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Algas sobrevivem no espaço após 16 meses de exposição. (Sabe as implicações disso?)

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Amostras de algas que foram expostas por quase um ano e meio às condições cruéis do espaço, no lado de fora da Estação Espacial Internacional, retornaram à Terra ainda vivas.  Sua sobrevivência faz aumentar as esperanças para a descoberta de vida em Marte, poderá fornecer alimento e oxigênio para exploradores em Marte e poderia reabrir o debate sobre como a vida chegou à Terra.

As amostras foram parte de um projeto europeu de grande escala chamado Biology and Mars Experiment (BIOMEX), que é projetado para estudar como os organismos vivos podem sobreviver à rigorosidade do espaço, bem como à superfície hostil de Marte.

Amostras de alga verde de Svalbard, um arquipélago norueguês, e uma alga azul-esverdeada da Antártica, foram colocadas em bandejas que foram montadas do lado de fora da estação espacial, onde ficaram expostas ao extremo frio e calor, radiação do Sol e vácuo. As algas foram escolhidas porque são muito conhecidas por sua habilidade de sobreviverem ao frio e a aridez das regiões polares da Terra.

algas sobrevivem no espaço
(Photo ESA/ROSCOSMOS)

Desde que as amostras foram retornadas do espaço em julho do ano passado, cientistas como Jean-Pierre Paul de Vera, do Centro Aeroespacial Alemão em Köln, junto com parceiros internacionais, ficaram surpresos o quão bem o pequeno organismo sobreviveu à condições que matariam humanos em questões de segundos. Eles também estão examinado por quaisquer mudanças que poderiam ter ocorrido ao seu DNA, devido à exposição.

Vida no espaço

O fato destes organismos vivos sobreviverem a exposição ao espaço vazio aumenta as chances de que formas de vida similares poderiam sobreviver as condições difíceis encontradas na superfície de Marte, onde as temperaturas são muito baixas, e a atmosfera fina de dióxido de carbono não fornece quase nenhuma proteção contra a mortal radiação ultravioleta do Sol.  Embora os jipes-sonda que pousaram no planeta vermelho ainda não encontraram sinais de vida (pelo menos não oficialmente), ela poderia estar se escondendo sob rochas ou cavernas. E se não em Marte, há as luas geladas de planetas gigantes, tais como as luas Europa e Encélado, as quais podem abrigar vida deste tipo.

Mesmo se não houver vida nativa em Marte, estas algas poderiam ajudar os futuros colonos em Marte, fornecendo ar respirável e alimentação.

 

Várias espécimes de algas verde cresceram novas populações após voarem em órbita baixa da Terra por 450 dias no lado de fora da Estação Espacial. Somente uma espécie não sobreviveu ao seu voo espacial. (Thomas Leya/Fraunhofer IZI-BB)

Algas são plantas muito pequenas que respiram dióxido de carbono e liberam oxigênio à medida que crescem, o que é uma importante função num sistema de ambiente fechado como uma colônia em Marte.  E se cultivadas em grandes quantidades, as algas podem ser comidas, ou pelo menos usadas como suplemento alimentar.

A jornada através do espaço destas algas no lado de fora da estação espacial apoia a ideia da Panspermia, que acredita que formas de vida espalhadas ao redor do Universo pegam carona em cometas, asteroides e meteoroides. O conceito vem desde a Grécia antiga e tem sido apoiado por cientistas de renome, tais como Stephen Hawking.

Se um planeta que já tivesse vida nele fosse atingido por um asteroide, alguns pedaços da explosão seriam jogados de volta para o espaço, onde eles poderiam finalmente acabar em outro planeta. Micróbios que sobrevivessem a jornada agiriam então como sementes para colonizar o segundo planeta. Vários meteoritos que vieram de Marte têm sido encontrados na Terra, inclusive o ALH84001, que assombrou o mundo em 1996 com o que pareciam restos de uma nanobactéria. Nem todo mundo concorda com aquela avaliação, assim o resultado final ainda está para ser decidido.

A vida viajando através do espaço levanta uma ideia interessante por alguns dos que acreditam na Panspermia: de que a Terra foi semeada com vida de outros mundos e de fato todos nós podemos ser marcianos. Requereria a descoberta de vida em Marte e a comparação de seu DNA com o nosso para provar esta tese, mas enquanto isto, este experimento levanta a esperança de que a vida poderia ser encontrada se escondendo em pedaços de detritos espaciais, viajando entre as estrelas como flocos de neve esperando para chover em mundos habitáveis.

É um ideia elegante, mas sem nenhuma constatação concreta ainda, e é por isto que precisamos continuar procurando por vida em todo o nicho imaginável.

n3m3

Fonte

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