podem ser vistas nas ruínas de Göbekli Tepe, localizadas no topo de uma cadeia de montanhas na Turquia. Datando de aproximadamente 11.000 A.C., Göbekli é um dos mais velhos complexos de templos já descobertos” (Tinfoil Hat, 2014). O exato propósito do santuário da montanha é desconhecido. Porém, o templo pode ter servido como local para sacrifícios religiosos (arqueólogos desenterraram muitos ossos de animais abatidos). As paredes e pilares do templo são decorados com esculturas finamente executadas de animais, deuses, e criaturas míticas, talvez num esforço para mostrar as muitas criações do cosmos. Entre estas esculturas há três bolsas de mão.
Os especialistas acreditam que as religiões da antiguidade adoravam os elementos fundamentais da vida na Terra. Assim, “as três bolsas de mão de Göbekli Tepe, consideradas como uma forma antiga desses ícones, poderiam ser ditas de simbolicamente definir o local como um templo” (Scranton, 2016).
As estranhas esculturas podem ser encontradas desde o Oriente Médio até a América do Sul
Em outros locais, a imagem da bolsa de mão aparece com similaridades impactantes em dois relevos em pedra, um feito pelos Assírios do antigo Iraque entre 880 e 859 A.C., e outro feito pelos Olmecas da antiga Mesoamérica, entre 1200 e 400 A.C. Em ambas imagens, uma figura similar a um homem carrega a bolsa em sua mão. “Quando usada na arte Assíria, é dito que a bolsa contém pó mágico. Quando mostrada na arte Olmeca, eles postulam que ela contém ervas alucinógenas” (Freeborn 2013). Isto sugere que a bolsa de mão pode ter sido um padrão de mensuração descoberto por ambas as culturas.
Um outro exemplo de imagem de bolsa de mão antiga pode ser encontrada na Nova Zelândia. Um mito Maori conta sobre um herói que uma vez subiu para a casa dos deuses e retornou carregando três cestos cheios de sabedoria. Assim, bem como as bolsas de mão de Göbekli Tepe, as bolsas de mão Maori simbolizam a adoração e gratidão pelo conhecimento divinamente inspirado.
Nos hieróglifos do antigo Egito, imagens de bolsa de mão também podem ser vistas, desta vez servindo como um lar para os deuses e deusas, com as alças das bolsas sendo as hastes em forma de domo de tendas portáteis e o fundo quadrado sendo o pano ou pele de animais ao redor das hastes. Esta estrutura é muito similar às tendas de nativos americanos conhecidas como teepee, ou o yurt da Ásia Central.
Os muitos exemplos deste símbolo parecem confirmar o uso de uma bolsa de mão como um símbolo cosmológico, representado como um item doméstico comum (um cesto, e não uma bolsa de mão) para ser compreendido pelas pessoas comuns. (Fonte)
Embora as explicações dadas acima não pareçam ser muito convincentes, estaria a arqueologia de tendência predominante correta em suas ‘adivinhações’ sobre o que estas misteriosas bolsas representam? Não seria muita coincidência que culturas ao redor de todo o mundo, em diferentes períodos e separadas por enormes distâncias, utilizaram essa mesma representação? Se não for coincidência, quem teria passado esta informação para todas estas culturas?
Podemos finalizar este artigo com muitas mais perguntas, mas infelizmente nenhuma delas traria uma resposta definitiva.
O real significado dessas bolsas de mão continuará sendo um mistério que possivelmente nunca será resolvido de forma assertiva. Talvez a resposta esteja nas estrelas.
n3m3